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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

UM PASSADO CANANEU O VOTO PRECIPITADO - POR QUE CAEM OS VALENTES – PASTOR JOSÉ GONÇALVES

"Era, então, Jefté, o gileadita, valente e valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e, sendo os filhos desta mulher já grandes, repeliram a Jefté e lhe disseram: Não herdarás em casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. Então, Jefté fugiu de diante de seus irmãos e habitou na terra de Tobe; e homens levi¬anos se ajuntaram com Jefté e saíam com ele. E aconteceu que, depois de alguns dias, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. Aconteceu, pois, que, como os filhos de Amom pelejassem contra Israel, foram os anciãos de Gileade buscar Jefté na terra de Tobe. E disseram a Jefté: Vem e sê-nos por cabeça, para que comba-tamos contra os filhos de Amom. Porém Jefté disse aos anciãos de Gileade: Porventura, não me aborrecestes a mim e não me repelistes da casa de meu pai? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: Por isso mesmo tornamos a ti, para que venhas conosco, e com¬batas contra os filhos de Amom, e nos sejas por cabeça sobre to¬dos os moradores de Gileade. [...] E Jefté fez um voto ao SENHOR e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo [ou aquele] que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto. Assim, Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o SENHOR os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cida¬des, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel. Vindo, pois, Jefté a Mispa, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela só, a única; não tinha outro filho nem filha. E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes e disse: Ah! Filha minha, muito me abateste e és dentre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao SENIIOR e não tornarei atrás. E ela Ihe disse. Pai meu, abriste tu a tua boca ao SENHOR; faze de mim como saiu da tua boca, pois o SENHOR te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom. Disse mais a seu pai: Faze-me isto: deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses. En¬tão, foi-se ela com as suas companheiras e chorou a sua virgindade pelos montes. E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu varão. E daqui veio o costume em Israel, que as filhas de Israel iam de ano em ano a lamentar [ou celebrar] a filha de Jefté, o gileadita, por quatro dias no ano" (Jz 11.1-8; 30-40, grifo do autor). Há uma farta literatura comentando este texto das Escrituras, a grande parte sobre o voto precipitado que Jefté fizera. Há aque¬les que defendem que ele não sacrificou a sua filha conforme o texto dá a entender, por outro lado há os que estão convictos de que Jefté de fato matou a sua filha. Há erudição de ambos os lados. Li dezenas de comentários sobre esse assunto, mas um deles escrito pelo erudito no Antigo Testamento Samuel J. Schultz me chamou a atenção. Schultz nos mostra ambas as posições, mas aqui reproduzirei apenas aquela que ao meu ver se ajusta melhor ao contexto do livro de Juizes: Teria Jefté, realmente, sacrificado sua filha para cumprir seu voto? Nesse dilema por certo ele não teria agradado a Deus com um sacrifício humano, o que, em parte alguma das Escrituras, conta com a apro¬vação divina. De fato, esse foi um dos pecados grosseiros por cuja causa os cananeus deveriam ser exterminados. Por outro lado, como poderia ele agradar a Deus se não cumprisse seu voto? Embora os votos fossem feitos voluntariamente em Israel, uma vez que uma pessoa fizesse um voto ficava obrigado a dar-lhe cumprimento (veja Nm 6.1-21). O que fica claramente implícito em Juizes 11 é que Jefté cumpriu o seu voto (veja v. 39). Mas a maneira pela qual o fez tem sido sujeita a várias inter¬pretações. Que os líderes não se moldavam à religião pura, nos dias dos Juizes, é patente no registro bíblico.1 Jefté, que tinha um passado meio cananeu, pode ter se conformado aos costumes pagãos dominantes, ao sacrificar sua própria Mina.2 Visto que os montes eram considerados símbolos de fertilidade pelos cananeus, sua filha se retirou para as montanhas, a fim de lamentar sua virgindade, para evitar qualquer possível rompimento na fertilidade da terra. Periodicamente, a cada ano, donzelas israelitas passavam quatro dias a reinterpretar o lamento da jovem sacrificada".3 Jefté possuía um passado meio cananeu. E esse passado cananeu o calcanhar de Aquiles de muitos valentes. Já sabemos pelas Es¬crituras que "se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). O pas¬sado não deveria ser mais problema, mas a verdade é que ele ainda continua sendo para muitos. No Apêndice B procuro mos¬trar que o problema do nosso velho homem, nosso antigo eu, já foi resolvido na cruz do calvário (Rm 6.6); esse é um fato incon¬testável, porém não há como negar que muitos crentes continu¬am ainda prisioneiros de seu passado. Satanás encontra aí uma porta para levá-los à queda. Conheci um pregador famoso que teve seu ministério preju-dicado, devido a uma ação de divórcio impetrada por sua espo¬sa. Quando eu soube do acontecido, disseram-me que sem uma razão aparente, aquela senhora acionou seu esposo perante a jus¬tiça. O casamento acabou. Anos depois conversei com um irmão que conhecia de perto aquele casal. Ele me informou que mesmo antes de se casarem, aquela esposa possuía um ciúme doentio por aquele irmão. Ele saia muito de casa para atender aos inúme¬ros convites que recebia para pregar. Depois de muitos anos de casados, ela começou a imaginar que ele tinha outras mulheres. Foi essa herança do passado que Satanás usou para arruinar aque¬le ministério tão belo. Eu também já tive problemas com o passado, "ainda hoje con-tinuo mortificando os feitos do corpo pelo Espírito" (Rm 8.12,13).4 Antes de conhecer ao Senhor Jesus, eu conhecera o mun¬do, converti-me com a idade de dezoito anos. Pois bem, como a grande maioria dos nossos jovens não evangélicos, a minha se¬xualidade foi despertada precocemente. Tempos depois de mi¬nha conversão, verifiquei que antigos desejos de lascívia esta¬vam voltando com muita intensidade. Travei uma luta árdua con¬tra a minha natureza terrena. Procurei disciplinar hábitos que detectei como sendo pecaminosos, a luta diminuiu a sua intensi¬dade, mas parecia ainda querer dominar-me. Resolvi fazer um jejum. De início programei um jejum de três dias, quando estava chegando ao seu final, resolvi continuar por mais três, e assim continuei até completar um período de quinze dias. Foi durante esse período de abstinência que tive a nítida per-cepção que estava lutando não somente contra a minha carne, mas também com as forças espirituais do mal. No décimo segun¬do dia, tive um sonho em que me vi numa grande luta e um cão enorme ladrando próximo de mim. Quando acordei, tive a sen¬sação de que aquele cão simbolizava a ação de demônios. No décimo terceiro dia, aproximadamente às 19:00 horas, encontra¬va-me sentado na sala da biblioteca, quando me pareceu ouvir a voz de alguém próximo a mim: "Antes que complete os quinze dias, esse espírito que te resiste cairá". Não tive dúvidas de que fora o Senhor que me falara. Na noite do décimo quarto dia para o décimo quinto, tive um outro sonho. Nele, me encontrava em uma avenida da cidade, do lado oposto vi minha esposa em um ponto de ônibus. Observei que ela estava acompanhada de uma pessoa que identifiquei como sendo um missionário que eu co¬nhecia. Observei que aquele homem com grande astúcia estava assediando minha esposa. Fiquei preocupado, pois observei que ela não estava sabendo das reais intenções daquele homem. O ônibus chegou e minha esposa entrou nele, nesse momento aque¬le indivíduo fez um pequeno bilhete em forma de um "aviãozinho" e jogou para dentro daquele ônibus. Aconteceu algo que ele não esperava: o bilhete entrou por uma janela do ônibus e saiu pela janela oposta, vindo na minha direção. Quan¬do ele percebeu o que havia acontecido, correu desesperado no meu rumo tentando pegar o bilhete antes de mim, mas quando chegou eu já estava com o bilhete em mãos e já havia lido o seu conteúdo. Naquele papel havia frases de conteúdo sedutor. Quando ele se aproximou de mim foi logo dizendo que não era nada daquilo que eu estava pensando. Nesse momento, disse-lhe que já sabia de tudo, pois havia lido o bilhete; ele então emu¬deceu. Falei que o seu projeto havia falhado e olhando para cer¬ca de seis soldados do exército que estavam ao meu lado, falei: se você quiser me resistir, saiba que eu não estou só, há todos esses soldados do meu lado, prontos para agir a um comando meu. Ele então se retirou. Acordei. Olhei para o relógio, eram aproximadamente 3 horas da madrugada. Sentado na minha cama, o Espírito Santo começou a dar-me o significado daquele sonho. A minha esposa que estava sendo asse-diada significava o meu ministério que estava sendo seduzido. O missionário que eu conheci significava o demônio que estava in-flamando os desejos do velho homem. O Senhor me deu a enten¬der que a camuflagem de missionário que ele usava significava a sua perspicácia na sua ação (2 Co 11.14). A sua intenção era que eu pensasse que estava tratando apenas com desejos que eram meus, meramente humanos, e que eu os poderia vencê-los sem muito esforço. O conteúdo do bilhete era toda aquela guerra mental que estava sendo travada. O Senhor ainda me mostrou que a oração associada ao jejum foram os responsáveis pela interceptação da¬quele bilhete, trazendo revelação sobre todo o seu ardil. Os solda¬dos eram anjos que vieram pelejar a meu favor (Hb 1.14). A bata¬lha estava terminada, o Senhor havia me dado a vitória. Tenha cuidado com o seu passado cananeu, mantenha ele sob a cruz, não deixe ele se transformar em uma arma nas mãos do Diabo. Notas 1Gideão fez uma estola de ouro, que fez os israelitas pende¬rem para a idolatria. A vida de Sansão esteve longe de ser um exemplo de religião pura. 2 Esse ponto de vista foi mantido por intérpretes judeus até ao século XII d.C. 3 SCHULTZ, Samuel J. A História de Israel no Antigo Testamen¬to. Edições Vida Nova, São Paulo, SF, 1986. 4 Tony Evans comenta: "Deixe-me dizer duas coisas objetivas. A primeira é que a Bíblia nunca o condena por ser homem e ter desejos de homem. Deus o fez desse jeito. Seus desejos são coisas normais e você vai morrer com eles. Portanto, a resposta à tentação não é negar quem e o que você é. A Segunda é que a Bíblia nunca permite que você apresente desculpas para o pecado baseadas em sua masculinidade e seus desejos normais dados por Deus. Por quê? Porque suas tentações para pecar não são de Deus (Tg 1.13-16) e porque Deus fornece armas para que tenhamos vitória sobre a tentação" (citado em Vitória Sobre a Tentação, obra citada).

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