MISSIONÁRIO DA JOCUM É CONDENADO A 15 ANOS DE TRABALHO FORÇADO NA COREIA DO NORTE ACUSADO DE TENTAR DERRUBAR GOVERNO DO PAÍS
Uma iniciativa missionária da
entidade Youth With a Mission (YWAM, versão norte-americana da JOCUM) na Coreia
do Norte terminou na condenação do operador de turismo Kenneth Bae a 15 anos de
trabalho forçado. Quando a sentença foi anunciada, o governo do país afirmou
que o rapaz tentou “derrubar o governo”, mas não deu detalhes do crime cometido
por Kenneth. Agora, de acordo com o site Gawker, os norte-coreanos informaram
que o jovem contrabandeou propaganda anti-governo no país, e pregou a derrubada
do regime, como parte de um plano missionário cristão chamado “Operação
Jericó”. O plano foi lançado em 2006 pela YWAM, e consistia na mobilização de
250 voluntários para uma infiltração na Coréia do Norte, perto da fronteira com
a Coréia do Sul, a fim de criar uma “coalizão anti-governo”. Segundo as
informações da investigação, os jovens basearam a sua operação em um hotel. Entre
os ditos “materiais de propaganda” contra o governo, estariam inclusas cópias
do documentário “Don’t Tell My Mother I’m In North Korea”, (“Não diga a minha
mãe que estou na Coreia do Norte”, em tradução livre), produzido pela da
National Geographic. O filme mostra o repórter Diego Buñuel em visita à Coreia
do Norte, além de um livro sobre a perseguição a cristãos no país. A imprensa
destaca que Kenneth Bae era sim voluntário da YWAM, mas que não há evidências
de que ele estivesse usando sua agência de turismo para infiltrar missionários
cristãos no país. O canal NKNews veiculou um vídeo antigo de um sermão do jovem
afirmando que “sabia que Jesus queria que eu fosse um ‘canal’ para a Coreia do
Norte”. Em 2011, Kenneth Bae enviou uma carta para uma igreja coreana em St.
Louis, falando sobre os planos evangelísticos da YWAM: “Pretendemos abrir uma
nova base de mobilização missionária para a Coreia do Norte e assim as obras
poderão ser realizadas a partir de um único local”. O jornalista Adrian Chen explica que o fato
de viabilizar a ida de missionários para o país não deveria ser motivo para uma
pena tão dura. “A prática do cristianismo é praticamente proibida na Coréia do
Norte, mas há uma comunidade de estrangeiros cristãos evangélicos que ali
vivem, muitos deles trabalhando em organizações de ajuda humanitária”, disse
Chen, que explica: “Eles têm que manter a sua religião de maneira discreta.
Eles não estão autorizados a distribuir Bíblias e outros materiais, ou mesmo
orar em público”. Segundo o jornalista, “há grupos cristãos com objetivos anti
regime mais explícitos”, entre eles, a Voz dos Mártires, que evangeliza através
do envio balões com material religioso, transmissões de rádio com leituras
bíblicas ao longo da fronteira, além de manter contato com igrejas subterrâneas
por meio de missionários infiltrados no país. “Todd Nettleton, o diretor de
desenvolvimento de mídia da Voz dos Mártires, me disse que o trabalho de seu
grupo ataca diretamente o governo”, relatou Chen. Por Tiago Chagas, para o
Gospel+
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