ATIVISTAS MUÇULMANOS INCENDIARAM DOIS PRÉDIOS DA SOCIEDADE BÍBLICA DO EGITO, ALÉM DE IGREJAS E ESCOLAS CRISTÃS
O clima de guerra civil no
Egito após a destituição do primeiro presidente eleito do país, Mohamed Morsi e
a tomada de poder das Forças Armadas vem ganhando contornos de perseguição
religiosa. Dois prédios da Sociedade Bíblica do Egito, nas cidades de Assiut e
Minya, foram completamente queimados por ativistas islâmicos. Os locais
abrigavam livrarias da Sociedade Bíblica, que está presente no país há mais de
um século. Ramez Atallah, secretário-geral da entidade no país, afirmou em nota
que nenhum funcionário ficou ferido pois as livrarias não abriram no dia por
medo de ataques dos radicais: “Os assaltantes derrubaram as portas de metal que
protegem as livrarias, quebraram as vitrines e atearam fogo. Fizeram o mesmo em
muitas outras lojas na rua, assim como destruíram muitos carros que estavam nos
estacionados”, disse. No documento divulgado pela Sociedade Bíblica do Egito,
os integrantes da entidade pedem oração pelo país, e fala abertamente sobre a
Irmandade Muçulmana, principal entidade religiosa por trás das manifestações
que pedem a restituição de Morsi à presidência. O texto pede que os fiéis
islâmicos mudem sua postura em relação aos cristãos. “A Sociedade Bíblia do
Egito esta em operação durante 129 anos no país e esta é a primeira vez que
fomos vitimas deste tipo de ataques. Damos graças a Deus por sua proteção, e
louvamos porque nenhuns de nossos funcionários ficaram feridos e estão
determinados, assim que as coisas acalmarem, rapidamente restauraram as duas
livrarias para continuar proporcionado a Palavra de Deus nessas duas cidades
estratégicas”, disse Atallah. Perseguição: O presidente deposto Mohamed Morsi
foi eleito democraticamente após a chamada Primavera Árabe, e aprovou uma nova
Constituição no Egito, que restringia as liberdades civis de minorias
religiosas, como os cristãos. Após sua deposição, apoiada por grande parte da
população, as lideranças muçulmanas iniciaram uma onda de manifestações pelo
país, incluindo a capital, Cairo. Os protestos não se restringem aos militares,
e muitas igrejas cristãs tem sido queimadas. Nos últimos dias, aproximadamente
40 foram saqueadas e destruídas por incêndios. Escolas cristãs também tem se
tornado alvo, de acordo com o Huffington Post. Em um dos casos, após
incendiarem uma escola franciscana, três muçulmanos tomaram as freiras como
“prisioneiras de guerra”, e as forçaram a acompanhá-los nas ruas, como se
fossem troféus de uma guerra, até que uma mulher muçulmana interviu e as deu
abrigo. Outras duas mulheres que trabalhavam na escola foram abusadas
sexualmente pelos ativistas no meio da multidão, nas ruas de Cairo. A maioria
dos cristãos no país são coptas, que tem sido atacados também em seus
empreendimentos pessoais. A imprensa internacional revelou que casas e empresas
de cristãos também tem sido atacadas, como forma de intimidação. Por Tiago
Chagas, para o Gospel+
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