JORNAL SBT BRASIL - DOCUMENTÁRIO COREIA DO NORTE CHOCANTE
Para compreender a Coreia do Norte, hoje, é preciso ingressar na
história do país. Foi no final do século 17 que o cristianismo chegou, mas só
no começo do século 20 que um grande avivamento marcou a história, a ponto da
capital Pyongyang ser conhecida como a “Jerusalém do Oriente”. Após a derrota
japonesa na Segunda Guerra Mundial, Kim Il Sung chegou ao poder e impôs um
regime comunista. Durante a Guerra da Coreia (1950-1953) muitos cristãos
tentaram fugir. Se antes da guerra o país contava com 500 mil cristãos, dez
anos mais tarde, não havia mais a presença visível da igreja, já que milhares
foram mortos, presos ou banidos para áreas remotas e a igreja que restou se
tornou secreta. O país tem duas ideologias como base: a "Juche", que
basicamente diz que o homem é autossuficiente e a outra é a "Kimilsungism
", ou seja, a adoração aos líderes. O governo submete a população a um
sistema de classificação social, dividindo os norte-coreanos em amigáveis,
neutros e hostis. As classes ditam a posição social, acesso à direitos, bem
como o sistema de distribuição de alimentos. A corrupção do governo e a fome
são outras grandes ameaças à população. Um recente relatório da ONU mostrou que
cerca de 16 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar crônica em
diversos graus, altas taxas de desnutrição e problemas econômicos. Segundo a
Transparência Internacional, a Coreia do Norte é o país mais corrupto do mundo
(uma posição compartilhada com o Afeganistão e a Somália). Para os
norte-coreanos, ler a Bíblia ou expressar a fé cristã é altamente perigoso.
Bíblias e outros materiais são cuidadosamente escondidos e são utilizados
apenas quando se tem certeza de que se está realmente sozinho. Encontrar com
outros cristãos é um grande risco, assim como falar sobre sua fé com outras
pessoas. Muitos pais temem dizer até mesmo a seus próprios filhos que eles são
cristãos, pelo medo de serem descobertos. Se sua fé em Jesus for descoberta,
cristãos correm o risco de perder tudo, serem interrogados, levados para longe
de suas famílias e enfrentar anos de miséria nos campos de trabalhos forçados.
Nessas circunstâncias, se envolver em atividade religiosa clandestina pode ter
como consequências discriminação, prisão, desaparecimento, tortura e execução
pública. Lá, as pessoas recebem diariamente algumas gramas de comida de má
qualidade para sustentar o corpo, que deve trabalhar 18 horas por dia. A menos
que aconteça um milagre, ninguém sai desses campos gigantes com vida. Igrejas
não registradas não podem existir no país. Há quatro igrejas controladas pelo
governo em Pyongyang que são usadas pelo regime para mostrar aos estrangeiros
que há liberdade de religião, mas elas não funcionam como comunidades cristãs.
Por não ter liberdade alguma, são proibidas de produzir ou importar materiais
cristãos, por exemplo, e também de realizar qualquer atividade com jovens ou
líderes. A perseguição religiosa continua alta, embora o nível registrado de
violência não seja tão elevado quanto poderia ser, devido aos fatos de que nem
todos os incidentes são relatados e por ser difícil de se obter relatórios dos
campos de trabalhos forçados. Para os cristãos, não há mudanças positivas
previstas politicamente, uma vez que são considerados inimigos do regime de Kim
Jong-Un.
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