“ONDE BENTO XVI FRACASSOU?”, QUESTIONA BISPO FRANCÊS SOBRE A RENÚNCIA DO PAPA
O anúncio do Papa Bento XVI de
que irá renunciar ao cargo máximo da Igreja Católica no fim do mês de fevereiro
tem levantado uma série de questionamentos sobre o real motivo por traz dessa
atitude. Além de especulações sobre uma possível crise de fé por parte do
Pontífice, e até mesmo de um suposto lobby gay como motivos da renúncia ao
cargo, um bispo francês diz acreditar que Bento XVI está renunciando ao cargo
porque teria fracassado no âmbito político no que se refere ao seu cargo. Em um
artigo publicado no site da revista Témoignage Chrétien, o bispo emérito de
Amiens, na França, Jacques Noyer, apresenta um primeiro balanço do pontificado
que chega ao fim, e levanta alguns questionamentos acerca dos reais motivos
para a renúncia, dizendo inclusive que “o seu gesto de renúncia se explica pela
consciência da inutilidade da sua política pessoal”, Falando sobre o período de
em que Bento XVI esteve na liderança da Igreja Católica, o bispo afirmou que
“quando ele foi eleito papa, não lhe deixaram escolha: ele devia continuar a
obra do seu antecessor e se esforçou para encontrar o seu estilo próprio. Ao
contrário, hoje, ele pede para que se tentem outras coisas. Podemos esperar que
uma figura nova defina uma estratégia nova”. Noyer cita como principais motivos
para a renúncia os recentes escândalos envolvendo as finanças do Vaticano, e o
vazamento de informações sigilosas da instituição, como cartas confidenciais do
próprio Papa. O artigo cita ainda a pedofilia, onde o Papa falhou em resolver o
problema internamento, tendo que “pedir que os bispos entregassem os criminosos
às autoridades locais”. Seus antecessores haviam perdido os Estados
pontifícios, tiveram que aceitar a separação da Igreja dos Estados laicos. A
ele, coube renunciar ao mito da Sociedade Perfeita, isto é, de uma Igreja que
escapa do poder das nações onde está implantada. – afirmou o bispo. Para
Jacques Noyer, os inúmeros problemas enfrentaram por Bento XVI durante o papado
teriam feito com que ele fracassasse constantemente e, reconhecendo esse
fracasso, renunciasse ao cargo. Porém, o bispo afirma que tal reconhecimento é
uma grande virtude e que a atitude do Papa em reconhecer que outra pessoa fará
um melhor trabalho é um ato de esperança. Ninguém pensa hoje em repreendê-lo por ter
feito o que ele considerou bom fazer. Só se pode admirar que ele tenha ousado
abrir a porta às iniciativas de um desconhecido que o Espírito Santo e os
cardeais do mundo inteiro já estão nos preparando. – conclui o bispo. Por Dan
Martins, para o Gospel+
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