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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO OS CINCO LIVROS DE MOISÉS – A JORNADA DE FÉ - EBD FORA DA CAIXA

A primeira seção do Antigo Testamento composta dos cinco livros de Moisés é conhecida como Pentateuco. Ela é composta dos seguintes livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Este foi o primeiro grupo dos livros do Antigo Testamento que foi reconhecido como canônico, inclusive, está presente nas mais variadas versões das diversas religiões (Judeus, Samaritanos, Cristãos, etc). No Pentateuco, estão registrados os mais antigos acontecimentos da história, dentre os quais se destacam: A origem do mundo, do povo Judeu, suas tradições, seus costumes, a entrega da lei, o culto divino, até a entrada do povo de Deus na terra prometida de Canaã. Para os judeus, o Pentateuco sempre foi considerado como sagrado, pois contém os dez Mandamentos e a história da origem de sua nação. I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PENTATEUCO 1 – A Origem do “Pentateuco”. O Pentateuco é um grupo composto de cinco livros individuais, contudo, ao mesmo tempo, estão ligados entre si através de uma narrativa contínua e ininterrupta de uma história completa, que vai da criação até a morte de Moisés, mostrando-nos assim a sua unidade. Para os judeus, esses livros são chamados e conhecidos como “Torah” ou “Lei”. O nome Pentateuco vem da versão grega “Septuaginta” que remota do século III a. C.. A expressão vem de duas Palavras gregas: Penta, “cinco”, e teuchos, “instrumento, ferramenta”. O termo veio depois a simbolizar “um invólucro para rolos de papiro”, depois, os próprios rolos. Disto o seu sentido: “cinco volumes, cinco livros”. O Pentateuco, tem no Antigo Testamento vários nomes: * A lei (Js 8.34; Ed10.3; Ne 8.2,7,14; 10.34,36;12.44; 13.3; 2 Cr 14.4; 31.21). * O livro da Lei (Js 1.8; 8.34; 2 Cr 22.8; Ne8.3). * A lei do Senhor (Ed 7.10; 1 Cr16.40; 2 Cr 25.4). * A lei de Deus (Ne 10.28,29). * O livro da lei de Deus (Js 24.26; Ne8.18). * O livro da lei do Senhor (2 Cr 17.9; 34.14). * O livro da lei do Senhor, seu Deus (Ne 9.3). 2 – Texto Original. Aquilo que temos hoje denominados de os cinco primeiros livros da Bíblia, para os judeus da antiguidade, era um conjunto que formava um só volume, denominado, como já foi dito, de “Lei” ou “Torah”. Porém, com o passar do tempo, o desejo de obter-se cópias manejáveis da Torah, lenvou os israelitas a dividirem a mesma em cinco rolos de tamanho quase igual. Contudo, apesar de dividido, estes livros permanecem conforme o texto original em seu conteúdo, mostrando assim a sua unidade. 3 – O Pentateuco na Bíblia Hebraica. Os livros do Pentateuco, na Bíblia hebraica, receberam os seus nomes de acordo com sua primeira palavra ou frase nele existente. O primeiro chama-se “Bereshit” (no princípio); o segundo, “Shemót” (nomes); O terceiro “Vayikrá” (e ele chamou); o quarto, “Bamidbar” (no deserto); o quinto, “Devarim” (palavras). 4 – Nome universal dos livros do Pentateuco. “Quando as Escrituras foram traduzidas para o grego, os tradutores deram um título a cada um dos livros, conforme a mensagem preponderante neles contidas. Ao primeiro livro, por tratar das origens de todas as coisas, deram o nome de “Gênesis” (palavra grega, que significa “origem”); ao segundo livro, cujo assunto principal é a saída do povo de Israel do Egito, denominaram de “Êxodo” (palavra grega que significa “saída”); ao terceiro livro, cujo principal tema são as regras a serem observadas pelos sacerdotes nos sacrifícios e demais ritos estabelecidos pela lei, denominaram “Levítico” (referente aos levitas); ao quarto livro, que tem seus pontos mais importantes referentes aos dois grandes recenseamentos feitos no povo de Israel por Moisés, denominaram de “Números” e ao quinto e último livro, que era uma repetição da lei por Moisés antes de sua morte, denominaram de “Deuteronômio” (palavra grega que significa “segunda lei” ou “a lei pela segunda vez”). Estes nomes da Septuaginta acabam se universalizando, até porque diziam respeito ao tema dos livros e eram nomes gregos, sendo o grego a língua mais difundida neste período da história, tendo, ademais, sido os títulos acolhidos pela versão latina das Escrituras, o que tornou estes nomes universalmente aceitos” (Caramuru Afonso). II – A AUTORIA DO PENTATEUCO. Há milhares de anos a opinião tanto dos judeus como dos cristãos, sempre foi unânime em afirmar que Moisés foi o autor, ou seja, o escritor do Pentateuco. Contudo, a partir do ano 1650, começaram a aparecer diversos críticos sugerindo que Moisés jamais escreveu-o. Estas primeiras dúvidas foram levantadas por homens como: Hobbes, Peyrerivs, Spinosa, Richard Simon, Le Clerc e outros. Vejamos agora que, tanto o testemunho interior (os livros canônicos) como exterior (os livros não canônicos) indicam que Moisés é o autor do Pentateuco: 1 – Evidências no próprio Pentateuco. Em Êxodo 17.14 diz: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro (inglês, “O livro”) e relata-o aos ouvidos de Josué: que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus”. Este texto mostra que Moisés foi escolhido pelo Senhor tanto a escrever a profecia divina, como também seu fundo histórico. Mais adiante vemos o seguinte relato: “E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor…” (Êx24.4). Ver ainda (Êx 34.10-27). Em Números 33.1-2, vemos Moisés registrando todos os acampamentos durante toda viagem no deserto, desde o Egito até Moabe. Esta lista forma um argumento forte da literatura de Moisés e toda a história do Pentateuco, pois se ele registrou o próprio plano da viagem, descreveu sem dúvida, também, os acontecimentos em torno da viagem de um lugar para outro. Em Deuteronômio também narra quando Moisés escreveu a lei e deu-a aos sacerdotes(Dt 31.9,24,25). Ver(Dt 31.24-26), estes textos demonstram também que o Pentateuco atesta que Moisés foi seu escritor. Tanto em Levítico como em Número repete-se muitas vezes a frase: “Como o Senhor falou a Moisés e disse”. O livro de Deuteronômio inicia com a seguinte frase: “Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel…”(1.1). 2 – Evidências em toda a Bíblia. Outros livros do Antigo Testamento nos mostra que o Pentateuco ou a Lei é uma obra de Moisés: * O livro da Lei de Moisés (Js 8.31; 23.6; 2 Rs 14.6; Ne8.1). * Livro de Moisés (Ed 6.18; Ne13.1; 2 Cr 25.4; 35.12). * A lei de Moisés, servo de Deus (Dn 9.11). * A lei de Moisés (1 Rs 2.3; 2 Rs21.8; 2 Cr 23.18; Dn9.13; Ne 4.4). Além destes textos, há ainda no Antigo Testamento outros textos que confirmam a autoria Mosaica do Pentateuco(Jz 3.4; 1 Rs8.54-56; 2 Cr 34.14). Os personagens bíblicos do Novo Testamento também consideram Moisés como o escritor do Pentateuco. O primeiro deles é o próprio Cristo que participa e considera o conceito geral entre os judeus, de que Moisés escreveu os cinco livros que têm o seu nome (ver Mt 19.8; Mc10.4,5. Comp. Também Mt 8.4; Mc1.44; 7.10; 12.26; Lc 5.14; 20.37;16.31; 24.27,44; Jo 5.46,47;7.19; etc). Os apóstolos e os outros escritores do Novo Testamento, mostraram a mesma convicção(At 3.22; 13.39;15.5-21,25; 26.22;28.23; Rm10.5,19; 1 Co 9.9; 2 Co3.15; Ap 15.3). Além das confirmações bíblicas temos também o testemunho do historiado Judeu Flávio Josefo, que viveu durante o primeiro século da era cristã e que também reconhece Moisés como sendo o escritor do Pentateuco. Reforçando também esta tese temos o testemunho de dois respeitados livros judaicos: O Talmude e a Mishná, que faz o comentário da Torá e a interpretação das leis rabínicas, estes também reconhecem como sendo o Pentateuco de autoria Mosaica, com exceção dos últimos versículos de Deuteronômio que é atribuído a Josué. III – A COMPLEXIDADE DO PENTATEUCO 1 – O Pentateuco e a Crítica literária. A crítica do Pentateuco é algo que todo estudante do Antigo Testamento enfrenta, o que não é fácil, pois exige de cada um de nós paciência, fé, conhecimento e habilidade para saber pesar os prós e os contra e no final poder dar o valor real daquilo que é correto. A chamada Alto crítica ou Crítica literária durante séculos tem procurado colocar em dúvida a paternidade mosaica do Pentateuco, chegando a afirmar que os cinco primeiros livros do Antigo Testamento são uma compilação de documentos registrados, em sua maior parte, no período de Esdras (444 a. C.). Para esses críticos, o documento mais antigo que se encontra no Pentateuco data do tempo de Salomão. Insinuam ainda que o livro de Deuteronômio é uma “fraude piedosa” escrito pelos sacerdotes no reinado de Josias tendo como objetivo, promover um avivamento. Chegam inclusive a afirmar que o livro do Gênesis consiste em lendas nacionais de Israel. Contudo, é importante lembrarmos que o Antigo Testamento, especialmente o Pentateuco, foi revisado e compilado na forma como hoje o conhecemos, por Esdras, que era escriba(Ed 7.6), isto a Bíblia não nega. Inclusive, Esdras tinha como grande responsabilidade ensinar a Lei de Deus ao povo que havia saído do cativeiro babilônico. Porém isto não é motivo para negarmos a autoria mosaica do Pentateuco. Isto são afirmações que não merece o mínimo de credibilidade. 2 – A produção dos textos bíblicos. A produção de cada versículo do Pentateuco, especialmente dos primeiros versículos do livro de Gênesis, foi passada diretamente de Deus ao homem, visto que, havia uma relação muito estreita entre os nossos primeiros pais e o criador. E isto foi passado para as raças descendentes, inclusive, era um costume que foi recomendado pelo próprio Deus(Gn 18.17-19; Êx13.14). Isto tornou-se possível principalmente por causa da longevidade dos homens da antiguidade. Por isso não foi difícil de uma transmissão verbal da revelação original de nossos primeiros pais até Moisés. Conforme já vimos, a arte da escrita é de uma época muito antiga. No tempo de Moisés foi comum uma forma alfabética de escrever, que, inclusive, foi provado nas descobertas da literatura religiosa em Ras Shamra (antiga Ugarit). O dialeto de Ugarit é “parente chegado” do hebraico, e Moisés pode ter escrito o Pentateuco no hebraico antigo. Talvez tenha sido essa a grande necessidade sentida por Esdras de compilar o Pentateuco, visto que, o hebraico antigo passou por uma grande reforma. 3 – O processo da revelação divina. A Bíblia defende-se mostrando-nos que toda profecia é um processo de revelação e inspiração divina(2 Pe 1.21). Ao analisar-se o Pentateuco, percebe-se que suas leis e mandamentos não foi algo advindo do pensamento humano, mas, diretamente de Deus, em cuja origem destaca-se a figura de Moisés, o grande legislador, que, na formação do Pentateuco foi inspirado para esse tão importante trabalho. Podemos vê-lo como um instrumento de Deus no processo da revelação divina. IV – A IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO 1 – Para os Judeus. “Entre os judeus, o Pentateuco é a parte de maior autoridade nas Escrituras, tanto que consideram que a Torah está acima dos demais escritos, preocupando-se em lê-las anualmente na íntegra, servindo os demais escritos, ainda que considerados divinamente inspirados, como complementação, explicação e ilustração do Pentateuco. Mesmo os saduceus, que negavam a existência de uma espiritualidade, reconheciam a autoridade divina do Pentateuco, ainda que somente do Pentateuco, mas isto revela que, mesmo um segmento religioso fortemente influenciado pelo materialismo, como eram os saduceus, não conseguiam, dentro do ambiente cultural hebraico, deixar de reconhecer a validade e a autoridade dos livros da Lei de Moisés” (Caramurú Afonso). 2 – Para os Cristãos. O cristianismo sem o Pentateuco estaria desprovido de uma base sólida, pois é nele onde é revelado a história profética da redenção, e o redentor que virá através da descendência da mulher (Gn 3.15). “Uma leitura cristã do Pentateuco deve seguir antes de tudo a ordem dos relatos: O gênesis, depois de haver oposto às bondades de Deus Criador as infidelidades do homem pecador, mostra, nos Patriarcas, a recompensa concedida à fé; o Êxodo é o esboço de nossa redenção; Números representa o tempo de provação em que Deus instrui e castiga seus filhos, preparando a congregação dos eleitos. O Levítico poderá ser lido com mais proveito em conexão com os últimos capítulos de Ezequiel ou depois dos livros de Esdras e Neemias; o sacrifício único de Cristo tornou caduco o cerimonial do Antigo Templo, mas suas exigências de pureza e de santidade no serviço de Deus continuam sendo uma lição sempre válida. A leitura do Deuteronômio acompanhará bem a de Jeremias, o profeta de que ele está mais próximo pelo tempo e pelo espírito” (Bíblia de Jerusalém). O próprio autor do Cristianismo, ao ser tentado pelo diabo utilizou os textos do Pentateuco (Ver Mt 4.4-10; comparar com Dt6.13,16; 8.3; 10.20). Numa clara demonstração que não veio destruir a lei (Pentateuco), mas cumprir(Mt 5.17). Em certa ocasião, Jesus falou aos judeus quê Moisés escreveu a respeito d’Ele(Jo 5.46). 3 – O Pentateuco na Bíblia. “A revelação do Pentateuco está, por fim, no fato de que tudo que se origina ali tem seu complemento e termino no Novo Testamento. A correlação entre o Gênesis e o Apocalipse é algo que tem admirado os estudiosos da Bíblia através dos séculos e uma comprovação inequívoca de que são estes os momentos inicial e terminal de toda a revelação divina para a humanidade. Daí porque podemos afirmar que toda a argumentação que foi criada contra a autenticidade do Pentateuco nada mais é que uma artimanha, uma cilada do inimigo de nossas almas para tentar desacreditar a Bíblia Sagrada, pois o adversário tem plena consciência que é no Pentateuco que está construído o alicerce de todas as Escrituras” (Caramurú Afonso). Conclusão O Pentateuco é uma dádiva divina a toda humanidade. Ele é o fundamento para todos os livros da Bíblia, inclusive os do Novo Testamento. Contém história, orientação moral e leis primordiais de Israel, sem as quais o povo, sua história, sua religião e sua existência não fazem sentido algum. O cristianismo também, sem o Pentateuco estaria desprovido de uma base sólida, porque o cristianismo nasceu dentro do judaismo.

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