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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

O ALÁ DO ALCORÃO NÃO TEVE FILHO

Começamos pelo Sura 112: “Dize: Ele é Deus, o Único. Deus! O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado! E ninguém é comparável a Ele!”. Hayek diz o seguinte sobre esta passagem alcorânica: “A natureza de Deus é nos aqui, indicada em poucas palavras, de maneira que possamos entender [...] Ele é Uno e Único, o Uno e Único, a quem devemos adorar; todas as outras coisas ou entidades em que ou em quem pudermos pensar são as suas criaturas, de maneira nenhuma comparáveis a Ele [...] Ainda mais, não devemos pensar que Ele teve um filho ou um pai, porquanto isso seria querer imputar-lhe qualidades materiais, ao formarmos um juízo dele”.10 Ainda nesse contexto, o Sura 19:35 diz o seguinte: “É inadmissível que Deus tenha tido um filho. Glorificado seja! Quando decide uma coisa, basta-lhe dizer: Seja!, e é”. Hayek, ao comentar este verso, mais uma vez explica que Deus não pode ter um filho, porque não faz sexo: “Gerar um filho é um ato fisiológico que depende das necessidades da natureza animal do homem. Deus, o Altíssimo, é independente de todas as necessidades, e é derrogatório atribuir-lhe tal ato”.11 Percebemos que esse entendimento é fruto do desconhecimento da doutrina cristã. Perguntamos: quem afirmou que Jesus é Filho de Deus em termos carnais? É abominação e blasfêmia também para os cristãos imaginar que Jesus é Filho de Deus nessa condição. Não deveria haver tal barreira entre o cristianismo e o islamismo, pois este não é o ensino cristão sobre a filiação de Jesus. De fato, os cristãos não ensinam que Deus precisa fazer sexo para ter um filho, assim como não precisa de mãos para segurar, de pés para andar ou de pulmão para respirar e viver. Mas como, então, os muçulmanos enfrentam as afirmações bíblicas que legitimam a filiação de Jesus? Ahmed Deedat alista algumas passagens, tais como Gênesis 6.2,4 (os filhos de Deus casaram-se com as filhas dos homens), Êxodo 4.22 (Israel é filho de Deus), Salmo 2.7 (Davi como filho de Deus) e Romanos 8.14 (os filhos de Deus são guiados pelo Espírito Santo), por meio das quais afirma que Jesus era Filho de Deus de uma maneira metafórica, como Israel, Davi e outros na Bíblia.12 Assamad interpreta as mesmas passagens concluindo que Jesus era Filho de Deus no sentido que era próximo de Deus pelo amor, assim como qualquer homem pode ser filho de Deus.13 Como podemos ver, as duas argumentações só provam que há mais de um uso para a expressão filho de Deus na Bíblia sem considerarem as passagens que definem Jesus como Filho de forma especial e única, nas quais Jesus é revelado como tendo a mesma natureza do Pai, assim como igualdade. Logo se percebe que tanto Assamad como Deedat não compreendem os vários significados bíblicos da expressão Filho Deus. A idéia de que Jesus era um mero homem, um mensageiro (profeta), um ser criado, não divino, também é vista na citação, por parte de Ahmed Deedat, dos Suras 3:47 e 3:59. Fez isso para embasar sua opinião, como muçulmano, de que Jesus fora criado: “Este é o conceito islâmico do nascimento de Jesus. Pois para Deus criar um Jesus, sem um pai, basta simplesmente desejar. Se ele quiser criar um milhão de Jesus, sem pais, basta Alá desejar”.14 Deedat parece estar convencido de que Jesus não é Deus, pois entende que Ele nunca se declarou como tal. Procura provar sua opinião citando João 10.23-36 para explicar que Jesus é um com o Pai (v. 30), mas, segundo seu entendimento, somente em propósito. Jesus não seria Filho de Deus de uma maneira especial, como se fosse Deus, ou tivesse reivindicado sê-lo.15 No entanto, Deedat cai em contradição quando reconhece que o entendimento dos cristãos e dos judeus, quanto ao episódio da passagem, é claro. Ou seja, Jesus reivindicou ser Deus ao dizer que era um com o Pai, com a diferença de que os judeus não aceitaram isto, mas os cristãos, sim: “Os cristãos concordam com os judeus, Jesus realmente fez tal reivindicação (ser Deus); mas diferem nisto, não era blasfêmia para os cristãos, porque crêem que Ele é Deus”.16 A contradição de Deedat demonstra que no fundo ele sabe que Jesus realmente se declarou Deus! Ora, se Jesus nunca se declarou Deus, como judeus e cristãos entenderam isso? Como vieram a discordar desse ponto, se não houve reivindicação por parte de Jesus? Assamad igualmente parece convencido de que Jesus não é Deus, pois Ele orava a Deus Pai e, nesse sentido, era como qualquer outro homem, como qualquer criatura de Deus, por isso conclui que Jesus não podia ser Deus encarnado: “Ele falava de Deus como meu Pai e vosso Pai, e meu Deus e vosso Deus (Jo 22.17). Essas palavras de Jesus relatadas na Bíblia demonstram que Jesus tinha a mesma relação com Deus que qualquer outro homem. Ele era uma criatura de Deus [...] Em sua agonia na cruz, Jesus exclamou: ‘Eloi, Eloi, lamma sabachthani?’. Que quer dizer: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mc 15.34)”. Segundo Assamad, jamais tais palavras, proferidas na cruz por Jesus, poderiam ser pronunciadas por Deus, por isso diz: “O que temos aí é o grito de um homem indefeso e agonizante dirigido ao seu Criador e Senhor”.17 Cita então diversas passagens bíblicas em que Jesus orava, concluindo que Ele não podia ser Deus e que nada sabia sobre a Trindade pelo fato de ter sido sua prática a oração (Mc 1.35; Lc 5.16; Jo 17.3). O aparente problema apontado por Assamad, por meio do qual tenta provar que Jesus não era divino, pois orava a Deus Pai, de fato não o é, pois havendo três pessoas na Divindade, uma fala com a outra, não só durante a encarnação, mas também antes e depois da mesma. Na realidade, podemos verificar grande semelhança entre o seu argumento e os das testemunhas-de-jeová, as quais, tal como Assamad, procuram intensificar a questão atacando a divindade de Jesus à luz das limitações decorrentes de sua encarnação. Declaram que Jesus, pelo fato de ter sido homem, não podia ser Deus encarnado. É Claro que um ser humano se alimenta e passa por todas as vicissitudes decorrentes de sua natureza. Como homem, Jesus era tão humano como qualquer outro ser humano. Todavia, isso não consiste em prova de que não podia ser uma das pessoas da Divindade que se encarnou. Fez isso por um certo tempo, para que, assim, se cumprisse toda a Escritura e pudesse haver salvação para o homem. Não obstante, possuía natureza divina, mesmo que, voluntariamente, tivesse se limitado na manifestação de seus atributos divinos. Não há, no genuíno entendimento cristão, conflito no fato de Jesus, sendo Deus, ter-se tornado homem, mesmo que para isso tivesse se limitado, por um certo tempo, na manifestação plena dos atributos divinos.

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