OS REFORMADORES RADICAIS (ANABATISTAS)
O terceiro movimento da Reforma Protestante surgiu na própria cidade de
Zurique. Em 1522, homens como Conrado Grebel e Félix Mantz começaram a
reunir-se com amigos para estudar a Bíblia. Inicialmente, eles apoiaram a obra
de Zuínglio, mas a partir de 1524 passaram a condenar tanto Zuínglio quanto as
autoridades municipais, alegando que a sua obra de reforma não estava sendo
profunda o suficiente. Por causa de sua insistência no batismo de adultos,
foram apelidados de “anabatistas”, ou seja, rebatizadores, sendo também
chamados de radicais, fanáticos, entusiastas e outras designações. Por causa de
suas atividades de protesto, nas quais chegavam a interromper cultos e
celebrações da ceia, os líderes anabatistas sofreram punições de severidade
crescente. Em 1526, Grebel morreu em uma epidemia, mas seu pai foi decapitado,
Mantz foi afogado e outro líder, Jorge Blaurock, foi expulso da cidade. O
movimento logo se difundiu nas vizinhas Alemanha e Áustria e em outras partes
da Europa. Um importante líder em Estrasburgo foi Miguel Sattler (c.1490-1527),
que presidiu a conferência de Schleitheim (1527), na qual os anabatistas
aprovaram a Confissão de Fé de Schleitheim. Essa confissão definiu os princípios
anabatistas básicos: ideal de restauração da igreja primitiva; igrejas vistas
como congregações voluntárias separadas do Estado; batismo de adultos por
imersão; afastamento do mundo; fraternidade e igualdade; pacifismo; proibição
do porte de armas, cargos públicos e juramentos. Os anabatistas foram os únicos
protestantes do século 16 a defenderem a completa separação entre a igreja e o
estado. Os anabatistas adquiriram uma reputação negativa por causa de
acontecimentos ocorridos na cidade de Münster (1532-1535). Influenciados por
Melchior Hoffman, que anunciou o fim do mundo e a destruição dos ímpios, alguns
anabatistas implantaram uma teocracia intolerante naquela cidade alemã.
Finalmente, foram todos mortos por um exército católico. Já na Holanda, o
movimento teve um líder equilibrado e capaz na pessoa de Menno Simons
(1496-1561), do qual vieram os menonitas. Outro líder de expressão foi Jacob
Hutter (†1536), na Morávia. Os menonitas e os huteritas viviam em colônias,
tendo tudo em comum (ver Atos 2.44; 4.32). Cruelmente perseguidos em toda a
Europa, muitos deles eventualmente emigraram para a América do Norte.
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