AS CAUSAS DO PENTECOSTE - PENTECOSTE O FOGO QUE NÃO SE APAGA – PASTOR HERNANDES DIAS LOPES
Queremos arrolar algumas causas fundamentais que desaguaram nesse copioso e torrencial derramamento do Espírito, marcando de uma vez para sempre o início da igreja cristã e servindo de referencial para outros derramamentos dele procedentes.
1. Cumprimento da promessa do Pai -Lucas 24.49
O Pentecoste é o cumprimento de profecias claras e incon-fundíveis. O Deus fiel, que não pode negar a si mesmo e que vela pelo cumprimento de sua Palavra, prometeu derramar do seu Espí¬rito sobre toda a carne (Jl 2.28). Obviamente não se está falando quantitativamente em "toda a carne", mas qualitativamente. O Pentecoste transpôs a barreira sexual, pois o Espírito foi derramado sobre filhos e filhas, homens e mulheres. Deus devolveu à mulher sua dignidade original. O Pentecoste quebra a barreira do precon¬ceito etário: o Espírito desceu sobre jovens e velhos. Não há idade sagrada nem há idade problemática. Todos podem experimentar a vida abundante de Deus. O velho pode ter ideais e sonhos, e o jo¬vem pode ter visões e discernimento. O Pentecoste rompe o precon¬ceito social, pois o Espírito foi derramado sobre servos e servas. Não há aristocracia espiritual. Não há dinastia sagrada. Não há estratificação social no Reino de Deus. Até mesmo os mais simples e humildes são contemplados com a qualidade superlativa da vida cheia do Espírito.
Em Isaías 44.3 Deus prometeu derramar água sobre o sedento, torrentes sobre a terra seca e o Espírito sobre os descendentes de Abraão. A promessa de Deus é segura, porque em todas as suas promessas te¬mos o sim e o amém. A promessa é abundante, porque ele não fala de gotas, nem de filetes, nem de porções, mas do derramar de torrentes. Deus não nos dá o seu Espírito por medida. A todos os sedentos, a todos os que anseiam com avidez, como a corça brama pelas correntes das águas, o Pentecoste, o derramamento do Espírito, é uma promessa possível.
2. Resultado de uma espera obediente - Lucas 24.49
"...ficai em Jerusalém...". A ordem de Jesus estava dada e não podia ser mudada, adiada ou desobedecida. Os discípulos deviam permanecer em Jerusalém. Talvez o último lugar que gostariam de ficar fosse a cidade de Jerusalém, que significava fracasso e queda na vida deles. Jerusalém representava vergonha e opróbrio na história deles. Ali suas expectativas e sonhos foram sepultados. Ali um es¬pectro de dor se apoderou da alma deles. Mas Jesus mostra que o cenário do fracasso deve ser o lugar da restauração.
Onde há obediência, há bênção; onde a palavra de Jesus não é levada a sério, há maldição. Obedecer é melhor que sacrificar. Aque¬le não era tempo de sair, era tempo de ficar. Aquele não era momento de fazer missão, mas de introspecção. Há ocasiões em que o que Deus espera de nós não é atividade, mas auto-avaliação. Deus está mais interessado no que somos que naquilo que fazemos. A nossa vida é mais importante que o nosso trabalho. Quando Jesus chamou os após¬tolos, antes de enviá-los a pregar e a expulsar demônios, designou-os para que estivessem com ele. Agora, antes de derramar sobre eles o Espírito, capacitando-os para o cumprimento da missão, ordena-os a ficar em Jerusalém.
Precisamos depender mais dos recursos de Deus do que das nossas estratégias. Se gastássemos em oração o tempo que inves-timos em reuniões e programações intérminas, a igreja explodiria em crescimento fenomenal. Para nós, ficar quietos na presença de Deus é mais difícil do que correr de um lado para o outro. É mais fácil ser Marta do que Maria. É mais fácil sair em campo do que depender do Senhor, obedecer à sua Palavra e descansar nas suas promessas.
Lendo um dos manuais de crescimento da Igreja do Evangelho Pleno em Seul, pastoreada pelo dr. David Yong Cho, fiquei impressi¬onado com o gigantismo do seu ministério. A igreja, que começou em 1958, conta hoje com 700 mil membros. É a maior igreja local do mundo. Tem 700 pastores auxiliares, 30 mil grupos familiares, 7 cul¬tos a cada domingo com 50 mil pessoas cada. Além da complexidade de uma igreja tão grande, ainda dispõe de várias emissoras de televi¬são, dezenas de emissoras de rádio e um jornal com 700 funcionários e tiragem diária de 1 milhão de exemplares. Fiquei impressionado ao conhecer essa igreja. Imediatamente comecei a meditar sobre a agen¬da do pastor titular dessa igreja. Como ele administra o seu tempo? Fiquei emocionado e comovido ao ler que ele gasta apenas 30% do seu tempo administrando toda essa máquina e 70% orando, lendo a Palavra e preparando o sermão de domingo. Estar com Jesus, ficar na presença de Deus, é a grande prioridade do seu ministério. Certa fei¬ta, o presidente da Coréia do Sul telefonou para o seu gabinete. A secretária disse-lhe que o pastor não poderia atendê-lo porque estava orando. O presidente insistiu em falar, dizendo à secretária que era o presidente e o assunto requeria prioridade. Ela delicadamente comu¬nicou ao presidente que o pastor não o atenderia naquele momento, porque estava orando. Mais tarde o presidente ligou para o pastor e reclamou não ter sido atendido prontamente como a maior autorida¬de do país. O pastor respondeu-lhe que não podia atendê-lo porque estava em audiência com o soberano do universo, o Senhor Jesus Cristo.
3. Resultado de uma espera perseverante - Lucas 24.49
"... ficai... até que do alto sejais revestidos de poder...". Muitas vezes, deixamos de receber uma efusão e um derramar do Espírito de Deus em nossa vida, porque somos muito apressados e superficiais na nossa busca. Desistimos cedo demais. Nosso amor por Deus é como a névoa que cedo passa. Vivemos num tempo em que predomina o descartável. Tudo precisa ser rápido. Não desenvolvemos a perseve¬rança. Não agüentamos esperar.
Aquele grupo dos 120 discípulos perseverou em oração duran¬te 10 dias. Eles não arredaram o pé. Não olharam para trás com incre¬dulidade. Não duvidaram da promessa. Por isso, receberam a bênção. Os céus se abriram e o fogo de Deus caiu sobre eles. As torrentes do céu inundaram o coração deles. A vida deles foi tocada e transforma¬da para sempre por causa dessa espera perseverante.
Depois de triunfar sobre os profetas de Baal no Carmelo, de-pois de ver o fogo de Deus cair sobre o holocausto e o povo cair de joelhos, proclamando que só o Senhor é Deus, depois de testemunhar o triunfo de Deus sobre os ídolos abomináveis que escravizavam a Israel, Elias subiu ao cume do monte. Lá meteu a cabeça entre os joelhos. Clamou a Deus pelo derramamento das chuvas. Havia três anos e meio que não chovia sobre a terra. Reinava a fome. A calami¬dade era geral. Elias, mesmo sendo um homem semelhante a nós, perseverou na oração. Clamou a Deus com insistência. Na sétima vez, viu um pequeno sinal, uma nuvem do tamanho da palma de uma mão e creu que Deus mandaria uma chuva torrencial. A chuva caiu. A terra floresceu e frutificou, porque Elias perseverou em buscar a Deus.
Naamã, comandante do exército da Síria, só foi curado de sua lepra quando deixou de lado sua própria metodologia e resolveu obe¬decer à ordem do profeta Eliseu, mergulhando no rio Jordão sete vezes. Se ele tivesse desistido na sexta vez, teria voltado para a Síria leproso. Importa perseverar. Perseverar é obedecer.
Muitas vezes, começamos uma reunião de oração com entusi-asmo, mas logo desanimamos. Pregamos sobre avivamento, mas logo deixamos de lado o assunto. Colocamos a mão no arado, mas logo olhamos para trás. Visitei a Missão Kwa Sizabantu, na África do Sul, em 1991, e li também sobre a história do grande avivamento que Deus deu ao povo zulu em 1966 pela instrumentalidade do pastor Erlo Stegen. Foram 14 anos de busca. Muitas vezes eles foram tenta¬dos a desistir. Houve tempos de desânimo, mas eles prosseguiram. Nos três meses que antecederam a chegada do avivamento, eles só conseguiam chorar em suas reuniões de oração, três vezes ao dia. Mas como a terra estava seca e os corações estavam sedentos, perma¬necendo na busca, Deus enviou sobre eles torrentes caudalosas do Espírito com resultados colossais que pudemos ver e ouvir.
4. Resultado da expectativa de uma vida cheia de poder - Lucas 24.49
"... até que do alto sejais revestidos de poder." O que você espe¬ra da sua vida cristã? Você tem anseios? Aspira a algo maior? Busca uma vida abundante? Anela com todas as forças da sua alma a pleni¬tude do Espírito? Não há nada mais perigoso para o cristão do que viver satisfeito consigo mesmo. A estagnação e o conformismo são perigos ameaçadores à vida cristã saudável.
Muitas pessoas se contentam com migalhas, enquanto os celei¬ros de Deus estão abarrotados. Os mananciais de Deus são inesgotá¬veis. Os recursos de Deus para nós são ilimitados. Ele tem para nós vida abundante. Os rios de água viva podem fluir do nosso interior. Há vestes alvas e óleo fresco para a nossa cabeça. Temos à disposição a suprema grandeza do poder de Deus, o mesmo poder que ressusci¬tou Jesus dentre os mortos. Não há escassez da parte de Deus. En¬quanto tivermos vasilhas vazias, o azeite de Deus não cessará de jor¬rar. Enquanto nosso coração estiver sedento de Deus, ansioso por buscar sua face e aberto para receber a sua unção, não faltará orvalho do céu sobre nós, nem o bálsamo de Gileade sobre a nossa cabeça. Deus não despede de mãos vazias aqueles que nele esperam. Ele não decepciona aqueles que o buscam. Aqueles discípulos estavam aguar¬dando não a perpetuação da escassez, não a continuação da crise, não o prolongamento da aridez espiritual que os assolava. Estavam bus-cando com avidez um derramamento do Espírito, uma qualidade su¬perior de vida, uma experiência mais profunda com o poder de Deus.
Como você se encontra na vida cristã? Acomodado? Você es-pera mais de Deus? Quer mais do seu Espírito? Busca com sofreguidão uma vida de poder? Não podemos fazer das nossas experiências o referencial para aquilo que Deus nos pode dar. Ele pode fazer infi¬nitamente mais. Não podemos colocar limites ao poder de Deus. Não podemos engessar Deus dentro dos nossos estreitos limites. No pas¬sado muitos homens de Deus experimentaram coisas tremendas e extraordinárias porque ousaram crer e buscar as riquezas insondáveis do Evangelho de Cristo e a plenitude do poder do Espírito. Foi essa busca de poder que fez de George Whitefield o maior pregador ao ar livre do século XVIII. Foi essa sede de vida plena que fez de John
Wesley o grande avivalista que sacudiu a Inglaterra e tirou o país das cinzas de uma crise avassaladora. Foi o poder do céu que fez do jo¬vem David Brainerd o maior referencial de vida piedosa no século XVIII, a ponto de John Wesley considerar a leitura do diário pessoal de Brainerd a obra mais importante a ser lida por um pregador. Foi esse revestimento de poder que transformou o vendedor de sapatos Dwight Moody no maior evangelista de todos os tempos.
Hoje vemos muitas vertentes religiosas pregando um poder que vem de dentro do homem. Isso não é cristianismo, é budismo. O po¬der que precisamos não vem de dentro, mas do alto, do céu, de Deus.
5. Resultado de oração fervorosa - Atos 1.14
"... todos perseveraram, unânimes em oração." Todo o grupo dos 120 discípulos estava irmanado no mesmo objetivo. Ninguém ficou de fora daquela reunião de oração. Não houve desistência no meio do caminho. Todos perseveraram. Hoje, muitas vezes, temos ânimo para começar uma reunião de oração, temos arrojo para conclamar as pessoas, mas não temos fibra para perseverar. É fácil começar. É fácil ter entusiasmo quando a situação é favorável. Mas Deus busca em nós persistência. Abraão insistiu com Deus para não destruir os justos junto com os ímpios em Sodoma. Deus ouviu a sua oração e tirou Ló de lá. Elias insistiu com Deus no cume do Carmelo e orou sete vezes até a chuva torrencial cair sobre a terra seca de Israel. Os discípulos passaram dez dias perseverando em oração. Eles não desistiram. Oraram até que veio sobre eles, com grande poder, o derramamento do Espírito. Mas eles não estavam apenas juntos. Não foi mera perseverança que marcou aquela extraordinária reunião de oração. Eles oraram unânimes. Havia acordo sobre o assunto da ora¬ção. Era como se fosse uma só alma diante de Deus. Eles estavam afinados pelo diapasão do céu. Eles tinham um só coração, um só propósito. Todos oravam na mesma direção, aguardavam a mesma promessa, buscavam o mesmo revestimento de poder.
Hoje temos gigantes do saber no púlpito e pigmeus na vida de oração. Pastores indolentes não sabem o que é agonia de alma, nem jamais experimentaram o que é lutar com Deus em oração como Jacó. E. M. Bounds disse no seu clássico livro O Poder através da Oração que "homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam". Lutero, o grande reformador alemão, já dizia que "sermão sem unção endurece o coração". C. H. Spurgeon dizia que toda a sua vasta biblioteca nada era diante do altar sagrado de sua sala de ora¬ção. Abraão Kuiper, grande teólogo, educador e político holandês, afirmou que, "se pastores não forem homens de oração e não honra¬rem o Espírito Santo em sua vida e ministério, darão aos seus reba¬nhos pedra em vez de pão". É verdadeiro o refrão que citamos em nossas igrejas: "Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco po¬der; nenhuma oração, nenhum poder". Na verdade, bancos vazios de oração fazem púlpitos sem poder.
C. H. Spurgeon, ao pregar sobre o texto de Atos 1.14, disse: "Como esperar o Pentecoste se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, só depois vem o Pentecoste".
Em 1997, juntamente com 80 pastores brasileiros, tive a opor¬tunidade de conhecer a Coréia do Sul. Visitamos 11 igrejas evangéli¬cas em Seul, sendo 9 presbiterianas, uma metodista e uma Assem¬bléia de Deus. Igrejas de 5 mil, 10 mil, 12 mil, 18 mil, 30 mil, 55 mil, 82 mil e 700 mil membros. Fiquei impressionado com o grande vigor espiritual daquelas igrejas. Em cada uma delas, recebemos uma pa¬lestra especial do pastor titular sobre os princípios de crescimento da igreja. Ficamos impressionados pelo fato de todos eles afirmarem ca¬tegoricamente que o maior motivo do grande crescimento da igreja evangélica na Coréia do Sul é o profundo compromisso dos crentes com a vida de oração. Nenhuma igreja é considerada evangélica na Coréia do Sul se não tiver reunião diária de oração pela madrugada. Se um seminarista faltar a duas reuniões de oração de madrugada no seminário, salvo por razões imperativas, não serve para ser pastor. Nenhum membro, via de regra, ora menos que uma hora por dia. Nenhum líder da igreja ora menos de duas horas por dia. Nenhum pastor, salvo raras exceções, ora menos de três horas por dia. Visita¬mos a maior igreja metodista do mundo, com 82 mil membros. O pastor fundador ainda é o pastor titular da igreja. Ele nos disse que o segredo do crescimento da igreja é a sua vida abundante de oração e a oração fervorosa de toda a sua vasta congregação. O pastor David Yong Cho, cuja igreja é a maior do mundo, com 700 mil membros, começou seu pastorado em 1958, e agora sua igreja está espalhada em diversas nações da terra. Ele documenta fartamente em seus li¬vros que gasta 70% do seu tempo em oração e meditação da Palavra. Além das reuniões diárias de oração no templo, as igrejas investem na construção de acampamentos de oração e treinamento, onde fa¬zem cavernas de oração e para onde o povo vai derramar sua alma diante de Deus. Visitamos a Igreja Presbiteriana Myong Song, a mai¬or Igreja Presbiteriana de Seul, com 55 mil membros. Essa igreja tem quatro reuniões de oração pela manhã: uma das quatro às cinco; ou¬tra, das cinco às seis; outra, das seis às sete; e finalmente, outra das sete às oito horas. Fiquei comovido ao participar de uma dessas reu¬niões, no horário das cinco às seis da manhã. Ao aproximar-nos do templo, vimos as pessoas correndo com a Bíblia na mão em direção ao templo. Quando chegamos ao pátio da igreja, centenas de carros e ônibus estavam estacionados. Os diáconos, bem trajados, cuidavam da boa ordem do estacionamento. Quando entramos no templo, ele estava superlotado, coral togado, pastor no púlpito, como se fosse dia de grande festa. Contei no carpete, em frente ao púlpito, 80 pessoas assentadas, porque não havia mais lugar no templo. Mais de 5 mil pessoas ali reunidas. Isso quatro vezes por dia. Quando aquela multi¬dão começou a orar, parecia o murmúrio de muitas águas. Não conse¬gui conter as lágrimas que rolavam pelo meu rosto ao perceber o fer¬vor com que eles buscavam a face de Deus.
Quando um dos membros da nossa caravana questionou um dos pastores a respeito de a oração matinal dos coreanos ser um fator cultural, ele respondeu: "Em todo o mundo as pessoas levantam cedo para ir para a escola, para o trabalho, para tratar de seus interesses e para ganhar dinheiro. Nós entendemos que Deus merece o melhor e as primícias. Se Deus é a maior prioridade da nossa vida, então procuramos mostrar isso, buscando a sua face bem cedo de manhã".
Perguntaram a David Yong Cho qual seria a melhor estratégia que um pastor deveria usar para levar a sua igreja a tornar-se uma igreja de oração. Ele respondeu: "A única maneira de levar uma igre¬ja a orar é o pastor dela ser um homem de oração". Por esse motivo, quando perguntaram a Dwight Moody qual era, para ele, o maior obs¬táculo ao avanço da obra, ele respondeu: "O maior obstáculo da obra são os obreiros". E disse mais: "Moody é o maior inimigo de Moody".
Se os pastores forem gravetos secos a pegar o fogo do Espírito, o povo todo começará a arder. Se o púlpito for uma fogueira, a igreja será cheia do calor do Espírito. Perguntaram a Moody certa vez: "Sr. Moody, como começar um avivamento na igreja?". Ele respondeu: "Acenda uma fogueira no púlpito".
Martyn-Lloyd Jones afirmou que "o Pentecoste é derramado sobre algo que está pronto. A unção do Espírito derrama-se sobre a preparação. Elias erigiu um altar, em seguida cortou a lenha e arru¬mou-a sobre o altar. Então, matou o novilho, cortou-o em pedaços e colocou-os sobre a lenha. Tendo feito tudo isso, orou para que des¬cesse fogo; e o fogo desceu. Essa é a ordem das coisas".
Na hora em que nossa vida estiver preparada, o fogo de Deus descerá sobre nós. Quando o caminho de Deus for preparado e os vales forem aterrados, os montes nivelados, os caminhos tortos endi¬reitados e os escabrosos aplainados, então toda a carne verá a salva¬ção de Deus. É quando a igreja cai de joelhos em oração perseverante e unânime, que o fogo do Espírito cai sobre a igreja. É depois que a igreja acerta a sua vida, que o cumprimento da promessa se concreti¬za.
No ano de 1996 fui convidado a pregar na Igreja Batista de Pavuna, na baixada fluminense, no Rio de Janeiro. O calor era sufo¬cante. O sol estava escaldante. Pensei comigo que, numa quinta-fei¬ra, com tamanho calor, iria encontrar uma pequena igreja sem muita motivação para cultuar. Quando cheguei ao local, vi um templo gi¬gantesco. Ninguém havia chegado. Só o pastor estava no gabinete. Com fidalguia ele me acolheu e foi logo dizendo que o culto seria maravilhoso e que ele esperava naquela noite cerca de 3 mil pessoas. O meu coração foi tocado. Tivemos naquele culto mais de 3 mil pes¬soas, debaixo de calor asfixiante, mas uma multidão exultante e cheia do gozo do Espírito. Perguntei àquele pastor qual era o segredo do crescimento de sua igreja. Ele me respondeu: "Esta igreja leva a sua vida de oração a sério. Este povo põe o rosto em terra e clama, e Deus abre as janelas do céu e todos os dias acrescenta as pessoas que vão sendo salvas". Na verdade, Deus nunca mudou de método. Se quere¬mos a visitação poderosa de Deus, o derramamento do Espírito, o Pentecoste, precisamos orar, orar e orar, até que do Alto sejamos revestidos de poder. Quando a igreja pega fogo, o fogo do Espírito, as pessoas são atraídas para ela de forma irresistível.
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