O PERÍODO DOS MACABEUS - A HISTÓRIA DA IGREJA - DUNCAN REILY
Surge
assim o período chamado dos Macabeus, pois Matatias e seus filhos foram
forçados à ação de guerrilha. O primeiro filho, Judas, liderou o povo nesta sua
luta contra um helenismo imposto. Seu sucesso contra os destacamentos sírios
lhe deu o apelido de Macabeu (MAKKABI), o "martelador". Ele e seus
seguidores investiram contra Jerusalém, onde, a 25 de dezembro de 165 a.C, ele
purificou o Templo e reinstituiu os sacrifícios diários, onde durante os 3 anos
anteriores queimavam-se sacrifícios a Zeus, o chefe do panteão grego. A
purificação do templo deu ocasião à festa chamada HANUKKAH ou da Dedicação (cf.
João 10.22). Ele havia conseguido a liberdade religiosa, mas quis conquistar
também a independência política. Morto em batalha, Judas foi sucedido por seu
irmão, Jônatas, e este por Simão. Simão conseguiu pela diplomacia (142 a.C.) o
que seus irmãos buscavam pelas armas, a independência da sua pátria. Talvez
como transição podemos destacar os fariseus. No período dos Macabeus, os
fariseus eram vistos com muito bons olhos; eram tidos como um partido do povo,
ou seja, essencialmente democráticos. Sua insistência na observação minuciosa
da lei era vista como resistência ao inimigo, o governo sírio que quisera
forçar o helenismo* e destruir o judaísmo. A guarda do sábado, a recusa de
comer porco, a circuncisão do filho ao oitavo dia — tudo isso era rebelião
contra a imposição do inimigo. Eram vistos como homens de convicção, de fibra e
de caráter a toda prova. Mas, no tempo de Jesus — que é nosso próximo momento o
fariseu já projetava uma outra imagem. Ele não era mais visto como do povo e
nem amigo do povo. Não era da classe mais alta (esta era reservada aos
saduceus), mas sua longa tradição de uma observação meticulosa da lei o havia
transformado em um rancoroso desprezador de todos aqueles que não quiseram ou
não puderam guardá-la com igual rigor. Os galileus, em geral mais atrasados e
muito menos rigorosos na observação da lei, eram objetos de seu desdém (cf. Jo.
1.46).
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