PROGRAMA DE COMBATE AO CRACK MULTIPLICA NÚMERO DE ATENDIMENTOS A DEPENDENTES QUÍMICOS
Após pouco mais de um mês do
início da medida conjunta entre o governo do estado de São Paulo, o Ministério
Público, a OAB e a Justiça para a internação compulsória de dependentes
químicos da região da cracolândia, em São Paulo, o número de pacientes que buscam
ajuda se multiplicou. A medida que prevê a internação compulsória foi
amplamente divulgada pela mídia, dado o tamanho do problema envolvendo as
drogas na capital paulista, especificamente o crack. Essa divulgação motivou
dependentes a buscarem ajuda espontaneamente, de acordo com informações do
Jornal Nacional, da TV Globo.Anteriormente, semanalmente 30 dependentes
químicos buscavam ajuda no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras
Drogas (Cratod). Agora, quase o dobro desse número buscam ajuda diariamente no
local. Uma ampliação de emergência teve que ser implantada no local para
atender a demanda. “Quatro anos fumando crack. O meu irmão me viu fumando e
quis experimentar também, e entrou também nessa vida”, conta um dos dependentes
entrevistados pela reportagem, e que estão sendo atendidos pelo Cratod. “Eu
passo madrugadas atrás deles. É sair fora de casa, com quatro dias, que eles
vão voltar. Sai bem bonito, bem arrumado. Volta todo maltrapilho, naquele
estado, sabe, lamentável”, revela o pai dos adolescentes. Com o atendimento
prestado pelo Cratod, o jovem afirma que vai tentar uma nova vida após o
tratamento: “Eu pretendo mudar de vida, porque isso não é vida para ninguém”. Rosângela
Elias, coordenadora de Álcool e Drogas da Secretaria Estadual da Saúde,
ressalta que essa evolução é apenas o começo de uma longa batalha, e que o
envolvimento da sociedade é essencial: “A internação não é a garantia de uma
abstinência. A reinserção é que vai dar essa garantia de um melhor desempenho.
A família é fundamental nesse processo. A família, apoiando esse projeto
terapêutico que será construído de tratamento, ajudando na reconstrução dos
sonhos e da história dessa pessoa”, destaca. Um dado que chama a atenção é que
até hoje, nenhuma internação compulsória – ou seja, sem o consentimento do
dependente – precisou ser feita, pois as pessoas que precisam do tratamento
acabam convencidas a aderir ao programa. Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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