TODA A ITÁLIA IA PARA FLORENÇA ONDE O PREGADOR JERÔNIMO SAVONAROLA PREGAVA
O povo da Itália ia a Florença, onde o pregador, Jerônimo Savonarola,
trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria Igreja. O povo abandonou a
leitura das publicações torpes e mundanas, para ler seus sermões. Deixou os
cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. As crianças coletavam máscaras
carnavalescas, livros obscenos e objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com
isso formaram em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o
povo cantava hinos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória. Seus pais, cultos e
mundanos, eram influentes. No colégio, era aluno esmerado. Os estudos da filosofia
de Platão e de Aristóteles deixaram-lhe com a alma insatisfeita. Os escritos de
Tomaz de Aquino e as Escrituras o influenciaram a entregar inteiramente a vida
a Deus. Quando ainda tinha o costume de
orar e, ao crescer, o seu ardor em oração aumentou. A decadência da igreja
magoava-lhe o coração. Resolveu ir para o convento, onde não pediu para se
tornar monge, mas que o aceitassem para fazer serviços. Lá passava mais tempo
em oração, jejum e contemplação. Sobrepujava todos os monges em humildade,
sinceridade e obediência, sendo apontado para lecionar filosofia. Até então
ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador. Foi instrutor
dos noviciatos e designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor
uma excelente biblioteca, Savonarola utilizava-se cada vez mais da Bíblia como
seu livro de instrução. Pregava contra a impiedade do povo produzindo terror e
eram poucos os que o ouviam. Os homens mais cultos começaram, então, a assistir
às pregações na Duomo, famosa catedral, onde o povo se levantava à meia-noite e
esperava na rua até a hora de abrir a catedral. O corrupto regente de Florença,
Lorenzo Medici, ameaçou o pregador e contratou o Frei Mariano, para pregar
contra Savonarola. Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles
morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu. O pregador foi ameaçado, excomungado
e, em 1498, por ordem do Papa, foi enforcado e queimado em praça pública. Com
as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", terminou a vida de um
dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos.
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