O DESVIRTUAMENTO E A BANALIZAÇÃO DA MÚSICA GOSPEL – PASTOR DOUGLAS BAPTISTA É PASTOR, LÍDER DA ASSEMBLEIA DE DEUS DE MISSÃO DO DISTRITO FEDERAL, DOUTOR EM TEOLOGIA SISTEMÁTICA, MESTRE EM TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO, PÓS-GRADUADO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR E BIBLIOLOGIA, E LICENCIADO EM EDUCAÇÃO RELIGIOSA
1. O termo "Música Gospel" abrange um campo da música muito
vasto. Seus estilos, embora com nomes variados, possuem todos uma mesma
essência e raiz, ou seja, a música cristã negra nos Estados Unidos da América. 2.
A palavra gospel significa "evangelho" ou "evangélico".
Contudo,quando se refere a estilos musicais, um rock, um funk, um samba, um
pagode, um "pop contemporâneo", um metal, etc, são estilos distintos
e não são o gênero original cunhado como música gospel. 3. Entretanto, no
Brasil, o termo Gospel passou a remeter genericamente a toda expressão musical
da fé evangélica, saindo fora, do conceito original. Basta ter algum conteúdo
cristão na letra e já a música é reconhecida e vendida como gospel. Não importa
se a mensagem é herética, desvirtuada, sensual ou de apologia mundana. Importa
vender. 4. Isto evidentemente é alimentado pela gigantesca indústria multi-bilionária
de gravação musical. Nas últimas décadas surgiu um incontável número de
gravadoras gospel. Desde as mais sofisticadas e famosas até aquelas caseiras e
quase artesanais e igualmente lucrativas. 5. As estatísticas mostram a música
gospel lucrando milhões de reais. Serve para enriquecer as gravadoras e seus
respectivos cantores. Ajuda também a enriquecer líderes sem escrúpulos que
fazem uso deste filão musical para angariar fundos para si, promover seus
projetos eclesiásticos e ministeriais. O temor a Deus e a sua palavra
inexistem. 6. No afã de aumentar suas rendas e lucrar cada vez mais, a música
gospel e seus promotores se renderam as estratégias típicas do mundo. Variados
tipos de “shows gospel” são organizados para arrebatar e entreter os incautos,
os neófitos e os de fé capenga. Em alguns arraiais tidos como evangélicos,
inclusive, tornou-se prática comum a cobrança de ingresso para a entrada em
tais shows. Em outros lugares, até o sensualismo, danças exóticas, coreografias
descabidas, aplausos, assovios, histerismos e outros comportamentos condenáveis
são imitados e repetidos tal qual sucede no mundo. 7. A imitação da conduta
mundana não justifica os propósitos (por mais nobres que pareçam ser) e fere os
preceitos bíblicos claramente expostos pelo Apóstolo dos gentios: “Não tomeis a
forma deste mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”
(Rm12.2).“Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências
que antes havia em vossa ignorância” (1Pe 1.14) 8. Existe uma questão no
coração de crentes sinceros e que exige reflexão igualmente sincera: A quem
estamos imitando e qual é a finalidade dos shows gospel cujos ingressos são
cobrados? Não importa se o ingresso esteja disfarçado como contribuição para
participar de algum sorteio ou para ajudar supostos necessitados com alimentos
não perecível ou possível ajuda missionária. Os fins não justificam os meios.
Fomos libertos do mundo e por isso não somos reféns de suas práticas
reprováveis. 9. A igreja não deve e nem pode imitar o mundo. Quem assim o faz,
anula a cruz de Cristo e se torna refém do engano e do pecado. A esta
lamentável conduta de alguns segmentos ditos evangélicos, cabe uma única e
sincera resposta: “o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé” (1Tm 6.10). 10. Sou consciente que este
artigo vai atingir em cheio muita gente que pratica, concorda e apoia esta
estratégia e conduta mundana. Sei que um grupo razoável de pessoas irá
discordar da verdade que aqui está claramente exposta.É possível até que alguns
saiam em defesa do erro e fiquem contra a ortodoxia cristã. 11. Que posso
fazer? Ser politicamente correto e me calar? Assistir passivamente o Evangelho
de Cristo ser causa de ganho? Observar multidões serem ludibriadas com palavras
fingidas e falsa espiritualidade? Graças a Deus que de antemão nos advertiu
pela Escritura: “Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre
os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não
dormita” (2Pe 2.3). 12. Lamento profundamente pela vida daqueles que por
rebeldia e insubmissão se recusam a enxergar a verdade. Quem está na carne não
consegue discernir as coisas do Espírito, pois elas lhe parecem loucura
(1Co2.14). O ego, a soberba, o ser sábio aos próprios olhos e a vaidade servem
de impedimento para se converterem de seus maus caminhos. Rogo a Deus que
levante mais atalaias para bradar contra o perigo iminente: “Ai dos que ao mal
chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do
amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e
prudentes diante de si mesmos!Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos
justos negam a justiça!”(Isaías 5:20-23) “Se nada for feito e se ninguém
bradar, a partir do desvirtuamento da música gospel desenvolveremos outros
gêneros de pecados gospel”
Nenhum comentário
Postar um comentário