MAIS DE 2 MILHÕES DE PESSOAS VÃO AS RUAS CONTRA O GOVERNO DILMA
Mais de 2 milhões de pessoas, segundo estimativas da Polícia
Militar (PM), participaram de protestos neste domingo (15) contra a
administração da presidente Dilma Rousseff e pelo combate à corrupção. O ato
também foi apoiado pelo pastor Silas Malafaia. As manifestações acontecem em
todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Ao todo, manifestantes
foram às ruas em 147 cidades. Jornais e sites estrangeiros noticiaram as
manifestações, que também aconteceram fora do país: em Nova York, cerca de 100
pessoas estiveram na Union Square e em Paris, 20 pessoas se encontraram na
praça da Reine Astrid, a poucos metros da embaixada brasileira. Pouco antes das
19h, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto
(Secretaria-Geral da Presidência) foram designados pela presidente Dilma
Rousseff a darem uma entrevista coletiva para fazer uma avaliação das manifestações
e anunciaram um pacote anticorrupção “em breve”. Durante pronunciamento de
ministro, moradores de várias cidades brasileiras fizeram panelaços. O verde e
amarelo deu o tom dos protestos, com manifestantes vestindo camisetas da
seleção e carregando a bandeira brasileira. Por todo o país, se viu faixas
pedindo o fim da corrupção, o impeachment da presidente Dilma e até mesmo a
intervenção das Forças Armadas, mas de maneira geral o público gritava palavras
de ordem contra a situação política e econômica do país. Em vários momentos
eles cantaram o Hino Nacional. Apenas em
São Paulo, um milhão de manifestantes fecharam a Avenida Paulista, segundo
números da Polícia Militar às 15h05. Foi o maior do país. Muitos manifestantes
seguraram bandeiras, vuvuzelas, cartazes e faixas de repúdio à corrupção com as
palavras “Basta”, “Vem pra Rua”, “Fora Dilma”, “Vamos dar um basta nisso”.
Alguns usavam nariz de palhaço. O ato seguiu pacífico, reunindo jovens, idosos
e famílias com crianças. Uma manifestante chegou a fazer topless e chamou
atenção no meio da multidão. A PM informou que ao menos 24 pessoas foram
detidas durante o protesto na cidade. No Rio, cerca de 25 mil pessoas, segundo
a PM, e 100 mil, de acordo com os organizadores, tomaram a Praia de Copacabana,
na Zona Sul, para protestar contra o governo. Cerca de 800 policiais militares
fizeram o policiamento da orla do bairro. Os integrantes do protesto levavam
cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava
Jato. O trânsito foi totalmente impedido na Avenida Atlântica. Algumas agências
bancárias colocaram tapumes por precaução, alguns comerciantes também fecharam
suas lojas. Em Niterói, um grupo de 300 manifestantes também participou de uma
passeata na Praia de Icaraí. No interior do estado, a cidade de Volta Redonda
também foi palco de um protesto. Em Brasília,
logo no início da manhã, as pessoas já se concentravam em frente ao Museu da
República. Antes de chegarem ao local, os manifestantes eram revistados pela
Polícia Militar. Às 10h30m, iniciaram uma caminhada em direção ao Congresso
Nacional. De acordo a PM, cerca de 45 mil pessoas participaram do ato. Para os
organizadores, esse número chegou a 150 mil. Boa parte da manifestação ocorreu
em frente ao Congresso. Um grupo entrou dentro do espelho d’água e começou a
balançar uma faixa verde e amarela. Outras pessoas carregavam cartazes com
frases como “chega de tanto roubo” e “queremos o Brasil livre da corrupção”. A
PM fez um cordão de isolamento no local e a manifestação seguiu pacífica.
Uma jaula foi montada durante a concentração
para colocar as fotos e os nomes dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) por envolvimento nas denúncias da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro
e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram homenageados pelos
manifestantes, que afirmaram que eles mereciam ser lembrados pela coragem que
tiveram de denunciar os escândalos de corrupção na Petrobras. Alguns ministros
do STF, porém, não foram poupados das críticas. Do alto de um dos trios
elétricos, organizadores gritaram palavras de ordem contra Ricardo Lewandowski
e Dias Toffoli. Por volta das 13h, os organizadores do evento distribuíram três
mil rosas brancas, que foram deixadas no espelho d’água. Alguns manifestantes
entregaram as flores para os policiais. A manifestação se dispersou e as
pessoas começaram a voltar para a Rodoviária do Plano Piloto, onde cantaram
mais uma vez o Hino Nacional e encerraram o protesto. Em Belo Horizonte, a
Praça da Liberdade, tradicional ponto na Zona Sul da cidade, foi tomada por
milhares de manifestantes no período da manhã. Segundo estimativas da PM, cerca
de 24 mil pessoas estiveram no local para reivindicações, contra 40 mil segundo
os organizadores. Em um movimento pacífico, com perfil familiar, o ato começou
a ganhar grandes proporções a partir das 10h. Apoiados por um carro de som,
além de pandeiros, apitos e buzinas, palavras de ordem foram entoadas diversas
vezes, como “Fora, PT”, “Fora, Dilma”, e “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou para a roubalheira,
ou paramos o Brasil”. Também foram tocadas canções, como “Que País é Esse”, do
Legião Urbana, e o Hino Nacional. A Polícia Militar estima em 8 mil pessoas o
número de manifestantes que estiveram presentes na praia de Boa Viagem, cartão
postal do Recife. O grupo caminhou por pouco mais de um quilômetro. Na
manifestação em defesa de Dilma e da Petrobras, ocorrida dois dias antes, no
Centro da cidade, a PM informou que foram 1.500 presentes. Os manifestantes
cantaram o Hino Nacional e de Pernambuco. Três trios elétricos foram colocados
na avenida, que por mais de uma década foi palco do carnaval fora de época
Recifolia. Diferentemente do axé daquela época, a trilha sonora tinha
“Indignação”, do Skank e “Caminhando”, de Geraldo Vandré, considerada um hino
das manifestações petistas de outrora. Em São Luís, no Maranhão,
aproximadamente 3 mil pessoas, segundo estimativa da PM, participaram dos
protestos. Os organizadores calcularam 4 mil pessoas no ato. A concentração
começou às 9h, na praia de São Marcos, na orla da avenida Litorânea. Às 10h30m,
os manifestantes começaram a passeata de 6 quilômetros em direção à lagoa da
Jansen, no bairro São Francisco, ocupando apenas uma das pistas da Litorânea
até chegar à praia da Ponta d’Areia e à Lagoa, onde os manifestantes se
dispersaram, pouco depois das 12h. O “Fora Dilma”, em Belém, reuniu mais de 10
mil pessoas. Servidores públicos, empresários, maçons e estudantes participaram
do ato. Sindicatos também aproveitaram para cobrar melhores condições de
trabalho, controle da inflação e dos impostos. Tudo isso motivou mais de três
horas de manifestação pelas ruas do centro da capital paraense. Panelaços,
apitaços, vaias e cartazes criticavam o governo e a corrupção. davam a
diversidade de ideologias e interesses. Havia apoios isolados à volta do regime
militar. Centenas de
pessoas protestaram no Farol da Barra, em Salvador. A concentração no local
começou por volta das 9 horas, e os manifestantes seguiram em direção à estátua
do Cristo, em Ondina. A PM estima que cerca de 4 mil pessoas estejam no evento.
Já os organizadores acreditam que foram 5 mil. Em Vitória, no Espírito Santo, o
protesto reuniu 100 mil pessoas, de acordo com a secretaria estadual de
segurança pública do Estado. Já em Natal 5.500 pessoas segundo contagem da PM.
Três mil e 800 pessoas, segundo os organizadores, e 3 mil, segundo a PM
participaram da manifestação no Piauí. Os manifestantes fizeram o enterro de um
boneco. de Dilma Rousseff. No Rio Grande do Sul, a concentração começou no
Parque Moinhos de Vento, um reduto de classe média alta da cidade, e percorreu
várias ruas centrais até chegar ao Parque da Redenção. Segundo os organizadores,
entre 50 mil e 60 mil pessoas marcharam contra o governo pelas ruas de Porto
Alegre. O Centro de Comando Integrado (Ceic) estimou o público em 30 mil
pessoas. A Brigada Militar (BM), entretanto, avaliou que o público envolvido na
manifestação superou as 100 mil pessoas. Em várias cidades do interior do Rio
Grande do Sul também houve manifestações. Em Novo Hamburgo, na região
metropolitana, cerca de 10 mil pessoas segundo os organizadores e 2 mil de
acordo com a BM interromperam o trânsito da BR 116 por quase uma hora no final
da tarde. O congestionamento chegou a 3 quilômetros. Em Caxias do Sul, o
protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas. Em Santa Maria, 5 mil manifestantes
marcharam pelas principais ruas da cidade para protestar contra o governo e pedir
o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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