HAITIANOS ENFRENTAM DIFICULDADES NA HORA DE CONSEGUIR EMPREGO, EM RO
Em busca de empregos, muitos foram enviados para outros estados e os que ficaram em Rondônia, a maioria mora em Porto Velho, e alguns já realizaram o sonho de um lugar fixo no mercado de trabalho.
Embora alguns haitianos em Porto Velho já tenham o tão sonhado emprego fixo, como na construção das usinas hidrelétricas no Rio Madeira ou outros setores da construção civil, para a maioria deles, a entrada no mercado de trabalho não tem sido fácil. “A gente pensa que vai chegar aqui para trabalhar um ou dois anos, mas quando chegam outras pessoas, eles mandam a gente embora”, afirma o haitiano Wilson Sudne.
Para Maria Hozanea, coordenadora da Pastoral do Migrante, muitos haitianos não criam vínculo trabalhista por conta de serem mandados embora dentro do período de experiência da empresa. Outro problema que os imigrantes encontram para se inserir no mercado de trabalho local é o preconceito.
“Tem pessoas que olham com medo ou insegurança no sentido de não conhecê-los. Também tem o fator cultural, já que eles vêm de um país que abrange uma outra cultura. Então há um receio da população local como qualquer outro processo de migração interna”, explica Hozanea.
Desde o primeiro grupo de 109 haitianos que desembarcou em Rondônia, o número multiplicou-se e atualmente já passa de 2 mil imigrantes, fora as crianças que acabaram nascendo em terras rondonienses. O secretário de Assistência Social Márcio Félix contabiliza que somente em Porto Velho são mais de 1,7 mil haitianos. “Além dos haitianos que vieram para Rondônia, já temos 41 crianças que nasceram em Porto Velho. Elas recebem o registro de nascimento e são cidadãs brasileiras”, explica.
Dos haitianos que vieram para o estado, aproximadamente 850 foram encaminhados para o mercado de trabalho em outros locais do país, principalmente Rio Grande do Sul. Os que ficaram em Rondônia, grande parte mora na capital, têm entre 20 e 35 anos e dividem a mesma necessidade de oferecer ajuda à família que ficou no Haiti.
Em média 1,7 mil haitianos cruzaram a fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru somente nos primeiros três meses do ano. Com a grande chegada de imigrantes no país e no estado, a situação da falta de emprego pode piorar.
Com a documentação regularizada em mãos, os haitianos poderão escolher qual destino irão em busca de emprego e uma vida melhor. Porto Velho certamente será um dos locais, o que pode tornar a situação dos que já estão residindo na capital, mais complicada.
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