PROMOTORA QUE INVESTIGA PIRÂMIDES CRITICAM PROJETO QUE TRATA DA REGULAMENTAÇÃO DO MMN
Com o bloqueio de três empresas
acusadas de serem pirâmides financeiras (uma delas foi liberada), mas que
alegam praticar o marketing multinível, a Câmara dos Deputados discute várias
propostas que prometem separar a atividade legal da prática criminosa. Uma
delas é um projeto de lei que promete colocar as duas modalidades de negócio em
lados opostos, mas que pode dificultar a punição dos negócios ilegais, avaliam
promotores de Justiça que atuam numa força-tarefa antipirâmide. O texto é de
autoria do deputado Giovani Cherini (PDT-RS). Ele exclui “atividades
comerciais” que usam marketing multinível e tenham “comprovada sustentabilidade
econômico financeira” da lei que pune a criação de pirâmides financeiras como
crime contra a economia popular. A medida reduz ainda mais a eficácia de uma
lei que já é considerada fraca. “Quando ele [ Cherini ] coloca essa exceção de
sustentabilidade econômico financeira, deixa brecha. Quem vai dar essa
comprovação?”, questiona o promotor José Augusto Peres Filho, do Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MP-RN). A promotora Alessandra Marques, que
pediu o bloqueio da Telexfree, também faz críticas. Para a representante do MPE
do Acre, a legislação sobre pirâmides deve ser alterada, mas para garantir que
condenados sejam mandados para a prisão. Hoje, como a pena mínima é de seis
meses de detenção, é possível pedir a suspensão do processo, um instrumento
jurídico que livra o réu da cadeia. “A legislação estabelece [ pirâmide
financeira ] como um crime cuja pena é menor do que a de estelionato, em que a
vítima é uma pessoa. No caso da Telexfree, temos mais de 1 milhão de
associados”, compara a promotora. Fonte: ac24horas
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