JUÍZA QUE BLOQUEOU PAGAMENTO DA TELEXFREE É AMEAÇADA DE MORTE
A juíza Thaís Khalil, que em
18 de junho determinou a suspensão dos pagamentos da Telexfree, está sendo
ameaçada de morte. Segundo o promotor Rodrigo Curti, do Ministério Público do
Acre (MP-AC), anônimos também promteram matar os filhos e o marido da juíza. "Foram
ameaças diretas, de morte e sequestro, por e-mail, telefone, Facebook",
diz Curti, do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do
MP-AC, ao iG . "Nós já estamos
tomando todas as providências cabíveis para rastrear o autor, ou os autores,
para que possam ser responsabilizados. A Justiça não vai se calar diante desses
fatos." Um inquérito policial foi aberto nesta sexta-feira (28) para
apurar os crimes de coação e ameaça. Segundo Curti, as intimidações começaram
no início da semana, mas ganharam força nos últimos dias, e chegaram
oficialmente ao conhecimento do Gaeco na manhã desta sexta-feira (24). A
suspeita é que os responsáveis sejam divulgadores da Telexfree que temem perder
o dinheiro investido no sistema, considerado uma pirâmide financeira pelo
MP-AC. "Eram ameaças do tipo 'sua esposa vai morrer' e 'morte é o de menos
que vai acontecer com vocês'", conta ao iG Pascal Khalil, marido de Thaís.
"E o que me deixou mais preocupado é que alguns dos amigos da pessoa que
fez a ameaça pelo Facebook também são amigos meus [na rede]." Khalil diz
ser a primeira vez que ele recebe ameaças de morte. A Associação dos
Magistrados do Acre (ASMAC) emitiu nota de repúdio aos ataques sofridos pela
juíza e ressaltou que "eventual
insatisfação com o teor de ato decisório judicial deve ser combatido única e
exclusivamente por meio do recurso próprio dirigido ao tribunal
competente" A Telexfree, nome fantasia da Ympactus Comercial LTDA, informa
usar o marketing multinível para vender pacotes de telefonia por internet
(VoIP, na sigla em inglês). Os divulgadores ganham dinheiro não só com a venda
do produto, mas também por indicar outros promotores para rede. Para o MP-AC, a
maior parte do faturamento vem das taxas de adesão dos divulgadores e não da
comercialização dos pacotes de telefonia. Por isso, o sistema seria uma
pirâmide financeira. No dia 18 de junho, a juíza Thaís Khalil aceitou o pedido
de liminar e determinou a suspensão dos pagamentos e o cadastramento de novos
divulgadores. Os bens de Carlos Costa e Carlos Wanzeler, sócios administradores
da Telexfree, foram bloqueados. A
decisão foi mantida pelo desembargador Samoel Evangelista, da 2ª Câmara Cível
do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). Os representantes da Telexfree sempre
negaram irregularidades. O Tribunal de Justiça foi procurado, mas disse que não
poderia confirmar a informação na noite desta sexta-feira (28). Ataques ao MP: Segundo
Curti, hackers atacaram nesta sexta-feira (28) o site do Ministério Público. A
polícia civil, diz o promotor, tem informações de que uma caravana estaria
sendo organizada para engrossar as manifestações que diariamente têm sido
feitas junto à sede da promotoria. "Todos os dias nós estamos sendo
impedidos de trabalhar, são constantes os bloqueios em frente à nossa
sede.", diz o promotor. "Tudo
leva a crer que são divulgadores dessa empresa, para tentar intimidar a ação da
ação da Justiça."
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