“NÃO, EU NUNCA PENSEI EM DEIXAR A SÍRIA” FATHI* É UM DOS CRISTÃOS QUE DECIDIRAM FICAR EM ALEPO, NA SÍRIA, APESAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS DIFÍCEIS. "TODOS OS DIAS EU VEJO DE PERTO COMO PODEMOS AJUDAR AS PESSOAS"
O jovem de
aproximadamente 30 anos leva um tempo antes de responder a cada pergunta.
Aparentemente, Fathi * é um cara relaxado, em paz. Mas, até onde as aparências
podem confundir? Esse homem acabava de chegar da maior cidade da Síria, Alepo,
quando um colaborador da Portas Abertas o recebeu no Líbano. Três anos de
guerra deixou cicatrizes em seu coração, ele está cansado, mas ainda deseja
ficar em Alepo e não quer fugir de seu país. Fathi é um cristão sírio que
desempenha um papel fundamental para ajudar os refugiados da guerra através das
igrejas locais apoiadas pela Portas Abertas. “Não, eu nunca pensei em deixar a
Síria”, diz ele a um colaborador da Portas Abertas. “Todos os dias eu vejo de
perto como podemos ajudar as pessoas.” Há pouco mais de dois anos, a cidade de
Alepo é palco de violentos combates. Recentemente, surgiram rumores de que
militantes do chamado Estado Islâmico estão prontos para tomar o controle de
toda a cidade. “É claro, por outro lado penso em minha família. Eu temo por
eles, mas não por mim. Nos últimos anos, o Senhor teve de me proteger quando eu
fui parado em postos de controle ao passar por certas áreas da cidade e do
país. Deus me livrou todas aquelas vezes e vai continuar me ajudando; eu vejo
como podemos fazer a diferença através do trabalho que estamos realizando.” Fathi
salienta a importância de “ver a situação toda por um ângulo maior”. “Quando há
tiros à esquerda e à direita, edifícios são destruídos, quando você teme por
sua vida, visualizar a situação por um âmbito maior ajuda a continuar.
Precisamos ir em frente. Fico feliz em ver que é um esforço conjunto de
diferentes igrejas e denominações. Não se trata apenas de mim.” Ele fala sobre
o papel dos cristãos na sociedade abalada pelo sofrimento e pela dor. “A
comunidade cristã pode ser o ponto de ligação entre o governo e a oposição.”
Viver em Alepo é um desafio no momento. “As pessoas estão preocupadas com as
necessidades básicas, elas não conseguem enxergar além disso. Dia após dia
estamos tentando suprir necessidades como comida, eletricidade e água; este é o
desafio de quem vive na Síria.” Através de igrejas locais e organizações
parceiras, a Portas Abertas está ajudando mensalmente mais de nove mil famílias
na Síria. Em Alepo, mais de duas mil famílias recebem assistência. Além de
ajudar os necessitados com alimentos, apoio médico e aluguel de moradias, a
Portas Abertas distribui literatura cristã para crianças e adultos e organiza
diversos treinamentos. Tudo isso, só é possível por meio da contribuição de
irmãos e irmãs como você. Muito obrigado por servir à Igreja síria conosco! Pedidos
de oração: Ore por homens e mulheres como Fathi, que se dedicam a ajudar as
pessoas que tiveram de deixar tudo em suas aldeias ou cidades e fugiram para
Alepo. Que eles sejam fortalecidos pelo Senhor. Peça a Deus para que todos
afetados pela guerra civil consigam lidar com os traumas que tantos anos de
guerra provocam. *Nome alterado por motivos de segurança.
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