“TEMOS ORGULHO EM MORRER POR JESUS”, AFIRMAM LÍDERES CRISTÃOS EGÍPCIOS DURANTE ENTERROS DE MÁRTIRES, COPTAS BRADAVAM: "COM NOSSO SANGUE E ALMA, DEFENDEREMOS A CRUZ!" POR JARBAS ARAGÃO
Os cristãos do Egito, na maioria coptas, estão sofrendo grande pressão
após o assassinado de 29 fiéis, incluindo várias crianças. Ameaçados de
extermínio pelos jihadistas do Estado Islâmico e abandonados pelo governo, eles
dizem que irão resistir até o fim. “Temos orgulho de morrer sem negar a nossa
fé [em Jesus]”, disse o bispo Makarios, o principal líder copta de Minya, no
fim de semana. No sábado, homens armados forçaram os cristãos que estavam em
dois ônibus e uma caminhonete a caminho de um mosteiro a pararem. Retirados dos
veículos, ouviram que se não renunciassem sua fé e se convertessem ao islã,
morreriam. A notícia que nenhum capitulou, nem mesmo entre as crianças, e por
isso foram martirizados, enviou uma forte mensagem a todos os cristãos do país.
Milhares de pessoas ficaram do lado de fora do templo onde foi realizado o
velório coletivo. Expressando seu sofrimento e também tristeza pelas famílias
das vítimas, algumas manifestações mostram que o crime mexeu profundamente com
a igreja egípcia. “Com nosso sangue e alma, defenderemos a cruz!”, bradava um
grupo diante da Igreja da Sagrada Família, na aldeia de Dayr Jarnous. “Queremos
justiça ou morrer como eles”, ecoaram outros. Ouviu-se ainda uma frase que
mostra oposição direta ao credo islâmico: “Não há Deus senão Jeová, e o Messias
é Deus!”. Também chama atenção os relatos dos sobreviventes, que contam como as
crianças tentaram se esconder sob os assentos de ônibus para escapar dos
primeiros tiros. Um menino pequeno, com cerca de 6 anos, disse que sua mãe o
empurrou para debaixo de seu assento e o cobriu com um saco, explica a rede
CBC. Uma jovem que se recupera no hospital disse que os agressores roubaram
todas as joias e dinheiro que conseguiram antes de abrir fogo, matando os
homens primeiro e depois algumas das mulheres. Conquista jihadista: Desde o
final do ano passado, quando anunciaram ao mundo que estavam chegando no Egito
para conquistar, soldados do Estado Islâmico já mataram mais de 100 cristãos em
uma série de ataques separados, incluindo atentados a igrejas e assassinatos
premeditados. O governo egípcio deu uma resposta tímida à onda de violência,
decretando estado de emergência após as explosões durante a Páscoa. No final de
semana realizou uma série de ataques aéreos contra supostas bases do Estado
Islâmico na vizinha Líbia, mas sem eficácia comprovada. Os coptas reclamam que
o governo não está fazendo o suficiente para protegê-los de radicais e punir os
responsáveis. Entre as muitas famílias que fugiram da Península do Sinai, ao
Norte, a queixa é que não tiveram qualquer ajuda governamental para que possam
recomeçar. O caso mais conhecido é o de Nabil Saber. Ele saiu da aldeia de
Al-Arish com a família e tentou se estabelecer em Port Said em fevereiro. Sem
emprego nem apoio do governo, decidiu voltar para sua antiga casa e acabou
morto pelos jihadistas. Diferentes líderes mundiais condenaram o massacre de
cristãos pelo Estado Islâmico, desde o Papa até o presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, mas nenhuma ajuda financeira foi oferecida aos refugiados
da Península do Sinai nem às famílias das vítimas. A mídia deu bastante espaço
para mostrar a morte de crianças que se estavam em um show de música na
Inglaterra semana passada, mas pouco se falou sobre as crianças que foram
mortas enquanto iam para a oração. As motivações dos assassinos nos dois casos
foi a mesma, mas ainda assim esconde-se do grande público que trata-se da mesma
guerra contra os “infiéis não islâmicos”. Com informações Christian Post
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