ALEXANDRE FEITOSA PASTOR E BACHARELANDO EM TEOLOGIA. HÁ 10 ANOS DEDICA-SE À TEOLOGIA INCLUSIVA E A VISITAR IGREJAS MINISTRANDO SOBRE O ASSUNTO. AUTOR DOS LIVROS "BÍBLIA E HOMOSSEXUALIDADE" FALA SOBRE ANA PAULA VALADÃO E A HOMOSSEXUALIDADE: O DISCURSO DO SENSO COMUM
Ana Paula Valadão, expõe sua visão “cristã” sobre a homossexualidade, mais precisamente, a presença notória de pessoas homossexuais na igreja e sua predileção pelo famoso ministério de louvor de BH. Os gays cristãos não apreciam apenas o DT. Para quem frequenta assiduamente alguma igreja evangélica ou participa de Comunidades do Orkut, por exemplo, é evidente a presença maciça de gays entre os fãs de grandes cantoras evangélicas como Shirley Carvalhaes e Eyshila (segundo alguns, a rainha dos GGs, ou seja, Gays Gospel), dentre outras.
As respostas da cantora apenas evidenciam o quanto desconhece o assunto e o quanto a presença de homossexuais na igreja não dá mais pra ser simplesmente ignorada. As palavras de Ana Paula, ao citar 1 Coríntios, revelam o mesmo discurso, antiquado e descontextualizado de sempre, como se o apóstolo Paulo conhecesse sobre orientação sexual e tivesse vivido a realidade de tantos casais homoafetivos de hoje, estáveis, felizes e cristãos.
Um dos piores momentos do vídeo é quando o entrevistador denomina a presença cada vez mais evidente de gays na igreja (incluindo membros e pastores) de um “mau que assola a humanidade”, como se houvesse mais homossexuais hoje que no passado. A diferença não percebida pelo apresentador é o fato de que a visibilidade de gays é maior hoje que no passado. Entretanto, há pontos positivos na entrevista: o reconhecimento de que há despreparo por parte da Igreja em acolher adequadamente pessoas com orientação homossexual
Acabou-se o tempo em que Igreja e Homossexualidade eram tratadas a distância. O Brasil vive um verdadeiro boom de igrejas inclusivas, aquelas que tratam com naturalidade e homossexualidade e recebem de braços abertos pessoas com essa orientação. Estive semana passada em SP, visitando duas novas igrejas inclusivas e palestrando sobre Bíblia e Homossexualidade. É incrível como tais grupos têm crescido. E detalhe: 90% dos membros são oriundos de igrejas evangélicas como a Assembleia de Deus.
Ana Paula ressalta como características naturais o quanto tais pessoas são talentosas e sensíveis, entretanto, no quesito sexualidade, foram alvo de algum tipo de interferência que as desvirtuaram em dado momento.
Ao citar o testemunho de Dennis Jernigan - em que fica evidente as causas de seu comportamento homossexual – demonstra mais uma vez desconhecer o assunto, pois generaliza as causas da homossexualidade, confundindo-a com comportamento homossexual construído e passível de mudança. Veja abaixo trechos de seu testemunho.*
A argumentação parece até bonita quando, tanto Ana Paula quanto o entrevistador apelam para a necessidade que a Igreja tem do talento inegável de muitos homossexuais, esquecendo-se de que tais dons são tão naturais quanto a sexualidade.
O discurso de Ana Paula não é novo, é o mesmo de pastores intolerantes como Silas Malafaia. A diferença é que Ana Paula é doce, e Silas é rude.
É inegável: há homossexuais na igreja, são notórios e, normalmente destacam-se nos ministério de dança, de louvor, de teatro... É inquestionável que muitos possuem tais aptidões artísticas, fruto de sua constituição especial, dada por Deus, assim como sua afetividade, tão combatida como pecaminosa e antinatural. É estranho um discurso que abre a porta ao talento de muitos homossexuais e fecha a mesma porta para sua realização afetiva, tão necessária a qualquer ser humano. É assim que dizem amar os homossexuais: dando-lhes certos direitos e negando-lhes outros.
É hora de a Igreja rever seus conceitos sobre a homossexualidade; de se colocar no lugar dessas pessoas que sofrem desde a infância em todos os setores de sua vida; de rever o que a Bíblia diz realmente sobre a questão; de ponderar sobre as razões pelas quais a grande maioria dos gays cristãos não consegue mudar sua orientação sexual.
Enquanto isso não acontece, muitos se perdem pelo caminho, por acreditar que a condenação os espera impiedosamente...
Deus não quer que ninguém se perca; a Igreja deveria sentir da mesma maneira.
*Quando eu tinha cerca de 5 anos de idade eu tive um dos meus primeiros encontros sexuais com outro homem. Em um banheiro público, um homem adulto se expôs para mim de maneira ameaçadora. Ainda que eu tenha feito a coisa certa correndo dali, eu ainda me remetia de volta àquele encontro e me perguntava: “Por que ele me escolheu para fazer aquilo? O que está errado comigo? O que o atraiu a mim?” Outro aspecto que me levou a esse processo mental foi o pensamento de que meu pai não me amava, porque ele não me dizia isso. E ele não me tocava de outras formas que pudessem demonstrar isso. Nós não éramos os mais afeiçoados como homens Jernigan! Não é necessário dizer que minha identidade – minha sexualidade – foi afetada pela forma que eu pensava que os outros me notavam e, porque isso aconteceu tão cedo, eu acreditei que tinha simplesmente nascido deste jeito.
Nesta área eu me sentia tão tímido e com medo de rejeição que me tornei ainda mais egoísta e pervertido em meu jeito de pensar. Enquanto garoto eu precisava de um modelo que me mostrasse a correta masculinidade, mas porque me sentia rejeitado pelo principal homem de minha vida eu, em retorno, o rejeitei e comecei a desejar intimidade com um homem de uma forma pervertida. Por causa desses pensamentos errados eu passei a acreditar que era homossexual.
É incrível para mim que Ele tenha me amado o suficiente para preservar a minha vida da forma que fez nesses dias e épocas de promiscuidade, perversão e doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS.
Um comentário
IGREJAS CHEIAS,CÉU VAZIO. SE A PESSOA SE CONVERTE SIGNIFICA MUDANÇA DE VIDA/RUMO. SE ISTO NÃO ACONTECE, NÃO HÁ CONVERSÃO.
Postar um comentário