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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

A SUPERVALORIZAÇÃO DO DOM DE “LÍNGUAS” “MAS UM SÓ E O MESMO ESPÍRITO OPERA TODAS ESSAS COISAS (FALANDO A RESPEITO DOS DONS), DISTRIBUINDO PARTICULARMENTE A CADA UM COMO QUER” (1CO 12.11) POR VICTOR SANTOS MORA EM SANTO ANDRÉ-SP. BLOGUEIRO (VIDA AO INVERSO). BACHAREL EM TEOLOGIA PELA UNIVERSIDADE DA BÍBLIA, GRADUADO EM LOGÍSTICA PELA UNIBAN E ESTUDANTE DA PUC SP

“Você precisa ser batizado no Espírito Santo”, dizem isso quando desejam que você comece a falar em línguas estranhas. O batismo que vem do alto, do Espírito, é inegável. Agora, como esse batismo se dá e o que é este batismo não cabe nesse artigo. Comentaremos hoje sobre um fato presente nas Igrejas pentecostais brasileiras: a supervalorização do dom de línguas estranhas. Em uma Igreja pentecostal você é impelido a encontrar o “dom de línguas”. Principalmente por que atribuem está experiência de forma equivalente a ser revestido de poder. Os crentes pentecostais oram, jejuam, fazem congressos e reuniões para que os fiéis recebam do alto essa dádiva. Há problema nessa busca e desejo? Quando são atendidos não, graças a Deus pela benção, o problema é visto para os que não recebem esse dom e se sentem frustrados e inferiores aos demais que desenrolam tal graça. É tão valorizado o dom de falar em línguas estranhas que as pessoas em uma Igreja pentecostal vivem para esse fim. Suas orações e alvo é ter essa experiência. E claro, a vida cristã é muito mais do que isso, o dom de línguas não é um fim para os cristãos e a supervalorização desse dom tem feito com que muitos evangélicos definam sua vida nessa busca. Um dom nunca é um fim. Vejamos isso: Os dons espirituais são manifestações do Espírito Santo, essa manifestação é possível a qualquer cristão e é dada pelo critério do Espírito Santo. O texto bíblico é enfático ao dizer: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas (falando a respeito dos dons), distribuindo particularmente a cada um como quer” (1Co 12.11). O interessante é que no texto bíblico o dom de línguas não é colocado como algo superior a outros dons, nem que deve ser buscado primeiramente do que os outros, mas diz que o Espírito distribui de forma particular a cada um, ou seja, o Espírito é quem dá o dom como quer. Seja o dom de operar milagres, profecia, discernir espíritos, variedade de línguas ou interpretação de línguas (cf. 1Co 12.10). O dom de línguas estranhas está no texto de Coríntios na mesma categoria dos outros dons distribuídos pelo Espírito. Então, por que nos ensinam a buscar apenas esse dom de forma específica? Por que colocam esse dom como prioridade diante dos demais? Há motivos para supervalorizar esse dom? Além disso, Paulo disse a Igreja de Corinto: “Quem fala em línguas, peça na oração o dom de interpretar” (1Co 14.13). O dom de línguas não é um fim, interpretar as línguas que se fala também é uma dádiva distribuída pelo Espírito Santo. Porque nos dias de hoje falar em línguas estranhas é tão importante e necessário sendo que não somos incentivados a interpretá-las? Por isso, Paulo ensina como deveria procede o culto e o dom de línguas na Igreja de Corinto, ele escreve: “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na Igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (1Co 14.28). A supervalorização que se dá para o dom de línguas hoje é inverdade a leitura das Escrituras, sendo que para Paulo essa evidência nem precisa aparecer no culto quando não se encontra a manifestação do dom de interpretação. Para o apóstolo Paulo, deve-se valorizar mais as palavras “normais” do que as línguas sem interpretação. Por isso ele fala: “Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua” (1C 14.19). Em suma, o presente artigo não tenta excluir o dom de línguas, de maneira alguma, mas diante dos fatos bíblicos ele questiona a supervalorização desse tema. Todos os dons do Espírito Santo são distribuídos para o bem comum, não é para benefício particular de ninguém, mas para edificação da Igreja (cf. 1Co 12.7; 14.26). Na carta aos Coríntios, onde muitos utilizam as passagens para supervalorizar o dom de línguas, a Igreja na qual Paulo escreve a carta não é um exemplo de dons espirituais. Ela é uma Igreja que Paulo chama de carnal e a corrige do começo ao fim. Parece que Paulo quer de certa forma desvalorizar a forma que essa Igreja se utiliza do dom de línguas e os encorajar ao dom de profecia e o dom supremo que é o amor. Para concluir, o dom nunca é um fim, mas é um meio. Não vivemos para adquirir dons pessoais, mas para desempenhar os frutos do Espírito. O fruto é um fim. Então, os dons são meios coletivos para chegarmos a desempenhar de forma particular os frutos do Espírito. O alvo de Deus para nossa vida é o fruto do Espírito Santo, não o dom. Tanto que a Igreja de Corinto tinha dom, mas não tinha fruto. E Paulo escreve uma carta para que pudessem chegar aos frutos. A supervalorização da nossa época deve ser aos frutos do Espírito, ao amor.

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