DEPUTADA CRISTÃ PROCESSA PROFESSOR QUE TRATOU SOBRE ‘PERVERSÕES SEXUAIS’ EM SALA
Final do mês de junho, um professor do segundo ano do ensino médio de
um colégio de Ceilândia passou um trabalho para seus alunos sobre a homofobia.
Tendo em vista o conteúdo da atividade, a deputada distrital Sandra Faraj (SD)
enviou um ofício para o colégio questionando tal atitude. O trabalho em grupo
passado pelo educador do Centro Educacional 6 de Ceilândia pedia aos estudantes
que debatessem alguns temas como homofobia, integração entre gêneros,
pansexualidade, relações poliamorosas e transsexualidade. A deputada Sandra
Faraj recebeu reclamações em seu gabinete com relação ao assunto e enviou
ofício à direção da escola pedindo “esclarecimentos” e “providências legais
cabíveis”. A interferência da parlamentar chegou a revoltar professores e
entidades de defesa da educação. De acordo com o Correio Braziliense, o
Sindicato dos Professores entendeu o envio do ofício como uma forma de
intimidar e constranger os professores. “Temos uma lei de gestão democrática
que organiza as escolas e estabelece a autonomia do trabalho pedagógico dos
professores e da instituição de ensino. O professor tem que ajudar os alunos a
entender a sociedade, ele não pode ser cerceado ao tocar em temas importantes
da atualidade”, pontua o diretor da entidade, Dimas Rocha. Ainda de acordo com o jornal, o Conselho dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal aprovou na última
terça-feira (5) uma nota de repúdio ao posicionamento da parlamentar. “O
Conselho repudia a tentativa de interferir na autonomia dos professores da
escola citada. É conhecida a saga da deputada que enviou o ofício, para que os
temas de gênero e orientação sexual não sejam discutidos, o que não encontra
base legal. O Conselho é afirmativo na necessidade de discussão dos temas de
diversidade nas escolas para o estimulo de uma cultura da paz e tolerância”,
afirma a nota. Sandra Faraj declarou
que sofre perseguição por parte do Sindicato dos Professores. “Existe esse
embate com o sindicato, que é ligado a movimentos sociais e a partidos
políticos. Sempre que agimos para defender os valores da família, eles se
posicionam contra”, ressaltou. “É preciso entender o pensamento da sociedade.
Será que ela está à vontade com essas práticas que são contra a lei?”, ingadou.
“As escolas não têm autorização para abordar temas dessa maneira. Como um jovem
vai pesquisar sobre transsexualidade, pansexualismo? Será que ele tem
maturidade para tratar sobre isso?”, questionou.
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