DEPUTADO EVANGÉLICO SERÁ RELATOR DE PROJETO SOBRE ABORTO DE JEAN WYLLYS O TEXTO SERÁ ANALISADO NA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE WYLLYS SOBRE ABORTO CAI NAS MÃOS DE EVANGÉLICO
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) encaminhou
um projeto de lei que dá garantias de atendimento de saúde, mas que na surdina
também legaliza o aborto. O que o parlamentar não contava é que seu projeto
fosse cair justamente nas mãos de um evangélico. Esse “jabuti” – nome dado a
temas estranhos inseridos dentro de outros projetos – pretende garantir as
políticas públicas no âmbito da saúde sexual e dos direitos reprodutivos e logo
nos primeiros artigos estabelece o direito de a mulher decidir se quer ou não
ter filhos, o que na prática legalizaria o aborto. Esse projeto está apensado
ao 313/07 e acabou sendo designado a relatoria do deputado federal João Campos
(PSDB-GO). O ex-delegado é autor do projeto apelidado pejorativamente de “Cura
Gay”, que garantia o direito dos homossexuais procurar ajuda psicológica sem
que os profissionais da área fossem constrangidos pelo Conselho Federal de
Psicologia. Wyllys tem tentado achar no regimento uma forma de tirar do
evangélico a relatoria do seu projeto, que está na Comissão de Seguridade
Social e Família. Se conseguir desapensar o PL 882/15 ele terá tramitação
individual e poderá ir para outro relator. Nos últimos anos o deputado Jean
Wyllys tornou-se um dos principais opositores aos projetos cristãos na Câmara e
acabou conquistando a oposição de mais de 300 parlamentares, entre católicos e
evangélicos. Wyllys – que ganhou fama como subcelebridade ao participar de um
reality show – propôs, entre outros projetos, legalizar a prostituição no
Brasil e a mudança de sexo em crianças pelo SUS mesmo sem autorização dos pais.
No Artigo 1 do PL o texto deixa claro que o projeto visa “regular as condições
da interrupção voluntária da gravidez e estabelecer as correspondentes
obrigações dos poderes públicos”. Além disso, o segundo artigo estabelece a
garantia de uma vida sexual segura, com a liberdade de escolha em ter filhos e
quando ter filhos. “O estado de bem estar físico, psicológico e social nos
aspectos relativos a capacidade reprodutiva da pessoa, que implica na garantia
de uma vida sexual segura, a liberdade de ter filhos e de decidir quando e como
tê-los”, diz o trecho. Já o artigo 3º estabelece que independente das
circunstâncias o Estado deve garantir o direito de interrupção voluntária da
gravidez.
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