INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM 2016 CANDIDATOS PRECISARÃO ESCREVER SOBRE TEMA SOCIAL
Logo que os portões das escolas foram fechadas para o início do segundo
dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi divulgado o tema da
redação. Os candidatos devem escrever um texto de opinião sobre “Caminhos para
combater a intolerância religiosa no Brasil”. Mantendo a tradição de abordar
temas sociais, segundo o INEP, a redação deveria ter, no máximo, 30 linhas. Ela
precisa ser desenvolvida “a partir de uma situação-problema e de subsídios
oferecidos sob a forma de textos motivadores”. Nos últimos anos os temas foram
polêmicos, com uma clara orientação ideológica “à esquerda”. Ano passado, a
redação teve como título “A persistência da violência contra a mulher na sociedade
brasileira”. Os alunos deveriam analisar a questão e apresentar uma possível
solução. Em 2015, a questão do ENEM mais polêmica, tratava da afirmação
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, baseada em um texto da feminista
francesa Simone de Beauvoir. Cerca de 8 milhões de candidatos estão realizando
a prova neste domingo. Além da redação, responderão a perguntas objetivas sobre
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. São 45
questões de múltipla escolha para cada prova. Segundo os especialistas, a
elaboração de uma redação do ENEM não deve se restringir às ideias apresentadas
no enunciado da prova, devendo mostrar algum conhecimento do assunto. Além do
quesito forma, onde se leva em consideração questões ortográficas e
gramaticais, o candidato precisa ser capaz de elaboração uma “proposta ao
problema abordado, respeitando os direitos humanos”. Conforme era esperado, as
religiões afro-brasileiras aparecem como as mais perseguidas no quadro
disponibilizado pela comissão que elaborou a prova. Baseado em um índice da
Secretaria de Direitos Humanos, com dados entre 2011 e 2014, seriam 75 casos
registrados. Em seguida vem os evangélicos com 58 e os espíritas com 27. Os
católicos aparecem com 22. Uma vez que a soma de evangélicos e católicos
resulta em 80 casos, seria possível argumentar que, de modo geral, o
cristianismo é a religião com o maior índice de perseguição. Curiosamente, o
mundo vive desde 2014 uma grande onda de perseguição religiosa sistemática
contra cristãos e outras minorias no Oriente Médio. Com a ascensão do Estado
Islâmico, um genocídio étnico e religioso vem sendo executado, enquanto a
grande mídia ignora o tema. Se nos primeiros meses os vídeos e imagens de
execuções eram mostrados pela imprensa, depois de um tempo o assunto foi
gradualmente saindo de pauta. Atualmente é tratado apenas como uma ‘guerra
civil’. O pensamento politicamente correto, que parece ser a norma na maior
parte do mundo, trata qualquer denúncia contra os atos de muçulmanos como
“islamofobia”. Em atentados terroristas claramente cometidos por motivação
religiosa – atos de jihad islâmica – esse aspecto sempre é minimizado como ação
de “extremistas” ou simplesmente ignorados. Na contramão, todo ato realizado
por um indivíduo ou grupo cristão é classificado de “fundamentalismo
religioso”. Quando se fala sobre perseguição religiosa na imprensa brasileira,
geralmente são casos isolados de ataques a seguidores de religiões afro. Quando
alguns políticos começaram a tentar denunciar que também existe uma
“cristofobia” que deveria ser combatida foram ridicularizados. O deputado
Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), que também é pastor da Assembleia de Deus Vitória
em Cristo, usou as redes sociais para lançar um questionamento. “A Intolerância
Religiosa, existe inclusive para nós que temos mandato e somos
evangélicos! Quero ver a redação
daqueles que vilipendiaram os símbolos católicos na parada gay, os defensores
do Estado Islâmico e as feministas da marcha das vadias, será o que eles vão
escrever nessa redação?” Já o pastor Gaspar de Souza, da Igreja Presbiteriana
dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, arriscou sugerir que o MEC
esperava como resposta, “acusar os evangélicos de intolerantes”, e “exaltar as
religiões afros como expressão cultural em detrimento da fé católica e
evangélica no Brasil”. Para ele, “o Ministério da Educação Marxista incentivará
a intolerância na redação. Nada diferente da surrada “jogar uns contra os
outros”. Patrulha ideológica: O patrulhamento ideológico constante de segmentos
da imprensa sobre líderes evangélicos e políticos que possuem cargos
eclesiásticos também poderiam ser classificados de “perseguição religiosa”.
Contudo, para o estudante brasileiro médio as únicas questões abordadas em sala
de aula mostram os cristãos como os “agressores” nunca como os agredidos. Toda
forma de perseguição religiosa é criminosa. Ela deve ser denunciada e os
responsáveis julgados segundo as leis vigentes. Infelizmente, esse é apenas
mais um tema tratado com parcialidade no país.
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