LÍDERES CRISTÃS SÃO PRESAS NA CHINA ACUSADAS DE “LAVAGEM CEREBRAL” ALUNOS, PAIS E PROFESSORES RECEBERAM SANÇÕES DO GOVERNO
Duas líderes
de acampamento cristão de Xinjiang Uyghur, noroeste da China, foram presos pelo
regime comunistas, acusadas de “doutrinar menores com crenças
supersticiosas.” De acordo com a Missão
China Aid, a pastora Zhou Yanhua e a seminarista Gao Ming, da Igreja de Yining,
foram detidas pela polícia cerca de meia hora antes de levar um grupo de crianças
a um acampamento de verão. Gao, 27 anos, que está se formando no seminário
Teológico de Yanjing, ficou presa por 15 dias, enquanto a pena de Zhou – que é
pastora da igreja e também dirige o acampamento – foi de 10 dias. De acordo com
o Christian Today, ambas foram acusadas de ensinar “doutrinas” a menores de
idade. De acordo com a legislação chinesa, crianças com idade inferior a 18
anos não podem receber qualquer tipo de educação religiosa. Existe uma igreja
protestante ligado ao governo, que é proibida de fazer em seus membros “lavagem
cerebral” com crenças religiosas e incluir crianças em atividades religiosas. Além
de deter as duas mulheres, as autoridades levaram todas as crianças do grupo
para a delegacia e fizeram uma identificação. Os pais e professores de cada uma
delas foram chamados e feito ameaças. Para os professores, seus salários podem
ser cortados e os pais foram avisados que seus filhos serão proibidos de
estudar nas universidades do governo. A China Aid acredita que todas as igrejas
domésticas estão sob risco de serem fechadas pelo governo. O regime comunista
de Pequim tem aumentado a perseguição ao cristianismo, após a revelação que há
mais cristãos no país que membros do Partido Comunista. O Instituto Pew
Research calcula que há 67 milhões de cristãos na China, 58 milhões de
protestantes e 9 milhões de católicos. Perseguição aumentou 700% A perseguição
contra os cristãos na China ficou sete vezes maior na última década. De acordo
com relatórios da China Aid, desde 2008 é possível ver um aumento constante nos
casos de prisões de líderes, fechamento e demolições de templos. De fato, as
comunidades religiosas na China vivem o mais intenso ano de perseguição desde a
Revolução Cultural (1966-1976), quando o país passou a adotar o sistema
comunista. Nos tempos de Mao Tsé-tung, o ateísmo foi um dos pilares para o
estabelecimento da República Popular da China. Contudo, sua tentativa de
exterminar toda forma de religião no país fracassou. Ao longo das décadas
seguintes, houve uma tentativa do Estado de assumir o controle das igrejas do
país. A questão religiosa passou para segundo plano, enquanto o país mais
populoso do mundo passava por profundas mudanças sociais e econômicas. Na
década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião
organizada. Com a ascensão do presidente, Xi Jinping, o discurso mudou. Segundo
ele mesmo, a “gestão da religião é, em essência, a gestão das massas”.
Atualmente, o país está entre os que mais perseguem os cristãos no mundo,
segundo a missão Portas Abertas. Estima-se que 90% das cruzes de igrejas
consideradas “não oficiais” tenham sido retiradas à força.
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