A REFORMA PROTESTANTE NA ALEMANHA
A partir de então, a reforma luterana difundiu-se rapidamente no Sacro
Império, sendo abraçada por vários principados alemães. Isso levou a
dificuldades crescentes com os principados católicos, com o novo imperador
Carlos V (1519-1556) e com o parlamento (Dieta). Na Dieta de 1526, houve uma
atitude de tolerância para com os luteranos, mas em 1529 a Dieta de Spira
reverteu essa política conciliadora. Diante disso, os líderes luteranos fizeram
um protesto formal que deu origem ao nome histórico “protestantes”. No ano
seguinte, o auxiliar e eventual sucessor de Lutero, Filipe Melanchton
(1497-1560), apresentou ao imperador Carlos V a Confissão de Augsburgo, um
importante documento que definia em 21 artigos a doutrina luterana e indicava
sete erros que Lutero via na Igreja Católica Romana. Os problemas
político-religiosos levaram a um período de guerras entre católicos e
protestantes (1546-1555), que terminaram com um tratado, a Paz de Augsburgo.
Esse tratado assegurou a legalidade do luteranismo mediante o princípio “cujus
regio, eius religio”, ou seja, a religião de um príncipe seria automaticamente
a religião oficial do seu território. O luteranismo também se difundiu em
outras partes da Europa, principalmente nos países nórdicos, surgindo igrejas
nacionais luteranas na Suécia (1527), Dinamarca (1537), Noruega (1539) e
Islândia (1554). Lutero e os demais reformadores defenderam alguns princípios
básicos que viriam a caracterizar as convicções e práticas protestantes: sola
Scriptura, solo Christo, sola gratia, sola fides, soli Deo gloria. Outro
princípio aceito por todos foi o do sacerdócio universal dos fiéis.
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