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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

ESPECIALISTAS AFIRMAM QUE MÁ INTERPRETAÇÃO DE ESCRITURAS GERA VIOLÊNCIA LIVROS COMO O ALCORÃO, A TORÁ E A BÍBLIA SERIAM USADOS DE FORMA ERRADA POR GRUPOS MINORITÁRIOS QUE NÃO REPRESENTAM A TOTALIDADE DE SUAS RELIGIÕES

O UOL ouviu alguns especialistas sobre o uso de textos do Alcorão para justificar a violência dos extremistas muçulmanos e no entendimento deles, trata-se de forma errônea de interpretar o que está escrito no livro sagrado dos islâmicos. O historiador Pedro Lima Vasconcelos, professor de pós-graduação de história da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), chega a citar que tanto o Alcorão, quanto a Bíblia e o Torá são suscetíveis a várias interpretações. “Dizer que muçulmanos são radicais e propensos à violência é uma construção ideológica do ocidente”, disse ele. Para o historiador, é preciso tomar cuidado para não condenar todos os muçulmanos pelos atos de uma minoria. Peter Demant, professor de história e relações internacionais da USP (Universidade de São Paulo) também concorda com este posicionamento. “A maioria dos grupos terroristas da atualidade é formada por muçulmanos, mas isso não significa que a maioria dos muçulmanos seja terrorista”, afirma ele que é autor do livro “O Mundo Muçulmano” (Editora Contexto). O especialista garante que é a pequena parcela dos seguidores do Alcorão que utilizam os versículos que incitam a guerra para fazer terrorismo. “Uma pequena parcela da comunidade de 1,5 bilhão de muçulmanos é extremista. Dentro dessa minoria há uma parcela ainda menor de fiéis que usa a religião para justificar atos terroristas”, disse. “A grande questão é que eles acabam dominando as manchetes com suas ações”, acrescenta Demant. Outro especialista ouvido foi o historiador da Penn State University (EUA) Philip Jenkins, ele compara a Bíblia e o Alcorão e diz que todas as religiões “crescem, amadurecem e passam por um processo de esquecimento da violência original”, o que seria aniquilar os próprios pecados acaba sendo interpretado de outras maneiras no exemplo do estudioso. A pesquisadora do Centro de Estudos Judaicos da USP (Universidade de São Paulo), Marta Francisca Topel, diz que além dos muçulmanos, grupos fundamentalistas israelenses também usam textos sagrados para justificar suas ações violentas. “Nas últimas décadas, grupos fundamentalistas israelenses, a exemplo de Gush Emunim [o Bloco dos Fiéis], têm perpetrado ataques contra palestinos justificando-os em interpretações de trechos bíblicos realizadas pelos rabinos mentores do movimento”, explica ela que faz parte do Centro de Estudos Judaicos da UOS. “Existem numerosas passagens na bíblia hebraica que, de fato, podem ser interpretadas literalmente de modo a incitar a violência. Para melhor compreender isto é necessário lembrar que o livro foi escrito em diferentes épocas.” Já o professor de ciência da religião da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Frank Usarski, cita que no Sri Lanka há uma crônica popular que é utilizada para justificar o combate aos não-budistas. “Esse texto conta a história de um rei que destrói os inimigos do budismo. Uma referência que acaba alimentando a violência contra os ‘invasores'”, afirma o pesquisador do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental.

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