PASTORES SE UNEM A POLICIAIS PARA COMBATER A CRIMINALIDADE
Autoridades esperam que a
religião possa ajudar a conter a taxa de homicídios de sua cidade. “Operação
Bom Pastor” este é um ministério cristão de evangelismo iniciado pelo
Departamento de Polícia do Alabama, que coloca pastores cristãos em cenas de
crime para aconselhar e orar com vítimas e testemunhas. Um porta-voz do grupo de
policiais responsáveis pela iniciativa afirmou que o programa é uma forma de
recuperar a confiança da comunidade. Ele não esconde que o principal motivo e
evangelizar. Eles acreditam que somente uma mudança de vida, baseada no
cristianismo, vai reduzir a criminalidade. A violência aumentou muito na cidade
de Montgomery, a pioneira no projeto. Ela está entre as três com maior taxa de
violência armada e a sexta maior taxa de homicídios do país. Além disso, o
abuso de drogas e álcool está quase fora de controle. Como consequência, o
índice de encarceramento é o terceiro maior do país. Isso resulta em muitas
crianças com um dos pais na prisão, gerando uma perpetuação do ciclo de
violência. Em 2013, 39 pessoas já foram assassinadas em Montgomery, na sua
grande maioria negros. Com uma população de 200 mil, esses números fazem com
que o Montgomery esteja entre as cidades mais violentas per capita no país. Se
as coisas continuarem neste ritmo, 2013 será o ano mais violento da cidade em
quatro décadas. E um dos anos mais violentos para a população de habitantes
negros desde que a escravidão acabou nos EUA. O pastor Billy Irvin foi o orador
na cerimônia de encerramento do treinamento da primeira turma. São 37 pastores
que a partir deste mês verão em primeira mão cenas de crime. Por isso, precisam
estar preparados. Eles terão a oportunidade de ajudar pessoas que passam por um
sofrimento extremo. O chefe da polícia de Montgomery, Kevin Murphy, comemora:
“O que queremos fazer é aliar o Departamento de Polícia com a comunidade
religiosa. O que estamos vendo hoje é fruto de sementes plantadas há muito
tempo. Eu realmente acredito que tem havido uma ruptura nas famílias. Nossos
jovens estão crescendo sem direção”. O policial David Hicks, o idealizador do
projeto, disse: “Sempre que você encontrar um grupo de pessoas cujas vidas
foram afetadas negativamente, temos a oportunidade de mostrar-lhes o tipo de
amor e compaixão que todos os seres humanos precisam”. Por sua vez, Baxter E.
Morris, capelão oficial da polícia local também está contente: “Há uma grande
oportunidade evangelística. Nos tornaremos respostas à crise, determinando as
necessidades espirituais e tendo condições de compartilhar as palavras de
Cristo. ”Obviamente, surgiram questionamentos se o programa é legal, do ponto
de vista constitucional. Grande parte dos custos desse ministério de
evangelismo policial é financiado pelos contribuintes. Embora os pastores sejam
todos voluntários e não receberão pelo serviço, demanda tempo dos policiais que
muitas vezes terão de acompanhá-los por questões de segurança, além de custos
administrativos. Já existem programas similares em andamento nas cidades de
Dayton, no Ohio e Arlington, no Texas. Consultado pela revista The Atlantic,
Erwin Chemerinsky, da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia,
esclarece. “O governo não pode tomar medidas que pareçam endossar uma religião.
Usar pastores desta forma viola justamente esse aspecto legal”. Há muito
questionamento sobre a eficácia de um programa como a Operação Bom Pastor. O
Chefe Murphy é sincero: “Olhe bem, eu não sou criminologista, mas se podemos
semear algumas boas sementes hoje, veremos seus frutos amanhã. Pode demorar
alguns anos para isso aparecer. Foram tantos anos vendo as pessoas derrubarem
valores morais atrás, só agora estamos sentindo os efeitos”. Ele faz uma
ressalva “Não pense que vamos deixar de fazer o policiamento tradicional
também. Vamos prender as pessoas que infringem a lei… elas continuarão indo
para a cadeia”. No Brasil um projeto pioneiro foi iniciado na PM Brasília. Com
o nome oficial de “Programa de Educação Moral”, o objetivo é oferecer aos
policiais cursos que seguem o currículo da “Universidade da Família” para
ajudá-los a lidar com problemas pessoais e profissionais. Com informações de
The Atlantic.
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