REFORMA PROTESTANTE, IGREJA EVANGÉLICA BRASILEIRA E HALLOWEEN PASTOR MARCELO SANTOS COMENTA
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Oséias 4:6).
Antes de mais nada é preciso ressaltar que a Reforma Protestante foi o ápice de um processos histórico iniciado anos antes por homens como John Wycliff (1329-1384) que fatalmente seria condenado a fogueira caso não morresse antes de derrame cerebral, John Hus (1369 – 1415) queimado vivo na estaca e Girolamo Savonalora (1452 – 1498) queimado em praça pública – todos condenados a morte por terem sido considerados hereges.
Citar apenas Lutero como o personagem importante da Reforma Protestante, é desprezar ou no mínimo menosprezar a vida e ousadia desses homens, como se o mérito fosse exclusivamente de Lutero.
A Reforma Protestante, sem sombra de dúvida resgatou os princípios basilares do verdadeiro cristianismo não tendo como motivação, pelo menos em um primeiro momento o fato de homens desejarem um poder sobre a massa populacional, tampouco o afagar o orgulho por parte de homens dotados de maior conhecimento, mas sim um resgate da Bíblia e aos princípios nela expostos, de forma que todo “protesto” tinha como alvo resgatar a biblicidade há muito já perdida.
Os reformadores não tinham por objetivo acabar com a igreja católica, antes o que esperavam era que a igreja pudesse continuar sua jornada de modo santificado, baseado nas Escrituras e sem a necessidade de uma divisão.
Entre a ação e a omissão, a primeira teve primazia sobre a segunda, e se formos analisar a história, iremos perceber que ela é feitas de ambas atitudes, mas que o “desenvolvimento” acontece no momento em que a reflexão interna, produz ação externa, e não é sufocada pela omissão eterna.
A Reforma nos ensina que precisamos não só aprender a refletir, pois isto por si só pode transformar-se numa mera opinião pessoal, mas também a transformar esta reflexão em atitude, ação transformadora que produza crescimento.
Um bom começo talvez seja deixar claro sobre o que protestamos enquanto protestantes. Quero fazer minhas as palavras do amigo Hernani Medola na sua lista de protestos sob os quais assino em baixo.
Segundo ele, “Talvez Lutero ficasse decepcionado, como qualquer cristão sério, com o que algumas “igrejas” ditas evangélicas tem feito com o nome de Cristo, com a liberdade que nos foi dada, com benefícios conquistados a custa de suor, sangue e lagrimas.
Eu protesto contra os que atrelam bênçãos a prosperidade financeira. Isso não possui qualquer fundamento bíblico, pelo contrário, Jesus foi o maior exemplo de desapego material e nos alertou quanto ao perigo do amor ao dinheiro. Esta é uma estratégia baixa para atrair pessoas desesperadas ou gananciosas para uma doutrina que não é compatível com o cristianismo.
Eu protesto contra a superficialidade dos relacionamentos dentro da igreja. Não nos preocupamos uns com os outros, quando na verdade Deus nos chamou para sermos usados por Ele no tratamento dos nossos irmãos. Sentamos no banco, ouvimos música, lemos a bíblia, pedimos por nós mesmos e saímos antes do culto acabar, para não perder a programação televisiva, não pegar transito ou simplesmente para não ter que cumprimentar determinado “irmão” (e assim nos tratamos, não mais porque somos filhos do mesmo Pai, mas porque não sabemos sequer o nome uns dos outros)
Eu protesto contra o “mercado gospel”, que transformou cultos em shows, ofertas em cachês, igreja em público, fé em negócio. É inconcebível se pagar o que se paga para determinados pseudo-artistas e faturar milhões que não servem para nada além de enriquecer determinadas pessoas e explorar uma fatia cada vez mais gorda de mercado consumidor.
Eu protesto a hipocrisia que tomou conta de alguns, que excluem quem mais precisa ser tratado por Deus e põe em um pedestal quem criou a habilidade de encobrir pecados. A igreja não é um lugar de quem já é pleno em santidade (este lugar é o céu), mas é o lugar de pessoas dispostas a pagar o preço de buscar esta santidade.
Protesto contra a categorização de pecados, porque achamos que pecados relacionados a sexualidade são maiores do que a mentira, a corrupção, a inveja e outros pecados bem mais “toleráveis”.
Protesto contra a utilização do nome de Cristo, de Deus e do Espírito em vão. Perdemos o temor pelo Senhor e o Nome é utilizado para prometer, determinar, trazer, levar, parar e tantas outras ações que violam a santidade do nome do Senhor.
Protesto contra a religiosidade que nos faz tornar sagrados dias, pessoas, comidas, músicas, meses e paganizar outras coisas que na verdade nada tem a ver com o processo de santificação pessoal. Somos santificados por meio de Cristo, pela sua Graça, e só.
Protesto contra a politização político partidária dentro das igrejas. Líderes religiosos utilizam seus “rebanhos” como massa de manobra política, enganam o povo, e lucram alto com negociatas que estão muitíssimo distantes do que é Reino de Deus.
Protesto contra a superficialidade do relacionamento com Deus, que nos leva cada vez a orar menos, ler menos a Bíblia, ter menos intimidade com Deus e torna o povo ignorante o suficiente para ser levado por qualquer vento de doutrina, querer satisfazer apenas seus prazeres pessoais, que massageia os egos, que tolera pecados e que são idéias de homens e não de Deus.” [i]
Hegel certa vez afirmou: “Com a Reforma os protestantes fizeram sua revolução”. Talvez seja a hora de retomá-la.
Neste mesmo dia 31 de outubro muitos cristãos celebram o Hallowen. Cito então o texto de Claudia Santos sob o qual assino em baixo.
“Digo NÃO a festa do dia das bruxas!! Digo NÃO ao Halloween!!!!
Porque:
1. Jesus me deu vida e vida em abundancia. (João 10.10) Tenho vida, não vou festejar a morte, ou figuras que me lembrem dela.
2. Ditado popular: “Toda brincadeira tem um fundo de verdade”. Bruxaria, magia, espíritos mortos (zumbis)…, a mensagem que eles passam é de destruição. Deus não se agrada disso: Det. 18.10 a 12
3. Esta festa começou na Irlanda, onde feiticeiros ensinavam pessoas a adorar o sol, sacrificar animais e diziam que na noite do dia 31/10 conseguiam falar com mortos. Quando os irlandeses foram para os EUA, levaram a festa. Na Irlanda esculpiam em nabos. Como nos EUA não tinham nabos, passaram a usar aboboras onde esculpiam caretas de demônios. A partir daí a festa se espalhou para todo o mundo.
CELEBRO A VIDA E NÂO A MORTE!!!!!!!!!!!”[ii]
Em dias de Hallowen, apesar de não acreditarmos em bruxas, tem muita gente de carne e osso dentro da igreja evangélica brasileira cumprindo este papel.
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Oséias 4:6).
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