3ª AULA: EVOLUÇÃO DO TERMO TEOLOGIA - INTRODUÇÃO A TEOLOGIA - CENTRO DE FORMAÇÃO APOSTÓLICA
No cristianismo, isso se dá a partir da Bíblia. O teólogo cristão
protestante suíço Karl Barth definiu a Teologia como um "falar a partir de
Deus". O termo "teologia" foi usado pela primeira vez por
Platão, no diálogo "A República", para referir-se à compreensão da
natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria
da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles
empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados: Teologia como o
ramo fundamental da filosofia, também chamada "filosofia primeira" ou
"ciência dos primeiros princípios", mais tarde chamada de metafísica
por seus seguidores; Teologia como denominação do pensamento mitológico
imediatamente anterior à filosofia, com uma conotação pejorativa e, sobretudo,
utilizada para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e
Ferécides de Siro). Santo Agostinho tomou o conceito de teologia natural da
obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de Marco Terêncio Varrão, como
a única teologia verdadeira, dentre as três apresentadas por Varrão - a mítica,
a política e a natural. Acima desta, situou a Teologia Sobrenatural (theologia
supernaturalis), baseada nos dados da revelação e,. A teologia sobrenatural,
situada fora do campo de ação da filosofia, não estava subordinada, mas sim
acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a
primeira na compreensão de Deus. Teodiceia, termo empregado atualmente como
sinônimo de "teologia natural", foi criado no século XVIII por
Leibniz, como título de uma de suas obras (Ensaio de Teodiceia. Sobre a bondade
de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal), embora Leibniz utilize
tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a
existência do mal e justificar a bondade de Deus. Outra vertente da Teologia,
denominada "Via Remotionis" (ou Teologia Negativa), defende a
incognocibilidade de Deus por meio da linguagem racional. O caminho dessa
Teologia é apresentar predicados opostos (tais como claro e escuro, bom e mau)
e falar que Deus não é nem um lado nem o outro. Começa-se por predicados mais
concretos, da realidade terrena, e prossegue-se por predicados cada vez mais
abstratos. Com a sucessão dessas sentenças, procura-se passar a ideia de que
Deus não está no campo do dizível (campo da linguagem), mas em uma esfera
superior a essa, acessível pela experiência mística. Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a
teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana.
Esses dados são organizados no que se conhece como teologia sistemática ou
teologia dogmática. Há no século XXI, há uma teologia pós-moderna, engatinha-se
uma sociedade de cultura pós-moderna, a teologia como “discurso”, “estudo”,
tende a perder significado e importância. A teologia se vê ameaçada com as
mudanças que incidem sobre ela e sobre a igreja cristã. O dogma fundamental da
modernidade, que estabelecia o sujeito e a razão crítica como fonte de
interpretação, conhecimento e aceitação das verdades, acaba ruindo por excesso
dessa mesma razão moderna. Ela sofisticou-se de tal maneira que foge do
controle da razão normal das pessoas, deixando em seu lugar a aceitação ou
rejeição subjetiva, arbitrária. Quando se extrema a racionalidade, cai-se na
irracionalidade, pois não sendo capaz de acompanhá-la, não nos resta senão
aceitá-la ou rejeitá-la também sem razão.
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