PASTOR EVANGÉLICO DIZ A VERDADE SOBRE DAR O DÍZIMO
O dízimo nas religiões abraâmicas foi instituído na Lei de Moisés,
estipulado para manter os sacerdotes e a tribo de Levi, que mantinha o
Tabernáculo e depois o Templo, já que eles não poderiam possuir herdades e
territórios como as outras tribos. Também dízimo que era dado em forma de
mantimento era usado para assistir os órfãos, viúvas e os pobres. Depois da
destruição do Templo no ano 70 DC a classe sacerdotal e os sacrifícios foram
desmantelados, assim os rabinos passaram a recomendar que os judeus
contribuíssem em obras caritativas. Para o sociólogo Émile Durkheim em
"Lições de Sociologia", o dízimo teria origem no pensamento mítico,
primeiramente como sacrifícios e ofertas aos deuses e divindades para obter
"permissão" divina para o bom cultivo de bens mundanos, seja na
pesca, coleta, agricultura, etc. Transmutou-se em dízimo em certas religiões, e
por fim, transmutou-se em impostos, que seria a versão secular do dízimo. A primeira menção de dízimo na Bíblia está
registrada no livro Gênesis, capítulo 14, referindo-se a uma atitude
voluntariosa de Abraão, ora Abrão, quando depois de uma guerra, ele deu o
dízimo de todo o despojo que levara do oponente a um sacerdote de quem pouco se
sabe, chamado Melquisedeque. Um segundo relato, ainda pré Mosaico, é registrado
sob a forma de promessa voluntária. Após uma noite em que teve um sonho que julgou
revelador, Jacó, neto de Abraão, também comprometeu-se voluntariamente a dar
dízimos - "oferecerei o dízimo de tudo que me deres" - caso Deus o
guardasse e protegesse. Posteriormente, a lei Mosaica previa um imposto de dez
por cento (dízimas) dos animais e colheitas recolhidos uma vez ao ano,
registrado em Levítico 27. Há também um aspecto mais abrangente desse imposto,
relatado em Deuteronômio 14, onde percebem-se alguns aspectos que não foram
explicitados em Levítico, como: razão de culto, interação familiar e auxílio a
classe sacerdotal. Também está registrado no contexto, que a cada três anos,
esses dízimos deveriam ser instrumentos de auxílio social, notadamente para os
levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas. Os próprios sacerdotes, devido a um
afrouxamento no rigor de cumprir a Lei e desvios na conduta dos homens que
cuidavam do serviço sacerdotal, foram avisados e amaldiçoados por Deus, no
ministério do profeta Malaquias. E foram advertidos que se não mudassem de
comportamento em relação às ofertas e ao dízimo, Deus tornaria as suas bênçãos
em maldição e mandaria o anjo do Senhor para preparar os Seus caminhos a fim de
que viesse Jesus Cristo com uma nova doutrina. Desde a Reforma as igrejas
protestantes tradicionais creem que sob a Graça o dízimo não é válido visto que
o Sacrifício de Cristo cumpriu a Torá, houve o fim do templo, e a crença no
sacerdócio universal anulava a existência de uma casta sacerdotal. As igrejas
protestantes tradicionais (reformadas, luteranas, anabatistas) utilizam-se
várias formas para a manutenção, como subscrições, ofertas voluntária e em
alguns casos fundos estatais. Mas mesmo assim a prática do dízimo é empregada
hoje por várias denominações pentecostais ou neopentecostais, principalmente na
América Latina.
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