“TÔ DENTRO”, AFIRMA CARLOS COSTA AO SER DESAFIADO POR DEPUTADO ACERCA DA INSTALAÇÃO DE UMA CPI
Dezenas de pessoas lotaram
auditório da Câmara para acompanhar um debate em torno das atividades exercidas
pelas empresas TelexFREE, de serviço de voz pela internet, e BBOM, de
rastreamento veicular. Após a audiência, vários deputados manifestaram voto de confiança
nas empresas, investigadas pelo Ministério Público de vários estados por
suspeita de movimentarem um esquema de pirâmide financeira, tipificado como
crime na Lei de Economia Popular, com penas que vão de seis meses a dois anos. A
TelexFREE e a BBOM se apresentam como de marketing multinível, modelo comercial
de distribuição de bens ou serviços em que os ganhos podem vir da venda efetiva
dos produtos ou do recrutamento de novos vendedores. Na avaliação do deputado
Lourival Mendes (PTdoB-MA), "quem paga imposto, quem gera emprego não pode
ser tido como criminoso”. Já o deputado Renan Filho (PMDB-AL), foi mais
cauteloso. “Quero defender a legalidade, os bons negócios, defender as empresas
que vêm para o mercado prestar um bom serviço, atender os interesses dos seus
clientes, gerar empregos, distribuir renda e ajudar o seu país a avançar”,
afirmou. Segundo ele, “as empresas que tiverem com esse foco fiquem tranquilas,
porque terão estes deputados ao seu lado”. No entanto, o parlamentar destacou
que não pode permitir que o povo brasileiro seja lesado. Investigação : A
pedido do Procon do Acre, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda analisou as atividades da TelexFREE e encontrou indícios
de pirâmide financeira. O resultado da investigação foi encaminhado aos órgãos
competentes para que decidissem sobre a abertura de processo judicial. A
Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça instaurou
processo para investigar a TelexFREE, em razão de denúncias feitas pelos
ministérios públicos do Acre e de Pernambuco. As investigações tiveram a
colaboração da Polícia Federal, da Comissão de Valores Mobiliários e do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Segundo a representante da
Senacon, Alessandra Camargo, o processo já foi concluído e se encontra sob
análise. Pirâmide x Marketing : O procurador da República Carlos Bruno Ferreira
defendeu uma melhor definição legal sobre o marketing multinível e a
atualização da legislação que trata de pirâmides financeiras no Brasil. Ele
esclareceu que, apesar de tanto o marketing multinível quanto a pirâmide
financeira dependerem da captação de novas pessoas para continuar correndo, há
uma diferença importante. “Na pirâmide a remuneração vem do valor de entrada
pago pelos novos investidores. Já no marketing multinível, como o produto é
bom, boa parte da remuneração vem da venda do produto, e não da captação de
novos investidores”, disse. Como consequência, acrescentou, no marketing
multinível normalmente o valor de entrada é muito baixo, enquanto na pirâmide
se exige um valor de entrada muito alto. A polêmica acerca da paralisação das
empresas de Marketing Multinível TelexFREE e a BBOM pode acabar em uma CPI na
Câmara Federal. A sugestão foi feita pelo deputado Silvio Costa (PTB-PE), após
audiência pública realizada ontem (21), em Brasília. Legalidade: Os presidentes
da TelexFREE, Carlos Costa, e da BBOM, João Francisco de Paulo, garantiram que
as empresas exercem atividades legais de comercialização de produtos e
serviços, são viáveis economicamente e pagam impostos. Fonte: Acre Alerta
Nenhum comentário
Postar um comentário