TESTEMUNHAS CRISTÃS CONTAM SOBRE IGREJAS QUEIMADAS NO NÍGER A FAMÍLIA CHILDS VIVEU UM DOS MAIS TERRÍVEIS DIAS DESDE OS PRIMEIROS ATAQUES QUE A IGREJA CRISTÃ TEM PASSADO, DEVIDO ÀS MANIFESTAÇÕES CONTRA CHARLIE HEBDO
O
fim de semana de 16 de janeiro foi um dos mais tensos para os cristãos
nigerianos. Os ataques de membros do islamismo radical contra a mais recente
caricatura do profeta Maomé pela revista francesa Charlie Hebdo saquearam e
queimaram cerca de 70 igrejas e dezenas de outras casas e empresas cristãs. Neil
e Danette Childs testemunharam em primeira mão a destruição da comunidade
cristã do Níger, um país do oeste africano, de maioria muçulmana. Naquele momentos,
eles sabiam que estavam em perigo. De sua casa na capital do Níger, eles podiam
ver três igrejas cristãs em chamas e a fumaça já começava a encher o
apartamento que a família morava. “Imediatamente começamos a arrumar as malas,
colocando objetos de maior valor, dinheiros, os nossos documentos, e embarcamos
tudo no carro”, conta Neal. “Provavelmente, nossa família seria o próximo
alvo”, explica ele, que é líder de um ministério cristão. E a família Childs
tinha todos os motivos para se alarmar. Uma multidão em fúria estava atacando
casas que recebiam pequenos grupos de estudos bíblicos e famílias cristãs e
outras famílias cristãs. “Há um pouco mais de pânico”, disse ele durante uma
conversa telefônica de onde estavam refugiados. “Nós estávamos prontos.
Estávamos em guarda.” Só em 16 de janeiro e até o final da semana muçulmanos
incendiaram pelo menos 45 igrejas e saquearam as casas de um número
considerável de ministros cristãos. Dez pessoas foram mortas. Outros cristãos
fugiram, para salvar suas vidas.
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