OREMOS PELO IRÃ OS CRISTÃOS RELATAM VIOLÊNCIA FÍSICA, AMEAÇAS E DISCRIMINAÇÃO POR CAUSA DE SUA FÉ. MUITOS CULTOS TÊM SIDO MONITORADOS PELA POLÍCIA SECRETA
Segundo o relato de Atos 2:9, havia cristãos
medos/persas entre os primeiros cristãos, na ocasião do pentecostes. A presença
de cristãos na Pérsia data, então, desse período e já no século IV d.C. havia
ali uma igreja cristã persa bem organizada. Ali se desenvolveu um cristianismo
sírio, cuja língua era o aramaico. Ainda no século IV, a Armênia e a
Mesopotâmia foram devolvidas aos domínios persas. Com isso, os cristãos dessas
cidades, após fugirem da perseguição Sassânida, viram-se novamente sob o jugo
dos persas, razão pela qual hoje a Igreja iraniana é composta em sua maioria
por armênios. No século V, por não concordar com alguns dogmas do cristianismo
ocidental (católico) e devido às constantes guerras entre os persas e os
bizantinos, a igreja persa rompeu com o restante da igreja cristã. Além disso,
os cristãos persas eram adeptos do Nestorianismo*, e os nestorianos foram
expulsos e perseguidos pela Roma Cristã por sua concepção acerca de Jesus. Após
a chegada do Islamismo no país através dos árabes, no século VII d.C., a
situação dos cristãos no Irã piorou bastante. Nos últimos cinco séculos, o
Cristianismo no Irã tem sido uma religião tolerada: os primeiros missionários
católicos chegaram ao país no século XVII e os primeiros protestantes, no
XVIII. Depois da Revolução Islâmica, em 1979, a situação da Igreja mudou
drasticamente, resultando na queda do número de cristãos nas igrejas oficiais,
principalmente por causa da emigração para outros países. As igrejas oficiais
(registradas no governo) têm, juntas, cerca de 150 mil membros. A maior parte
deles é de origem armênia ortodoxa, mas há também alguns milhares de
protestantes e católicos romanos. Quase todos vieram de famílias cristãs. A
Perseguição: A primeira perseguição aos cristãos na Pérsia talvez tenha
acontecido no século IV d.C., quando os persas sassânidas, governantes na
época, resolveram aumentar seus impostos e persegui-los, por considera-los um
grupo subversivo e desleal ao governo estabelecido. Além disso, o fato de
Constantino ter declarado o cristianismo a religião do Império Romano também contribuiu
para a rejeição dos sassânidas aos cristãos, já que os romanos eram os grandes
inimigos dos persas. Devido à perseguição, muitos cristãos persas emigraram
para outras regiões controladas pelo Império Romano. Embora os direitos de
cristãos, judeus e zoroastras sejam assegurados pela Constituição, na prática,
todos são vítimas de retaliação e perseguição. As restrições e a perseguição ao
cristianismo têm se multiplicado rapidamente nos últimos anos. O governo do Irã
está consciente do desdobramento da Igreja nas últimas décadas. Ele tem
procurado impedir e tornar impossível o crescimento dos cristãos. É permitido
que igrejas ligadas à minorias étnicas ensinem a Bíblia ao seu próprio povo e
em sua língua. No entanto, essas igrejas são proibidas de pregar em persa, a
língua oficial do país. Muitas igrejas recebem visitantes durante seus cultos,
porém alguns deles são da polícia secreta e monitoram as reuniões. Cristãos
ativos sofrem pressão: são interrogados, detidos e, às vezes, presos e
agredidos. Casos mais críticos envolvem até a execução. Os muçulmanos que se
convertem ao cristianismo são rotineiramente interrogados e espancados. Além
disso, acredita-se que muitos homicídios não esclarecidos são praticados por
radicais que frequentemente ameaçam os cristãos de morte. Além da violência
exercida pelas autoridades, os ex-muçulmanos são também oprimidos pela
sociedade. Eles têm dificuldade em encontrar e manter um emprego, pois são
demitidos quando se descobre que são convertidos. Aqueles que começam um negócio
próprio têm problemas em fazer clientela. Para esses cristãos, é difícil ganhar
dinheiro. Em 2008, aconteceu um grande número de ataques a igrejas domésticas e
muitos cristãos foram presos, fazendo desse um dos anos mais difíceis para a
Igreja desde a Revolução Islâmica em 1979. No natal de 2011 dezenas de cristãos
foram presos pela policia iraniana. O crescimento das igrejas domésticas tem
deixado as autoridades políticas e religiosas com receio, o que leva a uma
repressão maior.
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