A BONDADE DE DEUS POR SILVIO DUTRA
Em Rom 1.18 a 21 lemos: A ira de Deus se revela do céu contra toda
impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto
o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes
manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o
princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.
Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de
Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram
nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Nesta
porção das Escrituras, o Espírito Santo, falou pela boca do apóstolo Paulo, nos
versículos 20 e 21 qual é o motivo de Deus se irar contra os homens ímpios, a
saber: eles não glorificam a Deus e nem são gratos a Ele, por tudo que percebem
dos Seus atributos invisíveis e do Seu eterno poder, desde o princípio do
mundo, atributos e poder estes que podem ser observados através das coisas que
Deus criou. Veja que o texto fala de atributos e de poder. E nisto destacamos
especialmente o amor, a misericórdia, a paciência, a longanimidade, a graça, a
onipotência, e todos os demais atributos correlatos a estes, que fazem com que
Deus seja bom até mesmo para com pecadores como são todos os homens. Afinal,
não há um único justo sequer no mundo, desde que o primeiro homem pecou e virou
as costas para o Senhor. Deus seria totalmente justo caso julgasse e mantivesse
a todos os homens do mundo, e de todas as épocas, debaixo das sucessivas
manifestações do Seu desagrado e ira contra tal ingratidão e falta de
glorificação do Senhor por causa da falta de um procedimento santo em suas
vidas. Todavia, não somente é longânime Ele próprio com todos os homens, como
também ordena aos que se tornaram Seus filhos por meio da fé em Jesus Cristo,
que O imitem especialmente nos seus atributos de amor e de misericórdia, amando
o próximo como a si mesmos. Como? Deus ordena que aqueles que Lhe são gratos e
que o glorificam, amem os Seus inimigos? Sim. Ele ordena que se dê alimento e
bebida para matar a fome e a sede de quem persegue os que andam retamente? Sim.
Porventura não o registrou em Sua Palavra? Agora, veja que o argumento bíblico
diz que isto tem o propósito de tornar tais pessoas ingratas e irreverentes,
indesculpáveis no dia do grande Juízo de Deus. E não serão indesculpáveis por
causa de uma única manifestação de bondade para com elas em face de todo o mal
que praticam. Serão indesculpáveis, porque, na verdade, Deus lhes tem dado um
longo tempo para se arrependerem e se converterem em face de toda a bondade e
longanimidade, que não apenas Ele, como todos os Seus filhos amados, têm
demonstrado por elas por toda e uma longa vida na terra. E são mais
indesculpáveis ainda, porque o que se lhes pede para que tal quadro seja
alterado, é que simplesmente reconheçam a sua iniquidade e que confiem em Jesus
Cristo para ser o Senhor e Salvador de suas vidas. Tudo o que fizeram de mau, e
por um longo tempo, lhes seria perdoado instantaneamente, no momento mesmo em
que se convertessem a Deus. Todavia, como não se arrependem, não se convertem,
não são gratos a Deus e nem o glorificam, então, apesar dEle não desistir de
continuar sendo bom para com eles, não poderá ter qualquer amor de intimidade e
comunhão com os tais, e nada poderá fazer, por causa da sua incredulidade,
senão deixá-los entregues a si mesmos, e isto fará com que aumentem ainda mais
a sua cota de pecados contra os céus e contra Deus. Olhem para o ministério de
Jesus aqui na terra, conforme o relato dos evangelhos. Por acaso não mostrou
tal amor, bondade, misericórdia e poder de curar, até mesmo a ingratos e maus?
Ele revelou em pessoa, que o caráter do evangelho é realmente o de
misericórdia, perdão, amor e bondade, para com todos os pecadores. E isto está
sendo manifestado no mundo, desde então, até agora, e até o último instante da
vida de cada pessoa que tem passado por aqui. Ora, em face de tudo isto, o que
devemos pensar, quanto ao juízo eterno de fogo a que ficarão sujeitos todos os
que permanecem ingratos e maus, perante o Senhor, e perante o seu próximo? Haverá
porventura qualquer injustiça ou maldade da parte de Deus nisto? Todos os males
que tais pessoas praticam e têm praticado, é a melhor resposta para esta
pergunta. Portanto, os que são do Senhor, devem continuar na prática do bem,
inclusive para com os seus muitos ofensores, porque, afinal, há um Deus
poderoso e amoroso que cuida deles e haverá de cuidar por toda a eternidade,
ainda que os ímpios não se arrependam e se convertam de todos os males que
praticam contra eles. Lembremos sempre, nas perseguições que sofremos, das
seguintes palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, em I Pe 3.13-17: Ora, quem é que vos há de maltratar, se
fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da
justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas
ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em
vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos
pedir razão da esperança que há em vós,
fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo
que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que
difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus,
é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. Pr
Silvio Dutra
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