TELEXFREE: MANOBRA MANTÉM EMPRESA NO EXTERIOR
Associados da Telexfree
driblam bloqueio da Justiça e continuam a recrutar novos membros usando rede de
divulgadores no exterior. Brasileiros têm ingressado em grupos dos Estados
Unidos, Espanha, Japão e países da América Latina, como Bolívia, Chile e
Argentina. Em algumas situações, eles orientam as pessoas a usar informações
falsas, como endereços e documentos, para continuar a ter rendimentos com o
esquema, acusado de ser pirâmide financeira. Divulgação: Aviso em página mostra
que inclusão foi feita com êxito pela rede estrangeira. Desde junho, a inclusão
de novos sócios, principal fonte de lucro dos participantes da Telexfree, que
diz atuar com marketing multinível (MMN), foi proibida em todo o país por
decisão da Justiça do Acre. Inconformados com a suspensão da companhia, líderes
daqui e de outros países explicam pela internet como furar a proibição. Os
convites para a adesão são feitos pelo Facebook, Skype ou em reuniões on-line. Nos
encontros virtuais, recrutadores ensinam brasileiros a limpar o histórico de
navegação do computador e a trocar o idioma do site para efetivar a inscrição.
É possível inclusive se cadastrar com números de documentos que não existem. O
pagamento da adesão pode ser feito com cartões de crédito internacional ou
pré-pago. Outra possibilidade, um tanto perigosa, é transferir dinheiro para a
conta dos líderes da rede. Em videoconferência realizada na última
quinta-feira, o membro de uma rede com mais de 5 mil membros, o espanhol Andres
Soriano, disse que sua equipe pode passar endereços na Espanha para quem está
interessado em se cadastrar. A “palestra” foi acompanhada e filmada por A
GAZETA. Caso o divulgador tenha usado seu CPF ou RG para se cadastrar na
Telexfree no Brasil, também é possível usar uma manobra. “Se usou para o
cadastro no Brasil, pode usar o CPF de uma pessoa em que tenha confiança”,
ensinou o espanhol. Na videoconferência ainda, o espanhol, que diz morar no
Brasil, afirmou que a Telexfree não é pirâmide financeira e que mesmo com o
bloqueio no Brasil a empresa vai continuar a existir normalmente no exterior. A
questão é que, no caso da Espanha, as adesões têm contrato com a empresa
capixaba Ympactus Comercial, que é a Telexfree no Brasil, e não com a Telexfree
INC, dos Estados Unidos. Para que o divulgador possa receber as “ganâncias”,
que em espanhol significa ganhos e lucros, o Soriano afirma que é possível
abrir uma conta-corrente num banco internacional, localizado num paraíso
fiscal. A instituição financeira é a Loyal Bank e aceita a contratação pela
internet usando a Carteira de Identidade no Brasil ou o Passaporte. “Paga-se 0%
de impostos. Você vai receber um cartão e vai poder fazer os saques em qualquer
banco do mundo”, disse no vídeo. Cadastramento: A GAZETA tentou se cadastrar na
rede do espanhol nesta segunda-feira (05). A adesão foi feita com sucesso, no
entanto, na hora de realizar o pagamento, o sistema da Telexfree não ofereceu a
possibilidade de quitação por meio do cartão de crédito. A reportagem só
conseguiu chegar à opção de pagamento via cartão de crédito quando usou um
servidor Proxy, que camufla o IP e não permite ao site localizar o local do
computado utilizado para fazer o cadastramento. A GAZETA procurou a
força-tarefa de promotores, procuradores e órgãos federais que investigam a
Telexfree. O grupo disse que vai apurar se a companhia tem descumprido a
decisão judicial ou se há pessoas tentando lesar divulgadores. Segundo a
equipe, existem indícios de que a Telexfree não atua com MMN fora do Brasil. E
acredita que os convites possam ser golpes. Fonte: Gazeta Online
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