Nem todos os cristãos que fugiram de Mossul, na ocasião em que o Estado
Islâmico invadiu a cidade, estão dispostos a retornar às suas casas. A dúvida
surge quando eles pensam nos dois anos em que estiveram fora e no quanto o
cenário pode ter mudado em seus bairros. Atualmente, muitos vivem no Curdistão,
milhares de famílias buscaram refúgio na Jordânia e no Líbano, enquanto outros
deixaram o Oriente Médio para começar uma nova vida em outras nações, como
Canadá, Austrália e Grã-Bretanha. Ammar* é um líder cristão caldeu que fugiu da
cidade de Qaraqosh e que está disposto a retornar assim que possível. Da região
de onde ele veio, viviam cerca de 60 mil cristãos até o verão de 2014. “Que
sejamos capazes de retornar às nossas casas e cidades em breve”, disse ele.
Tabhet*, outro líder, compartilha do mesmo desejo: “Quero voltar para a colina,
ao lado de Santa Bárbara, onde ainda existem as ruínas sírias de templos
antigos. Será para mim uma das maiores alegrias poder realizar um culto ao ar
livre e estar com os irmãos novamente”, afirma. Poulos* revelou certo receio:
“Já nos advertiram que é possível que tenham minas em nossas casas. Depois que
as aldeias forem liberadas, ainda poderá levar alguns meses para finalmente
fazermos a primeira visita”, alertou o líder que mantém contato com alguns
amigos de Bashiqa, sua cidade natal. Khalil*, um dos parceiros da World Vision
International, uma instituição que acolhe crianças atingidas pela guerra disse
que “nenhuma das 500 famílias que estão entre os refugiados da Jordânia,
considera a possibilidade de voltar para aquela região. “As ações do Estado
Islâmico ainda estão nos corações e mentes dessas pessoas”, apontou. Voltando
ou não, a verdade é que todos estão na expectativa do que poderá acontecer num
futuro próximo. “Mesmo com Mossul livre dos militantes extremistas, podemos ter
problemas por lá. Sabemos que haverá pobreza, falta de emprego e perseguição
aos cristãos”, disse uma cristã refugiada. “Independente do que aconteça, eu
quero voltar para lá e a primeira coisa que vou fazer é procurar uma igreja, se
ainda houver alguma, vou entrar e orar. Só depois disso vou ver o estrago que
fizeram à cidade para saber o que será necessário reconstruir. Com a ajuda de
Deus nós vamos vencer essas dificuldades”, conclui Poulos. *Nomes alterados por
motivos de segurança. Pedidos de oração: Ore pela atuação situação do Iraque,
em especial, pela retomada de Mossul e pelos cristãos que estão dispostos a
voltar para suas casas. Interceda pelos soldados que ainda estão em batalha
contra o Estado Islâmico; que eles sejam estratégicos e que Deus os proteja. Ore
por todas as famílias deslocadas, em especial por aquelas que vivem em barracas
com suas crianças. Que Deus seja o seu auxílio na hora de tomar decisões.
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