TELEVISÕES EVANGÉLICAS INVESTEM EM ISRAEL PARA ALCANÇAR JUDEUS
Quando o Messias descer sobre
o Monte das Oliveiras, conforme profetizado na Bíblia, duas das maiores
emissoras de TV cristãs estarão bem posicionadas para cobrir o evento ao vivo.
Talvez por isso, elas compraram recentemente estúdios em Jerusalém em uma
colina com vista para a Cidade Velha e o Monte.O canal Daystar Television
Network já transmite imagens 24 horas por dia ao vivo de uma webcam instalada
no alto do prédio. Agora, a Trinity Broadcasting Network adquiriu prédio
vizinho. Os estúdios são parte de uma investida agressiva dessas emissoras
evangélicas norte-americanas para marcar presença na cidade santa. Sua presença
faz parte de uma investida polêmica em plataformas para difundir o evangelho
entre os judeus em Israel. Além de seu edifício novo, a TBN está em negociação
com o sistema Yes de televisão via satélite de Israel. O desejo é uma parceira
com o canal evangélico Shalom. A Daystar já transmite sua programação em língua
inglesa em canais no YES e pela operadora de TV de cabo HOT Telecommunications
Systems. Ela afirma ser a primeira emissora que transmite programação
evangélica na televisão israelense 24 horas por dia. “Nosso principal alvo é
ajudar a vida do que chamamos de judeus messiânicos, ou judeus que receberam a
Jesus Cristo como Messias”, disse o co-fundador da TBN, Paul Crouch. “Nós
queremos fazer alguns programas em hebraico para chegar até os judeus ortodoxos
e instigá-los a ler a palavra de Deus e tornar-se o que chamamos de um judeu
completo”. A evangelização é legal em Israel, embora o governo, por vezes,
restrinja e desencoraje tal prática. “Uma das coisas que eu acho ofensiva é que
eles se vangloriam de seu trabalho missionário”, disse Ellen Horowitz, diretora
de pesquisa da Jewish Israel, um grupo criado em 2008 para controlar e
neutralizar a atividade dos missionários cristãos em Israel. “Eles são
realmente muito diretos quando fazem isso.” Horowitz disse que o proselitismo é
um assunto delicado em Israel. “Nosso povo tem passado por maus bocados em
outros países, por conta de perseguição ou tentativa de assimilação”, disse.
“Agora quando as pessoas finalmente chegam em uma nação judaica alguém quer
empurrar uma cópia do Novo Testamento em hebraico em suas gargantas”. Quando a
Daystar estreou em Israel, em 2006, gerou tamanha revolta no público mais
conservador que o canal foi temporariamente suspenso e só voltou ao ar depois
de uma batalha judicial. Desde então, grupos evangélicos tem ampliado
constantemente sua presença em Jerusalém. Na primavera passada, o evangelista
Mike Evans arrecadou US$ 10 milhões para montar uma sede de seu ministério no
centro de Jerusalém onde quer montar um espaço de evangelização cristã. Em
julho, o missionário Rick Ridings, sobrinho de Paul Crouch, que dirige um centro
de missões e intercessão perto do Monte Sião, conseguiu reunir centenas de
jovens judeus durante um festival de música gospel de três dias na capital Tel
Aviv. Seu tio, que está ampliando o alcance da TBN, que já possui 18 redes
transmitindo em sete idiomas, entende que “o cristianismo não está tão bem
representado em Israel como poderia”, disse ele. “Esperamos igualar e dar o
cristianismo uma plataforma melhor.” Alguns israelenses estão acolhendo melhor
os membros da comunidade evangélica nos últimos tempos, vendo-os como parceiros
estratégicos, tanto política quanto economicamente. Além disso, emissoras
cristãs doaram dezenas de milhões de dólares nos últimos anos para construir
escolas, centros comunitários, hospitais e até mesmo sinagogas em Israel. Parte
desse investimento maciço é a crença de que o retorno dos judeus para Israel
vai preceder a segunda vinda de Jesus.
Elen Horowitz reconhece que: “Com todos os milhões de dólares que eles
estão dando, é mais difícil para o governo dizer não.” Ela calcula que o número
de congregações evangélicas em Israel cresceu para 150, e que reúnem cerca de
20.000 judeus convertidos. Em 1987, eram apenas 3.000. Com tudo isso, as
emissoras cristãs se vangloriam que seus mantenedores estão vendo um número
recorde de judeus se converterem ao cristianismo. “A colheita está crescendo
muito rápido”, finaliza Crouch.
Traduzido de LA Times
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