INFLEXIBILIDADE NO EGITO SEGURANÇA DOS CRISTÃOS É AMEAÇADA POR SESSÕES DE DIREITO CONSUETUDINÁRIO
Os cristãos são cada vez mais confrontados
com "sessões de direito consuetudinário", o direito que surge dos
costumes de uma sociedade, especialmente no caso de uma disputa com os
muçulmanos. Em um incidente divulgado no início do mês por um ativista de
direitos humanos egípcio, diversas famílias cristãs foram expulsas depois de um
dos irmãos ser declarado culpado por ter supostamente publicado fotos ofensivas
contra a fé islâmica. A decisão de expulsar as famílias como uma forma de
punição coletiva foi feita através de uma sessão de direito consuetudinário. Um
pesquisador egípcio, colaborador da Portas Abertas acrescenta: “Os poucos anos
anteriores à revolução de 2011 testemunharam uma onda de sessões de direito
consuetudinário em relação a disputas onde haviam cristãos envolvidos. Nesses
casos, a lei do país foi omissa e as sessões mantidas. Essas sessões, as quais
foram reguladas com frequência por outros islamistas, não fazem justiça à parte
cristã. No pós-revolução de 2011, o fenômeno das ‘sessões de direito
consuetudinário’ continuou. Tudo isso está acontecendo fora da estrutura da
lei. É a lei do poder, não o poder da lei. O Estado é de alguma forma parceiro
em tudo isso, mantendo o silêncio nessas situações críticas, e não tem vontade
política de intervir a esse respeito.” Dennis, analista de perseguição da
Portas Abertas, diz: “Sessões de direito consuetudinário no Egito colocam em
perigo a vida dos cristãos, pois é basicamente um meio alternativo de fazer
justiça, onde os mínimos direitos não são garantidos. Os islamistas estão
supostamente por trás da propagação, embora o fenômeno por si só remonta ao
tribalismo, que está por trás da forma real do islã na região. Tal como
acontece com outras ameaças, as sessões têm continuado ou aumentado após a
revolução de 2011, sob a supervisão de grupos islâmicos. Infelizmente, mesmo
com o presidente Al-Sisi, empossado em 2014, a tendência continuou. Essa forma
alternativa de justiça quase sempre leva a decisões muito injustas para as
comunidades cristãs, que são particularmente vulneráveis, especialmente quando
levam à ‘punições coletivas’, em que toda a comunidade é punida por um suposto
delito de um indivíduo do grupo.”

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