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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

O GENERAL ROMANO II - OS MÁRTIRES DO COLISEU - A. J. O'REILLY

Os romanos eram, desde o nascimento de sua dinastia, um povo bravo e belicoso; os heróis que os guiaram às batalhas e às conquistas eram homens de consumada habilidade c inteligência, c acham-se merecidamente imortalizados nas páginas da história. Nos tempos antigos, a arte da guerra era grosseira c rudimentar, e toda a existência de um exército dependia da habilidade de seu general. Ele tinha de dirigir onde não havia ordem, nem inteligência, nem julgamento, a não ser aquele que lampejava em sua mente superior; ele movimentava a poderosa máquina de força viva e brutal, de acordo com a sua vontade; os espíritos mais rudes e selvagens eram cimentados juntos, na irresistível falange, por um único elemento: a confiança em seu líder. A sua destrefl valia mais para o exército que número, posição ou coragem. Foi por isso que César, um dos maiores guerreiros do passado, declarou temer mais um general sem exército que um exercito sem general. Eustáquio, ou Plácido (nome pelo qual era mais conhecido), foi um dos grand generais do exército romano, no início do segundo século. Seu nome e sua influencia eram notórios entre os soldados, tanto por causa de sua virtudes quanto por sua capacidade e triunfes militares. Todos o admiravam por sua brandura e seu amor à justiça e à caridade. Ele era um pai para os soldados, e tratava-os com mansidão e justiça, virtudes desconhecidas da bárbara soldadesca, mas apreciadas no momento em que a sua influência benigna era sentida. Ele era generoso e caritativo com os desafortunados, e apesar de pagão, notavelmente virtuoso. A verdadeira grandeza é incompatível à propensão brutal do homem. As virtudes e a posição exaltada de Plácido atraíram os homens mais conspícuos da época, como se fora uma estrela solitária brilhando através da massa escura de nuvens, numa noite tempestuosa. Não admira que ele fosse assinalado pela Providência como objeto de graça especial, e instrumento de grandes milagres, pois que o Todo-Poderoso ama a virtude e a ordem, ainda que praticadas por um gentio, e nunca falha em recompensá-lo no devido tempo. Talvez tenha sido a caridade de Plácido, algum ato silencioso de benevolência em sua vida, que tenha movido o coração de Deus a fazer dele um vaso escolhido. Certo dia, como era de costume, Plácido saiu a caçar. Foi com alguns oficiais da cavalaria, de que era comandante, ao cume do monte Sabino, onde toparam com um bando de belos antílopes. Dentre eles, um de maior porte e beleza atraiu a atenção de Plácido, que se pôs a persegui-lo com todo o ardor da caçada. Com o entusiasmo somente conhecido dos caçado¬res, ele logo separou-se dos companheiros, e transpôs colinas e corredeiras, e esteve à beira dos mais perigosos precipícios. Plácido não conhecia perigos; não estava acostumado a derrotas. Prosseguiu, por montanhas e vales, até alcançar a sua presa numa ravina deserta, não muito longe do local onde hoje se acha a pitoresca vila de Guadanolo. Estes foram o local e o momento destinados por Deus para iluminar com a luz de Cristo a mente do grande general. 0 antílope estava na ponta de uma rocha, acima dele. Enquanto olhava para o animal. Plácido ouviu uma voz: - Plácido, sou Jesus, a quem serves sem conhecer. A tua caridade e os teus atos de benevolên¬cia chegaram até mim. Um homem justo, amado por suas obras, não deve servir ao Diabo e falsos deuses, que não podem dar vida nem recompensa. Aturdido e atemorizado, Plácido desmontou. Ele não podia desviar os olhos da luz brilhante à frente - mais brilhante que o sol, Finalmente, ganhando coragem, bradou num tom exaltado e trêmulo: - "Que voz é esta? Quem está falando? Revela-te para que eu possa conhecer-te. Novamente a voz celeste caiu-lhe aos ouvidos: - Sou Jesus Cristo, que do nada criou os céus e a terra, que a tudo deu forma, e fez a luz surgir da escuridão. Sou aquele que criou a lua e as estrelas, e fez o dia e a noite; que formou o homem do pó da terra, e para a sua redenção, vim em corpo humano, fui crucificado, e ressuscitei dentre os mortos ao terceiro dia. Vai até a cidade. Plácido, procura o pastor dos Cristãos, e sejam batizado. Um raio - o último raio da luz brilhante que lhe deslumbrara os olhos - penetrou-lhe o coração, e ele entendeu tudo. Plácido permaneceu quatro horas de joelhos; sua primeira oração a Deus, oração fervorosa e plena de gratidão. Quando se levantou de sua profunda adoração, percebeu que estava tudo escuro e em silêncio. O sol desaparecera atrás dos montes, e o seu cão e o seu cavalo fiéis, porém cansados, dormiam atrás de si. Plácido levantou-se, à semelhança de Paulo na estrada de Damasco, com a coragem de um leão para proclamar a verdade de Cristo e a misericórdia de Deus. Despertou o cavalo, e retomou lentamente à cidade, através das passagens desoladas dos montes. Entrementes, os alarmas pela segurança de Plácido já haviam chegado até sua casa, na cidade. Ele fora abençoado com uma nobre e amável esposa; sua união vinha-se fortalecendo por longos anos de paz. A semelhança de suas almas virtuosas, seu lar era um cenário de felicidade domestica raramente encontrado nos círculos pagãos. A ausência inusitada do general causara à esposa imensa ansiedade; durante toda a noite, ela esperara ouvir-lhe os passos na soleira da porta, mas a alvorada pardacenta já rompia no horizonte, e ainda nem sinal de Plácido. Despertando de um repouso momentâneo e de um sonho ilusório, ela encontrou a escrava esperando que retornasse à consciência para entregar-lhe uma mensagem. — Nobre senhora, Rufo, que acompanhou o general à caçada, retornou e pede uma audiência.. — Rápido, rápido, Sílvia, traze-o à minha presença. Ela saltou do leito, encontrou o soldado veterano à porta, e tremendo de expectação, falou-lhe: — Dizei-me, Rufo, tu sabes tudo sobre o general. Tu és um verdadeiro soldado, e mantém-te ao seu lado nas horas mais escuras. Como pudeste separar-te dele? Fala, eu temo o teu silêncio. O veterano inclinou-se sobre a alabarda, uma arma constituída de uma longa haste de madeira rematada em ferro largo e pontiagudo, atravessado por outro em forma de meia-lua. Após pequena pausa, falou em voz profunda e solene: — Nobre senhora, não desejo atiçar-te o receio das mais escuras calamidades, mas temo pela segurança do general. — Eu te conjuro. Rufo, conta-me tudo! — exigiu ela freneticamente. — 0 seu cavalo de confiança caiu e o lançou num precipício? Os lobos das ravinas alimentaram-se de seu corpo lacerado? — Nenhuma dessas calamidades, nobre senhora, sucederam ao bravo comandante — interrompeu Rufo. — Achamos que ele perdeu o caminho nas montanhas, e deverá estar aqui antes do meio dia. Eu estava ao seu lado, quando um grande antílope saiu do matagal; os cães o perseguiram, e os nossos cavalos voaram pela encosta áspera da montanha. 0 antílope era o maior que já vimos nestas paragens, e o mais veloz também. Nossas cavalgaduras inferiores logo ficaram para trás, e vimos o cimo brilhante de nosso comandante correndo como unia bola de fogo através da floresta. Logo o perdemos de vista, perto das ravinas do Marino. Paramos à sombra de uma figueira, esperando a cada momento ver o nosso galante comandan¬te retornar com a presa de sua bela caçada. As horas passaram-se vagarosamente; esperávamos ansiosos ouvir o som de sua trompa. Nenhum cachorro voltou com a boca suja de sangue para assegurar-nos da vitória; cada momento de ansiedade fazia pulsar mais forte o martelo da vida. Procuramos nos lados da montanha, e chamamos em alta voz o nome de nosso general; não houve resposta, a não ser os ecos que quebravam a quietude do bosque das oliveiras. Tremendo por sua segurança, corri de volta ao quartel-general, e pedi um destacamento de cavalos para percorrer a montanha. Nota, nobre dama, como foi que me separei do general. As correntes de vida do sangue do meu coração não me são mais preciosas que a segurança do meu senhor. Rufo não deve servir sob outro comandante além de Plácido. Enquanto Rufo ainda falava, ouviu-se do lado de fora um alvoroço, e alguns escravos empolgados entraram correndo, anunciando a chegada do general. Esgotado, e coberto de pó, ele apeou da montaria. Em silêncio, abraçou a esposa, e fazendo um sinal para que todos deixassem o aposento, voltou-se para ela: — Estela, tenho uma história muito estranha para contar-te. Tu sabes que os terrores da guerra e o esfacelar-se dos impérios foram sempre a minha ambição c a minha alegria. Antigamente, eu nada temia; não conhecia Deus além de minha espada. Mas desde a última vez que me sentei à sombra destas torres ancestrais, e de teu sorriso amoroso, uma mudança operou-se em meus sonhos de ambição. Como o sol nascendo de uma grossa camada de nuvens, uma visão do mundo invisível passou diante de meus olhos: uma Deidade maior que os deuses do Império manifestou-se a mim. Estela, sou um cristão! Com muitas lágrimas, ele descreveu a visão que tivera: a miraculosa intervenção de Deus para trazê-lo à fé. Naquele dia. ele pós em ordem suas obrigações, a fim de entregar-se generosamente à vocação divina. Mensageiros foram confiados de conduzi-lo às catacumbas, onde o bispo cristão dirigia a Igreja de Deus. Apesar das objeções de sua tímida esposa, que temia as terríveis conseqüências envolvidas na profissão do cristianismo naqueles dias de horror, ele apressou-se, na primeira hora após o anoitecer, às criptas do Caminho Salariano. Dentre as sublimes lições que lhe foram ensinadas na visão, nas montanhas, estava a seguinte:

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