IGREJA QUE NÃO FAZ MISSÕES, TEM QUE NASCER DE NOVO, AFIRMA MISSIONÁRIO JUAN CARLOS BOGGIANO LEMBRA QUE “TODOS SOMOS CONVOCADOS PARA LEVAR O EVANGELHO, SEM DISTINÇÃO DE IGREJAS E DENOMINAÇÕES, PRECISAMOS NOS UNIR PARA FAZER A OBRA”.POR CRISTIANO MEDEIROS
Pastor Juan Carlos Boggiano (37), peruano, está à frente da Igreja
Quadrangular do Peru – Rei dos Reis, na cidade de Arequipa, local onde
desenvolve um trabalho missionário, que além de levar o evangelho atende
pessoas carentes e deficientes físicos. A liderança da igreja (que não é
filiada a Igreja Quadrangular do Brasil) é compartilhada com pastor Juventino
Arrendondo, mexicano. Ambos atuam no ministério local e também buscam apoio
para manter a obra. Em conversa com o Gospel Prime, Juan convida as pessoas a
visitarem a obra desenvolvida no Peru. “Uma coisa é falar, outra é você
visualizar a realidade da obra missionária”. Ele comentou que a Assembleia de
Deus no Brasil tem auxiliado. “Várias pessoas têm ajudado a manter esse
projeto. Deus prometeu que levantaria grandes servos para ajudar. Desta forma o
Senhor tem nos abençoado grandemente”, declarou. A igreja peruana iniciou suas atividades há três anos sem nenhuma
estrutura física e mão-de-obra humana. “Hoje são cerca de 70 membros e com
pequenos grupos evangelísticos alcançamos muitas famílias. Temos encontro de
casais, jovens, escola bíblica, crianças. No ano passado foram batizadas 17
pessoas. Estamos realizando um trabalho assistencial nas escolas através de
doações de computadores para alunos carentes, assim eles podem apreender com
mais facilidade”, comentou o missionário. Atualmente a igreja mantém um
trabalho nas Cordilheiras dos Andes, há 250 km da região central de Arequipa.
Duas vezes ao mês atendem a pessoas doentes, cadeirantes, e deficientes
físicos. Após o terremoto, que atingiu o local em 2015, foram doadas dez
cadeiras-de-rodas para pessoas necessitadas. “Nossa vida está totalmente
debaixo da dependência do Senhor”. Juan deseja retornar ao Brasil para
construir uma igreja. Sua esposa o questionou o porquê de ser no Brasil. E sua
resposta foi que Deus o ordenou erguer uma igreja forte, que irá manter a
igreja no Peru. A família está intercedendo em oração e provavelmente será em
Campinas, estado de São Paulo. Crianças evangelizadasCrianças evangelizadas Realidade
das missões no Peru: As dificuldades são muitas no Peru. “Temos escassez de alimentos,
estradas destruídas, rios transbordando devido às enchentes, preço elevado,
precariedade na habitação e saúde, enfim são muitos os problemas”, desabafou
pastor Juan. O missionário acredita que a situação que o país enfrenta é devido
à resistência ao evangelho. “Tudo que está acontecendo é fruto da dureza do
coração do povo peruano. O Senhor retirou sua mão sobre o Peru. O governo
aprovou a ideologia do gênero, casamento homossexual, não aceitam o evangelho,
são idólatras, misticistas. Apenas 1% da população é evangélica. As pessoas só
aceitam o evangelho quando estão com suas vidas totalmente destruídas. Nosso
país precisa ver Deus agir. Creio na esperança de um real avivamento para todo
o Peru”. Pastor Juan comenta que uma igreja que não tem visão missionária, é
uma igreja que necessita nascer de novo. “Todos somos convocados para levar o
evangelho, sem distinção de igrejas e denominações, precisamos nos unir para
fazer a obra. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas. Nada adianta irmos à
igreja nos cultos durante a semana e no restante dos dias esquecer-se de Deus.
Devemos amar ao próximo como a nós mesmos”. Pastor Juan nasceu em lar cristão, em Piura, Peru. Sua mãe, Lucila
Farfan se converteu através de um programa evangélico americano que era transmitido
no Peru. Com dois anos de conversão, passando por problemas familiares, ela
decidiu entregar Juan a Cristo, se Carlos, seu esposo aceitasse a Jesus como
seu Salvador. Após o nascimento de Juan, Carlos se converteu. Na época Carlos,
engenheiro civil, construía uma grande casa para a família fazer festa e se
confraternizar. Mas este não era o plano de Deus. Com o passar dos anos a
residência começou a receber missionários, sendo que o primeiro recebido foi o
jovem Jesuel Alves, missionário da JOCUM, vindo de Santos, Brasil. Desde seus
14 anos Juan se sentia incomodado por Deus, como se Ele estivesse requerendo o
compromisso missionário de sua vida. Ele
se formou em engenharia geológica, e com a carreira trabalhou com a exploração
de minérios no Peru. Fuga e encontro com seu chamado: Na tentativa de fugir de
sua chamada missionária, com sete meses de casado, veio para o Brasil. Após
dois meses de sua chegada em São Paulo, sua esposa, viajou em seu encontro
trazendo um filho de cinco meses no colo e grávida. Ele e sua família tinham
apenas visto de turista, temporário. Um dia estava na Praça da Sé, desesperado
e chorando, disse consigo que não fugiria mais de seu chamado, mas pediu a Deus
que o ajudasse. Nesse momento ouviu uma voz o chamando seu nome. A princípio
não acreditou nesse chamado, depois a voz se repetiu. Era um velho amigo Manoel
Rivera. Ele lhe deu abrigo e apoio na Igreja Brasil para Cristo. Alguns meses
se passaram e o Senhor continuou o tocando sobre seu propósito missionário.
Trabalhando em uma empresa de sondagem iria viajar para um novo projeto, quando
Deus falou fortemente com sua esposa. O casal foi orar para seguir a vontade e
direção do Senhor. Juan não viajou e começou a congregar na Igreja Luz para as
Nações. Essa os enviou para as Missões Jocum, e após um período iniciaram
trabalho em várias frentes missionárias no Brasil e também na Bolívia. Após um
tempo seu pai ficou doente e retornaram ao Peru em 2009. Juan teve que voltar a
trabalhar na mineração para custear o tratamento de seu pai. Ele e sua esposa
abriram uma empresa de transporte de minerais. Deus voltou a falar com o casal
que era necessário depender dele. Em 2014 encerraram as atividades da empresa e
começaram a trabalhar na igreja local de forma integral. “Uma vez me
questionaram se com minha profissão já conseguiria sustentaria a obra. Eu
respondi que o Senhor me convocou para essa missão, e que os recursos ele nos
daria. Deus me queria em busca de almas”.
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