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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

OS DISCÍPULOS ESTÃO CERCADOS POR UMA NUVEM CELESTIAL, MAS ESTÃO COM MEDO DE DEUS - AS FACES DA ESPIRITUALIDADE - HERNANDES DIAS LOPES


Lucas registra o fato da seguinte maneira: "Enquanto (Pedro) assim falava, veio uma nuvem e os envolveu: e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem" (Lucas 9.34). O evangelista Mateus pinta esse quadro com cores mais vivas: "Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu: e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo" (Mateus 17.5, 6).  Os discípulos estão com Jesus, mas ainda têm medo de Deus. A espiritualidade deles é marcada pela fobia do sagrado. O ambiente celestial e a voz de Deus os incomodam profundamente. Eles se relacionam com Deus como o outro totalmente desconhecido. Não têm intimidade com Deus. Eles não apenas não encontram prazer na comunhão com Deus através da oração, mas revelam grande medo de Deus. Vêem Deus como ameaça. A presença de Deus os intimida. A voz de Deus enche o coração deles não de alegria, mas de medo. O único momento em que eles se prostram ao chão não é para orar, para buscar a Deus, mas para fugir de Deus. O relacionamento deles com Deus, portanto, era superficial, pois o amor lança fora todo o medo. Em virtude do medo, Pedro começa a falar sem entendimento, sem compreender o que diz. Marcos declara que ele não sabia o que dizer, por estarem todos aterrados (Marcos 9.6). Lucas relata que a proposta de Pedro de fazer três tendas, sendo uma para Jesus, outra para Moisés e outra Elias, era uma fala sem o mínimo discernimento: "... não sabendo, porém, o que dizia" (Lucas 9.33). Deus não é um fantasma cósmico. Suas revelações não têm o propósito de infundir medo no nosso coração. Deus não é um guarda cósmico que nos procura pegar no contrapé. Deus é um pai cheio de ternura. Ele nos abriga debaixo das suas asas. Ele nos carrega no colo e nos toma em seus braços. Ele enxuga as nossas lágrimas. Ele nos disciplina com amor. Ele se deleita em nós com alegria. Nós somos a menina dos olhos de Deus, sua delícia e herança.  Muitas pessoas receberam uma formação religiosa deturpada sobre a pessoa de Deus. Vêem Deus apenas como um ser austero, inflexível, implacável, com a espada da lei na mão, com o cetro do juízo sempre erguido para sentenciar e condenar. São pessoas parecidas com o irmão do filho pródigo: andam perto do pai, mas não têm intimidade com ele, não desfrutam das suas riquezas. Relacionam-se com Deus apenas como servos, mas nunca como filhos. A Bíblia nos mostra Deus como um Pai que corre para abraçar o filho, mesmo que este esteja sujo de lama. As Escrituras nos revelam Deus como um pastor que desce aos vales mais escuros e perigosos para buscar uma ovelha desgarrada. O medo de Deus é uma doença espiritual. E fruto do desconhecimento de Deus, da falta de discernimento das coisas espirituais.  Jesus não alimenta essa patologia espiritual dos discípulos: pelo contrário, mostra a sua improcedência: "Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos, e não temais!" (Mateus 17.7). O medo de Deus, a fobia do sagrado, revela uma espiritualidade enferma, rasa e sem substância. 

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