EM POUCOS DIAS, 65 IGREJAS FORAM DESTRUÍDAS NA ÁFRICA O PASTOR ADE OYESILE, PRESIDENTE DA CANAN DENUNCIA QUE O NÚMERO DE CRISTÃOS MORTOS ESTE ANO ESTÁ PERTO DE SE CONFIRMAR COMO UM TRISTE RECORDE NA HISTÓRIA DO PAÍS
Os ataques a cristãos na Nigéria, norte da África atingiu números
assustadores. No primeiro semestre de 2016 o assassinato de cristãos por
muçulmanos radicais é quase igual ao total de 2015. Pelos registros da
Associação Cristã de Nigerianos-Americanos (CANAN, na sigla original), pelo
menos 384 pessoas foram mortas somente por causa da sua fé, após ataques
realizados por grupos como Boko Haram e mais recentemente pela etnia Fulani,
que professa o islamismo. O pastor Ade Oyesile, presidente da CANAN denuncia
que o número de cristãos mortos este ano está perto de se confirmar como um
triste recorde na história do país. Ele pediu ao governo nigeriano que tome
providências para acabar com o massacre religioso. “Todos nós devemos trabalhar
duro para evitar esses assassinatos sectários que, aos nossos olhos, demonstram
como o país falhou. Essa não deveria ser a nossa porção em nome de Jesus
Cristo. Estes assassinatos covardes de cristãos no país devem parar agora”,
disse ele em comunicado. Para Oyesile, os cristãos são alvos fáceis, pois
pregam a paz em vez de retaliação, não respondendo da mesma maneira. Em
entrevista ao The Christian Post, afirmou que somente o arrependimento e o
temor de Deus podem vencer a guerra contra o Islã radical. “Boko Haram, Estado
Islâmico, Al-Shabab são maus… e continuarão a se espalhar. Nós, cristãos,
podemos ajudar… com as nossas fervorosas orações, pedindo a Deus sem cessar”,
enfatizou, pedindo ainda que os líderes mundiais se unissem para que impedir
que isso continue. Ataques não são guerra étnica: Nos últimos dias, no Estado
de Benue, pelo menos 133 cristãos foram mortos. Foram 65 igrejas destruídas,
além de muitas propriedades invadidas e saqueadas. A etnia fulani, formada
majoritariamente por pastores de gado, ocuparam quase todas as áreas dessa
região. Eles vêm usando uma tática antiga, atacando comunidades cristãs e se
apropriando de suas terras com a justificativa de superioridade religiosa.
Esses criadores de gado geralmente são nômades e no início do ano mataram mais
de 500 moradores, a maioria cristãos. Isso forçou cerca de 20 mil pessoas a
fugirem da área. O ocorrido foi considerado um dos piores ataques feitos pelo
grupo desde 2010. A Associação Cristã da Nigéria vem denunciando que embora a
mídia tenha divulgado como “guerra étnica”, os conflitos não resultam de
disputas econômicas, mas envolvem essencialmente questões religiosas, uma vez
que os fulani são extremistas islâmicos. O líder cristão Agostine Akpen
denunciou à Missão Portas Abertas que existe uma grande possibilidade de
escassez de alimentos, pois as invasões dos fulani arrasaram todos os tipos de
produção agrícola, incluindo feijão, mandioca, arroz, milho, soja e amendoim.
Os agricultores de vários estados da Nigéria, principalmente Benue, Taraba,
Plateau, Kaduna, Nasarawa e Níger estão temerosos, pois sabem que se voltarem
para suas fazendas serão mortos. “Sabemos que se trata de mais uma jihad… Eles
transportam armas sofisticadas e utilizam até armas químicas para destruir
nossas comunidades. A guerra acontece normalmente à noite, quando todas as
pessoas estão dormindo. A população está fugindo, as igrejas estão ficando
vazias. Onde havia cerca de 2 mil membros, hoje há apenas 50. Nada está sendo
poupado, nem mesmo as escolas ou centros de assistência social”, desabafou. O
fato é que a imposição da lei islâmica sharia no país tem motivado ataques
religiosos em toda a Nigéria, se expandindo a partir do Norte do país, onde o
Boko Haram lutava pela independência, declarando-se uma extensão do califado.
Com informações World Watch Monitor via GospelPrime.
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