CONHEÇA A VERDADEIRA HISTORIA DE JERÔNIMO SAVONAROLA
Girolamo Savonarola ou JERÔNIMO
SAVONAROLA (Ferrara, 21 de setembro de 1452 — Florença, 23 de maio de 1498),
cujo nome é por vezes traduzido como Jerônimo Savonarola ou Hieronymous
Savonarola, foi um padre dominicano e, por curto período, governou Florença.
Este reformador dominicano veio de uma antiga e tradicional família de Ferrara.
Intelectual muito talentoso devotou-se a seus estudos, em especial à filosofia
e à medicina. Em 1474, quando em uma viagem a Faenza, ouviu um forte sermão,
proferido por um padre agostiniano, e resolveu renunciar ao mundo,
incorporando-se à ordem dominicana na Bolonha, sem o conhecimento de seus pais.
Oposição contra a vida pagã: Sentindo profundamente a perda de valores
trazida pelo ideário do Renascimento, como é evidente do poema No declínio da
igreja, que escreveu no primeiro ano de sua vida monástica, fortaleceu-se com a
instrução dos noviços no mosteiro, em Bolonha, e começou a escrever os tratados
filosóficos baseados em Aristóteles e em São Tomás de Aquino. Em 1481, foi
designado por seu superior para pregar em Florença. Nesse centro do
Renascimento, opôs-se imediatamente, com grande energia, à vida pagã e
freqüentemente contra a imoralidade prevalecente em muitas classes da
sociedade, em especial na corte de Lourenço de Médici. Foi tomado ao mesmo
tempo por um zelo intenso para com a salvação das almas, e estava pronto a
arriscar tudo a fim combater as fraquezas humanas. Em 1489 retornou a Florença,
que devia ser a cena de seus trabalhos e triunfos futuros, tanto como de sua
queda. Interpretação do Apocalipse:
Em agosto de 1490, Savonarola começou
seus sermões no púlpito da igreja de São Marcos, com a interpretação do
Apocalipse. Seu sucesso foi completo: toda a cidade de Florença ia ouvi-lo, de
modo que seus sermões na catedral foram exercendo uma influência constantemente
crescente sobre o povo. Apesar de sua ascensão no Mosteiro de São Marcos, ele
deixou manifesta a sua crítica quanto ao governo da cidade, faltando à visita a
Lourenço de Médici — embora os Médici se mostrassem sempre mecenas generosos do
mosteiro. Reforma interna do mosteiro:
Nesse período, Savonarola começou a
reforma interna do mosteiro, quando São Marcos e outros mosteiros de Toscana
foram separados da congregação da Lombardia. Savonarola começou a criticar a
imoralidade, a vida de prazeres dos florentinos, enquanto pregava que a
população voltasse à vida da virtude cristã. Seus sermões e sua personalidade
causavam um profundo impacto na população. Savonarola intensificou suas
críticas, agora contra os abusos na vida eclesiástica, da imoralidade de grande
parte do clero — sobretudo a vida imoral de muitos membros da Cúria romana —,
dos príncipes e dos cortesãos. Em termos proféticos, passou a anunciar o juízo
final, numa alusão a Carlos VIII, o rei de França, que tinha entrado na Itália
e estava avançando contra Florença. Vida
moral regenerada: Cristo foi
considerado o rei de Florença e protetor de suas liberdades. Um grande
conselho, com representantes de todos os cidadãos passou a governar a república
e a lei de Cristo deveria ser a base da vida política e social. Savonarola não
interferiu diretamente na política e nos casos de estado, mas seus ensinos e
suas idéias eram absorvidos, fazendo com que a vida moral dos cidadãos fosse
regenerada. Muitas pessoas trouxeram artigos de luxo, que foram queimados
publicamente. Uma irmandade foi fundada por Savonarola para incentivar uma vida
piedosa e cristã entre seus membros. Conflito
com o papa Alexandre VI: Esses
esforços de Savonarola vieram a gerar conflito com Alexandre VI. O papa, como
todos os príncipes de cidades italianas, à exceção de Florença, era um oponente
da política francesa. Além disso, Carlos VIII o tinha ameaçado freqüentemente
com a convocação de um concílio em oposição. Além disso, o pregador dominicano
falava com violência crescente contra o papa e a Cúria. Os fatos terminaram por
precipitar a exigência papal de que Savonarola pregasse obediência, além de ir
a Roma para defender-se. Savonarola desculpou-se, alegando estar com a saúde
danificada. As conseqüências seguintes foram a proibição de o dominicano fazer
pregações e a devolução do mosteiro de São Marcos à congregação de Lombardia.
Em sua resposta, Savonarola procurou justificar-se e declarando que ele sempre
tinha se submetido ao julgamento da Igreja; com isso o mosteiro foi retirado da
congregação da Lombardia e a conduta de Savanarola foi julgada suavemente, mas
a proibição de suas pregações foi mantida.
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