CADA CASO É DIFERENTE – ROMILDO RIBEIRO SOARES, MAIS CONHECIDO COMO MISSIONÁRIO R. R. SOARES, É UM MISSIONÁRIO E TELEVANGELISTA BRASILEIRO, FUNDADOR DA IGREJA INTERNACIONAL DA GRAÇA DE DEUS - A IMPORTÂNCIA DE CRER
O oficial já tinha desenhado, na sua cabeça, todo o desenrolar da cura
do filho. Bastava Jesus descer a Cafarnaum, entrar em sua casa e colocar a mão
na cabeça do rapaz, que se levantaria e ficaria bom. Os quilômetros que Jesus
teria de caminhar até chegar à cidade eram irrelevantes. Outros que, também,
tal como seu filho, precisassem da assistência do Senhor, que esperassem,
porque agora era a sua vez, e, na sua lógica, o seu caso era mais urgente. Mas
não era assim que pensava o Senhor Jesus em relação ao problema deste oficial. Houve
outras pessoas que foram a Jesus e Ele con¬sentiu em ir com elas para curar e
até mesmo ressuscitar alguém. Podemos citar aqui o relato da cura e
ressurreição da filha de Jairo. Aquele que era um dos principais da Sinagoga, a
quem prontamente Jesus consentiu em ir e curar a sua filha (Mc 5.21-43). Por
que em alguns casos o Senhor dizia sim e ia com as pessoas, e em outros Ele
recusava? A resposta é simples: quando Ele aceitava ir era, naquela situa¬ção,
o que precisava ser feito; pois a Sua presença se fazia necessária. Mas, em
relação ao pedido deste ofi¬cial, o Mestre sabia que, se fosse à sua casa,
provavel¬mente o filho não seria curado. Pois, apesar de apa¬rentemente serem
iguais os problemas, aqui tratava-se de crer. Observando o resumo bíblico,
vemos que o Senhor tentou dialogar com o homem, mostrando-lhe que o mais
importante naquela situação não era a Sua pre¬sença física em sua casa, mas uma
decisão interior que, em qualquer situação, é o que determina se a bênção será
alcançada ou não. Todavia, o homem, no seu desespero, não conse¬guia entender.
Ele já tinha feito o mapa para a reali¬zação do milagre em sua mente e não
admitia sequer raciocinar sobre outra alternativa. Quase sempre é o que
acontece conosco. Quando decidimos buscar o Senhor para a solução de qual¬quer
sofrimento, desenhamos a maneira como iremos ser abençoados; e, na maioria das
vezes, não enxer¬gamos a alternativa do Senhor. Foi assim que fez Naamã, o
general comandante-em-chefe dos exércitos da Síria, que era leproso. Ele também
idealizou seu plano, cuidando de todos os detalhes da sua cura. Foi a Samaria,
compareceu pri¬meiro diante do rei de Israel, que era a pessoa errada para a
realização da sua cura. Depois, quando se di¬rigia ao profeta Eliseu, do qual a
sua menina-criada lhe falara, se aborreceu, quando este lhe negou aten¬dimento,
mandando-lhe um recado que fosse até o rio Jordão e se banhasse nele, sete
vezes, para que a sua pele ficasse limpa. Porém Naamã muito se indignou e se
foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e
invocará o nome do Senhor, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e
restaurará o leproso. 2 Reis 5.11 Nem
sempre as pessoas aceitam o modo do Se¬nhor operar. Quantas vezes a pessoa vai
à igreja em busca de uma cura, esperando ouvir uma mensagem de fé, e, ao chegar
à casa do Senhor, o pregador entrega um recado que aparentemente não tem nada a
ver com o que ela pensava ouvir, como uma palavra de santificação, por exemplo.
Será que o pregador estava na carne? Ou era aque¬la, verdadeiramente, a
mensagem que Deus deu ao seu servo para que entregasse à congregação, pois a
santificação, ministrada pelo pregador, seria o reti¬rar da pedra, como no caso
de Lázaro, para que o Se¬nhor pudesse operar? Diz a Palavra do Senhor que Ele
pensa diferente de nós: Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Isaías
55.8 Deus pensa, planeja e age sempre diferente de nós. Quando alguém não está
no Espírito, pode concluir que o que Deus está fazendo não é o melhor; mas
quando qualquer pessoa se encontra dentro do plano de Deus, ela haverá de
exclamar, como fez o salmista: £ quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus
pensamentos! Quão grande é a soma deles! Salmo 139.17. Ao dialogar com o
oficial, Jesus está lhe mostran¬do que crer seria a chave para a cura do seu
filho, mas ele não estava nem aí, para, sequer, raciocinar com o Senhor. Estava
tomado pela angústia da imi¬nente perda de seu filho. Esta mesma angústia tenho
observado em muitas vidas que vêm buscar a bênção e fracassam. Quando uma
pessoa está angustiada, ou mesmo apaixonada, é quase impossível abrir-lhe os
olhos. Nesse estado emocional não se consegue ouvir a ninguém, nem mesmo aos
pais ou aos amigos, à razão e tampouco a Deus. Essas coisas roubam do homem o
seu poder de raciocínio. O mesmo acontece quando uma pessoa descobre uma
maneira fácil de ganhar dinheiro, ou de se pro¬mover na vida. Ela costuma ficar
tão cega que os va¬lores morais, a família, as amizades, a sua
responsa¬bilidade diante do Senhor Deus e tudo mais ficam para mais tarde, pois
o que lhe interessa é aproveitar a oportunidade. Com o general da Síria, foi a
sabedoria dos seus servos que, com muito jeito, conseguiu que ele des¬cesse do
seu orgulho e se humilhasse diante da pala¬vra do homem de Deus, banhando-se
nas águas bar¬rentas do Jordão. Com os meus leitores espero que este opúsculo
lhes abra os olhos para que encontrem o caminho que os levará ao sucesso.
Nenhum comentário
Postar um comentário