JEAN WYLLYS CRITICA PASTOR MARCO FELICIANO POR COLOCAR PROJETO DE “CURA GAY” EM VOTAÇÃO: “ENCONTROU UM MEIO DE ATRAIR A ATENÇÃO DA MÍDIA”
Após a definição por parte de
Marco Feliciano (PSC-SP) de que na próxima sessão da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM) na quarta-feira, 08 de abril, os projetos de “cura
gay” e “heterofobia” seriam votados, os oposicionistas ao pastor fizeram duras
críticas à iniciativas. O Conselho Federal de Psicologia (CFP), principal alvo
do projeto apelidado como “cura gay”, divulgou nota oficial criticando o
princípio da proposta, que é permitir a psicólogos que atendam homossexuais que
buscam auxílio para abandonar a prática. “A homossexualidade deixou de constar
no rol de doenças mentais classificadas pela Organização Mundial da Saúde há
mais de 20 anos. No entanto, ainda há pessoas que insistem em tratá-la como
patologia e propõem formas de cura”, diz o texto do CFP. O presidente da
Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Wadih Damous, afirmou que a CDHM estaria em “mãos erradas”, e por isso, os
projetos teriam sido encaminhados para a votação da próxima semana. Segundo
Damous, “tratar homossexualidade como doença é algo de inspiração nazista e
falar de uma discriminação que não existe, contra heterossexuais, é uma
provocação”, criticou, fazendo menção ao projeto do deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que prevê punição a quem discriminar alguém que tenha atração pelo
sexo oposto. Sheylane Brandão, psicóloga e integrante do movimento Não me
Representa, afirmou que Feliciano errou ao colocar os projetos na pauta da
CDHM: “Tem muitos assuntos que deveriam ser discutidos na comissão e ele as
ignorou para colocar coisas absurdas que retrocedem sobre direitos já
adquiridos”, reclamou, segundo informações do Estado de Minas. Eduardo Cunha,
autor do projeto que prevê pena para a “heterofobia”, defendeu a proposta por
considerar ser necessária: “Não se pode esquecer que maiorias também podem ser
vítimas de discriminação – e que as políticas públicas antidiscriminatórias não
podem simplesmente esquecê-las”. Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos principais
opositores a Feliciano, criticou a iniciativa de Cunha: ““Esse projeto beira o
ridículo, vai ser alvo de piada, é a mesma coisa que defender punição a racismo
contra branco, um absurdo”. Já Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou em sua coluna no
IG que Feliciano colocou os projetos em pauta por querer publicidade: “O
presidente da Comissão de Direitos e Minorias da Câmara dos Deputados encontrou
um meio de tentar atrair novamente, para si, a atenção da mídia: colocou na
pauta da comissão os projetos de legalização de ‘cura da homossexualidade’ e o
da ‘criminalização da heterofobia’ – ambos contrários à cidadania de lésbicas,
gays, travestis e transexuais. E está conseguindo. Não só parte da imprensa
voltou a lhe dar atenção por conta disso, como também muitos ativistas voltaram
a colocar o nome do presidente da CDHM em circulação na internet, atendendo a seus
apelos narcisistas”, escreveu. O pastor Marco Feliciano rebateu limitando-se a
afirmar que “a fila de projetos da comissão simplesmente andou”, e que não vai
alterar a programação da CDHM: “Como presidente e magistrado, apenas coloco os
temas em votação e quem vota é o colegiado”, defendeu-se. Por Tiago Chagas,
para o Gospel+
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