CONFIRA ABAIXO A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA CONCEDIDA PELO PASTOR MARCO FELICIANO À REVISTA EXIBIR GOSPEL:
Como foi sua infância em
Orlândia? Eu sou filho de José Antonio Novo e Lucia Maria Feliciano. Tive uma
infância humilde e desde pequeno precisei trabalhar como vendedor de picolé
para ajudar em casa. Eu lembro muito bem que no meu aniversário de sete anos
fui presenteado pelo meu pai com uma caixa de engraxate. Ele disse que o
trabalho ajudaria na formação do meu caráter. Quando teve início sua jornada
espiritual? Eu me converti aos 13 anos. Antes já havia sido coroinha. O desejo
no coração de conhecer mais a Deus me levou a buscar profundamente o
conhecimento do Senhor. Por isso sou formado no curso de teologia da Faculdade
Teológica de Ciências Humanas e Sociais (FAETEL), e pós-graduado no Seminary
Hosanna and Bible School, onde obtive meu Mestrado em Teologia com honras. E
como veio o chamado pastoral? Foi quando entrei pela primeira vez numa
Assembleia de Deus, ainda no interior de São Paulo. Ao ouvir o pregador, meu
coração disparou e naquele momento eu sabia que seria um pastor. Hoje sou
pastor presidente da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, sediada em
Orlândia, denominação que já conta com seis templos. Tem sido uma bê nção!
Milhares de vidas foram tocadas através dos sermões que preguei em mais de 60
países do mundo, em todos os continentes, e em mais de 1.600 cidades no Brasil.
Por que o senhor decidiu ingressar na política? Para desfazer um erro que
cometi no passado: preguei contra a igreja se envolver com política. E, nesse
ínterim, vi nascer a PLC 122, que é a Lei da Homofobia, um absurdo que até hoje
apavora os pastores e padres do Brasil. Faltaram homens determinados a bloquear
estas ameaças e me senti culpado por isso. Então, como nunca é tarde pra se
arrepender de algo errado, eu resolvi me candidatar e provar a todos que é
possível ser um político e continuar comprometido com a retidão e cheio do
Espírito Santo. Quais são as lutas que o senhor trava na Câmara Federal? Como
evangélico, estou sempre envolvido no enfrentamento do ativismo pró-gay,
pró-aborto e pró-descriminalização das drogas, entre outros. Por que o senhor é
contra a criminalização da homofobia? Sou contra qualquer tipo de crime,
crueldade e preconceito contra quem quer que seja, todavia é uma falácia dizer
que o Brasil é um país homofóbico. Fiz um estudo que mostra que dos 50 mil
assassinatos no Brasil em 2010, 270 foram tidos por crimes de homofobia. Mas
70% destes eram crimes passionais, provocados por parceiros gays. Na verdade,
querem usar essa ‘cortina de fumaça’ para esconder o verdadeiro intuito deste
projeto, que é desestruturar a família em sua base. Não houve exagero na reação
dos evangélicos à Lei da Homofobia? Ela realmente é uma forma de censura? Não
há exagero algum! O PLC 122 é um engodo e dentro dele existe um sem número de
ataques diretos ao direito de expressão, de liberdade religiosa e à fé cristã.
Um dos artigos da Lei da Homofobia diz que qualquer publicação tida como
preconceituosa à prática homoafetiva deve ser censurada. Bom, o que faremos com
a Bíblia? Além disso, imagine se ela for aprovada: se duas pessoas do mesmo
sexo entraram numa igreja e pedirem o casamento, o sacerdote terá de celebrar a
cerimônia; caso se negue, irá para prisão como crime inafiançável. Há muitas
outras aberrações. Eu quero enfatizar que os homossexuais não são o problema. O
ativismo gay é o problema. Muitos especialistas diferenciam o casamento
religioso da união civil. Há um entendimento de que, no caso da união civil,
não cabe ao Estado negar esse direito com base em princípios religiosos. O
senhor discorda? De fato, há uma diferença. Não há como negar que no caso de
pessoas que criam um patrimônio juntas, na morte de uma, a outra merece ficar
com a herança. Porém, o que eu vejo é uma porta aberta para que outros intentos
sejam conquistados. Se dermos a mão, vão querer o pé, e se dermos o pé… O
senhor e outros deputados estão em constante luta contra o lobby LGBT. É
possível fazer isso sem cair no puro preconceito? De nossa parte, sim. Mas da
parte de lá… Os ativistas gays seguem uma agenda mundial e são doutrinados pelo
fascismo, uma doutrina cujo maior ensinamento é: ‘transforme seu inimigo em um
monstro’. O fascismo diz: apelide o seu inimigo com uma palavra preconceituosa,
como homofóbico, porque uma mentira dita muitas vezes, e com ênfase, torna-se
uma verdade. Sofremos isso, mas não nos intimidamos. Nosso país é conservador!
Na Câmara Federal, o senhor denuncia uma “conspiração global” que pretende
desestabilizar a família. O que é essa conspiração? O mundo globalizado nos
transformou em uma grande aldeia. O Brasil segue a Organização das Nações
Unidas (ONU), que é progressista e obriga os países a caminharem de acordo com
suas expectativas. É de conhecimento de quem estuda política que os recursos
naturais estão se extinguindo, e, para preservá-los, há o pensamento obscuro
que diz ser necessário brecar o crescimento populacional. E de que forma? Com
leis a favor do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo… A
descriminalização do aborto sempre aparece na pauta do Congresso de forma
disfarçada. Qual é a fonte dessas tentativas camufladas de liberar o aborto no
Brasil? Isso vem do Partido dos Trabalhadores (PT), o partido que governa esse
país há tantos anos. Basta entrar no site do PT para conferir. Qualquer um pode
entrar ali e confirmar que no plano de governo deles a descriminalização do
aborto é apresentada como meta a ser alcançada! E isso é defendido sob a
mentira de que o aborto é uma questão de saúde pública. Querem nos transformar
em infanticidas! Como o senhor avalia declarações do líder da Igreja Universal,
bispo Edir Macedo, em favor do aborto? Embora eu respeite a trajetória
religiosa e o histórico pessoal do bispo Edir Macedo, as declarações dele sobre
esse assunto foram irresponsáveis e negligentes. Nos EUA muitos conservadores
se convenceram da ineficiência da “guerra às drogas” e hoje defendem a
legalização delas. Até o pastor ultraconservador Pat Robertson declarou ser
favorável à legalização da maconha. Qual é sua posição sobre o tema? Jogar a
tolha nos torna covardes. Legalizar a maconha ou qualquer outro tipo de droga é
assinar um atestado de mediocridade. O que precisamos é de iniciativas de
prevenção, políticas públicas que façam os brasileiros entenderem que vivemos
uma epidemia! Quando enxergarmos as drogas como uma epidemia talvez acordemos.
O que seria, então, a solução ideal para a questão das drogas? É preciso
endurecer ainda mais nosso código penal em cima dos narcotraficantes, e não
legitimá-los. Não há outra alternativa. Porque legalizar seria como deixar
nossos filhos saltarem de um avião sem paraquedas. Você consegue imaginar um
pai saindo no portão de sua casa e dando de cara com um marmanjo fumando
maconha na frente de seus filhos? Consegue imaginar alguém cheirando uma
carreira de cocaína na frente da sua casa, e isto de forma legalizada? É
inaceitável! O deputado Audifax Barcelos apresentou projeto de lei para que
apenas as igrejas que tiverem transparência em suas contas tenham isenção fiscal.
O senhor concorda? Eu concordo em gênero, número e grau! Tenho recebido
denúncias de denominações que são usadas para lavagem de dinheiro. Se houvesse
uma prestação de contas mais apurada, como diz a proposta do nobre deputado
Audifax, denúncias como essas sequer existiriam. O senhor defende a
obrigatoriedade do ensino religioso. Não é uma interferência do Estado numa
área da vida da criança que cabe apenas a família? Que família? Esta do século
21 na qual o pai e mãe trabalham em excesso, e a baba eletrônica, que é a TV,
doutrina seus filhos? Esta família destruída? Esta família desestruturada na
qual cada um fica em um cômodo da casa, com seus eletrônicos nas mãos, todos
viciados em Facebook, Twitter, MSN? Não é ingerência, é prevenção! As crianças
que são criadas num ambiente de respeito ao divino e ao sagrado escapam das
drogas, da prostituição, e tornam-se seres humanos melhores. Isso é fato. Como
avalia a atuação da Frente Parlamentar Evangélica? Poderíamos ser mais
eficazes. Se todos os membros da bancada focassem apenas no combate aos males
que atingem a família, acredito que seríamos imbatíveis. Mas infelizmente
existem outros interesses políticos e há ainda aqueles que usam a plataforma
evangélica apenas para serem eleitos e depois nem votam conosco. Quais são suas
principais vitórias políticas até agora? Em dois anos de mandato, eu fui um dos
articuladores que conseguiram desestabilizar o famoso ‘kit gay’. E também
participei do esforço para que toda tentativa de legalizar o aborto fosse
bloqueada. Além disso, a Lei Geral da Copa teve nossa interferência direta
contra a venda de bebidas em estádios. Eu tenho conseguido, nas comissões em
que atuo, blindar a família e a igreja contra projetos perniciosos. E olha que
são muitos! Somente os ativistas gays têm cerca de 180 projetos que os
beneficiam tramitando nas comissões permanentes da Câmara dos Deputados. Quais
são seus principais desafios políticos para o futuro? A minha meta é a de
reconquistar o respeito e a credibilidade do parlamento brasileiro e implantar,
pela fé e com muito trabalho, o governo do justo na nossa nação tupiniquim.
Poderemos num futuro próximo eleger um presidente evangélico. Mas muitos
evangélicos estão angustiados diante de tantas notícias sobre corrupção e
impunidade em Brasília. O que o senhor tem a dizer a eles? Que é ruim essa
politicagem, e temos consciência disto. Mas estamos trabalhando para
desconstruir essa imagem de que os políticos são bandidos. Quero dizer a eles
que um novo grupo de políticos está se levantando. São pessoas do bem, que
trabalham de fato, e eu faço parte deste grupo que busca as iniciativas
populares, a transparência, a lei da ficha limpa. São passos na caminhada para
transformar nossos políticos, e eu acredito que podemos mudar. Acreditem
também! Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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