TRAFICANTES FALAM QUE TESTEMUNHAS CONTRA MARCOS PEREIRA FORAM COMPRADAS
Fernandinho Beira-Mar e
Marcinho VP estão sendo acusados pela polícia de planejar os atentados contra o
AfroReggae. O programa Fantástico divulgou trechos da conversa entre os
traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar e Márcio Santos
Nepomuceno, o Marcinho VP, que estão presos em Catanduvas, no Paraná. A
conversa entre os dois criminosos teve vários assuntos, incluindo a tentativa
de Marcinho VP em deixar o presídio de segurança máxima conseguindo
transferência para uma prisão no estado do Maranhão. Foi então que Beira-Mar
perguntou se o pastor Marcos Pereira teria uma igreja naquele estado e foi
notificado por Marcinho de que o líder religioso está preso por conta de
denúncias feitas por José Júnior, coordenador do AfroReggae. “Teve um problema
com ele [Marcos Pereira] lá agora, lá no Rio. Prenderam ele lá no Rio (…)
Vítima daquelas acusações levianas lá, que estava lá, do Júnior. Compraram um
montão de testemunhas para dar depoimento contra ele…” disse Marcinho VP que
controla o tráfico no Complexo do Alemão. Beira-Mar teria respondido: “Tipo
assim, compraram, compraram é eufemismo, foi o Juninho que estava por trás
disso né. Tinha que mandar um salve lá para ele.” A polícia acredita que
“mandar um salve” significa atacar, fazer uma represália para impedir que o
coordenador da ONG continue acusando o pastor. Os dois traficantes foram
levados a prestar depoimentos sobre essa conversa, pois 16 dias depois o
AfroReggae foi atacado tendo sua pousada incendiada e dias depois outros três
ataques foram feitos contra bases da ONG tanto no Complexo do Alemão como em
Vila Cruzeiro. Nos depoimentos os dois traficantes negam que tenham mandado
atacar as bases da ONG, Beira-Mar chegou a dizer que não tem poder para isto e
seu advogado garantiu que não há ligações entre ele e o pastor, já que seu
cliente é ateu. Marcinho VP também se explicou dizendo que sobre o “mandar um
salve” ele entendeu que era um aviso para que José Junior e Marcos Pereira
parem de brigar. A polícia não acredita nesta versão e diz que o crime
organizado do Alemão não teria promovido essas ações contra o AfroReggae sem a
autorização do chefe da facção, no caso Marcinho VP. “Nenhum chefe de favela
realiza qualquer ação sem que o chefe da facção autorize esta ação”, disse o
delegado Márcio Mendonça ao Fantástico. Já para o advogado do fundador da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias, Luiz Carlos Silva Neto, a conversa entre
os traficantes prova que Pereira é inocente, pois Marcinho atesta que as
testemunhas foram compradas. “Para mim é uma prova contundente, cabal, de que
infelizmente o pastor Marcos Pereira da Silva está sofrendo injúrias. Eu estou
requerendo inclusive que este acusador-mor, José Junior, seja ouvido pela
Justiça”, diz o advogado do pastor. José Junior, por sua vez, nega que tenha
forjado testemunhas contra o pastor. “Quando eles falam que a gente está
pagando, a informação não é uma informação correta. Então eu acho que existe
também interesses de outras pessoas, de colocarem eles contra a gente”.
Nenhum comentário
Postar um comentário