EM ENQUETE 'BOMBADA' POR MOVIMENTOS PRÓ-IMPEACHMENT, DILMA É ELEITA 'LÍDER MAIS DECEPCIONANTE DO MUNDO'
A presidente Dilma Rousseff é a "líder mais decepcionante" do
mundo, segundo uma enquete online promovida pela revista de negócios americana
Fortune. Aberta no último dia 30, a votação foi divulgada por movimentos
pró-impeachment no Brasil, o que pode ter influenciado o resultado. Na página
do MBL (Movimento Brasil Livre) no Facebook, por exemplo, links para a enquete
tiveram mais de 10 mil compartilhamentos. A BBC Brasil procurou a revista para
verificar a distribuição dos acessos à enquete por país e os critérios de
organização da votação (se há controle sobre quantas vezes uma pessoa pode
votar, por exemplo), mas não havia obtido resposta até a publicação desta
reportagem. Segundo a publicação, Dilma teve 374 mil votos, superando em mais
de 20 vezes a votação do segundo colocado, o governador do Estado americano de
Michigan, Rick Snyder, que alcançou 17 mil. "Após apenas cinco anos no
cargo, Dilma Rousseff passou de promissora sucessora do presidente mais popular
do país a líder mais decepcionante do mundo", diz a publicação. Os terceiros colocados foram os dirigentes
afastados da Fifa Joseph Blatter e Michel Platini, suspeitos em um escândalo
internacional de corrupção na entidade que gerencia o futebol no mundo. "O
escândalo de corrupção na Petrobras parece ser o que deixou os brasileiros mais
desapontados. Embora não haja prova de seu envolvimento, a relação próxima com
Lula e sua posição como presidente do Conselho de Administração da estatal
durante a maior parte do escândalo deixaram muitos em dúvidas sobre suas
negativas de participação nos desvios", afirma a Fortune . A publicação
selecionou 19 líderes para a votação. Além de Dilma, há apenas outros três
políticos, todos americanos. Os demais integrantes do ranking liderado por
Dilma são executivos de grandes instituições e empresas, citados por problemas
e fracassos de gestão. Um deles é Martin Winterkorn, ex-chefe da Volkswagen,
que deixou o cargo após a revelação de fraudes em testes de emissões de
poluentes em veículos da multinacional alemã. "Esperava-se que Dilma
continuasse continuasse o trabalho de seu antecessor e mentor, Luiz Inácio Lula
da Silva, que era o campeão da classe operária. Em vez disso, também se tornou
conhecida por suposta má gestão das contas do governo e acusações de
envolvimento de sua campanha com um dos maiores escândalos de corrupção de todos
os tempos", escreve a revista. Moro como 'grande líder' No mês passado, a
mesma Fortune citou o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução das
investigações da Operação Lava Jato, como um dos principais "líderes"
capazes de mudar o mundo. Moro ficou em 13º lugar na lista dos "50 maiores
líderes mundiais". Diferentemente da enquete sobre os líderes
decepcionantes, o ranking é produzido pela própria equipe da publicação. "Um
fotogênico juiz federal de 42 anos é o principal protagonista da versão brasileira
dos 'Intocáveis' da vida real", escreveu a revista, em referência à
história do gangsterismo nos EUA nos anos 1930.
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