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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

OS MINISTÉRIOS NO NOVO TESTAMENTO - A HISTÓRIA DA IGREJA - DUNCAN REILY

Mesmo dentro do Novo Testamento, como vimos, há evidência de uma considerável evolução nos conceitos de ministérios, e especialmente nos títulos dados aos diversos ministérios. Dissemos acima que Ef 4.11 marca a transição. Nesse versículo, duas fases de ministérios podem ser distinguidas: apóstolos*, profetas e evangelistas representam a fase missionária, itinerante, carismática. Pastores e doutores são servos especialmente na igreja local. A Didaquê, antigo manual para catecúmenos (candidatos ao batismo), também ilustra esta transição. Didaquê, capítulo 15: "Elegei, então, para vós mesmos, bispos e diáconos, dignos do Senhor, varões mansos e não amantes de dinheiro, verdadeiros e aprovados, porque também eles vos ministram os serviços dos profetas e mestres". 4) Há uma coisa final a notar. Não há distinção de sexo entre aqueles que exercem dons e ministérios na Igreja de Cristo (Gl 3.28). A única passagem que examinamos que de qualquer forma se refere ao sexo menciona especialmente dois tipos de ministérios femininos, a saber, as diaconisas (I Tm 3.11) e a importante ordem das viúvas (I Tm 5.3-16), cuja descrição ocupa duas vezes mais espaço do que a do bispo. É provável que encontraríamos exemplos de todos os dons e ministérios exercidos especificamente por mulheres, o que também pode ser assunto para a discussão da classe. Podemos citar rapidamente alguns exemplos. Nas listas mais formais de ministérios, apóstolos sempre vêm em primeiro lugar: pois Paulo identifica Júnia como apóstola com distinção (Rm 16.7). Seguem os profetas (e profetizas): o evangelista Filipe, por exemplo, teve "quatro filhas donzelas, que profetizavam" (At 21.9; cf. At 2.17). Mulheres ensinavam e exortavam, a exemplo de Priscila, à qual, junto com seu marido Áquila, cuidava (pastoreava?) da comunidade cristã em Éfeso, onde também ensinou a Apoio "mais pontualmente o caminho de Deus" (At 18.26). E o que dizer de Dorcas, cujas caridades tanto comoveram a comunidade de Jope (At 9.36-41)? Marta representa aquelas mulheres teólogas (doutoras) que tiveram a sensibilidade de perceber quem era Jesus, muito antes da sua morte e ressurreição: "Creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus" (Jo. 11.28; Jo. 4.30-42). A lista já vai se tornando longa... Os caps. 11 e 12 da Didaquê tratam especialmente desse ministério local (de bispos e diáconos) lado a lado (embora aparentemente de menor importância para o autor desconhecido do Didaquê) como carismático. Para evitar delongas, não citaremos uma passagem de mártir Inácio de Antioquia, o qual insistia na necessidade de um ministério em três ordens, bispo, presbítero, diácono. I Timóteo já assume, no entanto, esta hierarquia, mas interessantemente menciona também diaconisas e descreve detalhadamente a ordem das viúvas, deixando muito evidente a importância dos ministérios femininos na Igreja antiga. Qual é o sentido dessa transição e eventual (quase) substituição do ministério de dons e ministérios pelo ministério de ordens e hierarquia? As respostas não são tão fáceis, mas algumas respostas podem ser pensadas. 1) Certas funções essenciais tinham que ser exercidas na igreja pela sua própria natureza. Para o exercício destas funções, pessoas tinham que ser encontradas. A função da proclamação, a do ensino, a presidência do culto e sacramento, do serviço à comunidade da fé e à comunidade maior eram indispensáveis, de modo que pouco a pouco assumiram formas mais definidas e institucionalizadas. 2) É provável que alguns dos ministérios que surgiram na Igreja tenham tido modelos na sinagoga judaica. Alguns estudiosos encontram no HYPERÉTES (At 4.20, onde ele é chamado de "ministro") o bispo; outros o vêem como o modelo do diácono. O ancião ou "presbítero" era figura importante na vida pública e religiosa de Israel, como o era em Roma (o Senado era a assembléia dos anciãos etc). Curiosamente, nosso termo senil vem da mesma raiz. A necessidade sentida de se ter um ministério estável para a Igreja local resultou na adoção de um ministério em três ordens: bispo, presbítero e diácono, bem como de diaconisas e viúvas. É bem possível, porém, que estas "ordens" tenham tomado como modelos respectivamente o sumo sacerdote, o sacerdote, e o levita. 3) Especialmente a partir do meado do segundo século, a Igreja foi perturbada pelas novidades doutrinárias* dos gnósticos*. Nesse ambiente de confusão doutrinária* o bispo (que era o pastor da igreja local) assumiu a função de defensor da fé (preservador da pura doutrina*) e símbolo da unidade da Igreja. No mesmo período, em meio à perseguição romana, o bispo, como chefe da Igreja local, era também o alvo da mais feroz opressão. O martírio corajoso de pessoas como Policarpo, o bispo de Esmirna, Inácio, bispo de Antioquia, e o velho Potino, bispo de Leão, reforçou o prestígio do bispo.

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